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Relevem meu desleixo, o aplicativo está todo em inglês e eu acreditei que tivesse postado os 4 capítulos.

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— Está fazendo esse drama todo por um gato?

Se você estivesse no meu lugar, faria o mesmo.

— Não é um gato qualquer. — deu início a uma espécie de argumentação. Nem consigo acreditar que estou nessa, defendendo Kaoru Hanayama.—Ele é de uma espécie rara. Tem um temperamento forte, e é tão teimoso que só aceita estar próximo à senhorita Diana e a mim.

Kisaki, saiba que nunca desejei o seu mal. Ignorando às vezes em que você apareceu para me atazanar, é lógico. Kai continuava não acreditando, sua desconfiança era nítida.

— O senhor.— tive que me segurar, para não acabar soando sarcástica.— pode vir buscá-lo mais tarde. Vou deixar as chaves com o vizinho.— Nem esperei sua resposta. Corri para dentro da casa, trancando a porta na cara dos dois. Fui até o quarto. Quase escorregando nos tapetes pelo caminho.— Kisaki está aqui.— falei em um tom baixo. Peguei minha bolsa da academia e comecei a colocar meu uniforme e algumas coisas de higiene pessoal dentro dela.— espere até que ele apareça por está porta.

Durante o tempo em que estive no quarto, não ousei olhar para Hanayama. Não iria adiantar de nada esperar alguma coisa, ele só conseguia resmungar com a boca coberta.

Terminei de organizar a bolsa, a coloquei nas costas e voltei na mesma velocidade que sai para a entrada do meu apartamento.

— Então, como ele está?

— Está mais calmo. Por favor, tome cuidado quando for tirá-lo de lá. Ele está sensível.

O moreno entre nós estava confuso, tenho certeza. Devido a dois fatores: O primeiro seria a presença de Kisaki. Pois Kai sabe o quanto o odeio por ser um criminoso.
O segundo fator seria: Em que estava metida por estar em posse de um "gato" que pertence a um Yakuza.

Suas dúvidas teriam que esperar. Não poderia perder mais tempo, estava atrasada e já tinha começado o dia com essa maré de azar.

— Vamos.— me agarrei ao braço de Kai.

Sua atenção foi desviada. Agora ele parecia estar mais focado no contato de nossas mãos, do que com o Yakuza ao nosso lado. O que me deu a deixa para colocar as chaves reservas no bolso mais baixo da calça de Kisaki, enquanto Kai e eu passávamos por ele.

— Vou precisar de explicações, sabe disso.

Seu tom de voz era rouco. O que só poderia significar uma coisa, teria mais problemas.

Pensando bem. Me mudar para uma ilha remota no meio do oceano não seria uma má ideia. Kisaki estaria disposto a me ajudar mesmo.

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— Algum problema, oficial Diana? — ouvi a voz de uma das mulheres que complementava o time feminino dessa delegacia.

Me encontrava no vestiário feminino, lutando para entrar no uniforme que havia trazido. Parece que o esqueci dentro da secadora e não notei que tinha encolhido quando o coloquei dentro do meu guarda-roupa.

O que não seria um problema, se esse não fosse o único que coubesse em mim. Em conjunto com toda essa situação lastimável, simplesmente havia uma lingerie preta no lugar das minhas velhas calcinhas de guerra.

— Não. — respondi escondendo meu sorriso sem graça. Estava sentindo aquele sentimento vergonhoso remoendo por dentro.— nenhum, senhorita.

A onde deveria esconder a minha cara? Haviam mais algumas mulheres, elas eram de outras funções. No total, eram 5 e todas elas estavam com seus olhos julgadores sobre mim. A vontade dentro do meu peito era de mandar todo mundo ir tomar naquele lugar, até parece que nunca viram algumas gordurinhas. Mas, infelizmente, dividimos o mesmo vestiário. E o código de conduta que sigo proíbe a verbalização de ódio.

Por sorte não perdi meu uniforme. Só estava com alguns centímetros a menos e justo, o que não seria um problema. Não me importaria, se não estivesse chamando tanta atenção.
Sou do tipo de pessoa que ama usar roupas largas e ficar sem sutiã. A sensação é libertadora. Ao contrário disso, que estava destacando tudo e limitando os movimentos das minhas pernas.

Espero que ninguém note o capô de Fusca.

Narrador

Kai se encontrava impaciente e emburrado. Estava sentado em sua mesa, resolvendo suas questões do trabalho enquanto esperava Diana voltar do vestiário. Ela tinha praticamente fugido assim que colocou os pés para fora do carro.

— 15 minutos. Temos alguma coisa acontecendo aqui. — Kai constatou.

Estava o evitando. As suspeitas foram se instaurando a cada palavra que ele digitava naquele documento. Diana nunca se atrasou, nem mesmo quando chovia. Ela era a primeira e sempre estava com todo o trabalho em ordem no seu bloco de notas.

Eram colegas de trabalho há um mês, e no dia anterior haviam tido um momento que ultrapassava os códigos de conduta no trabalho. Seria esse o motivo pelo qual ela estava o evitando? O profissionalismo de Diana estaria ao nível de atrapalhar sua vida fora dessa delegacia?
Ainda havia aquela história envolvendo aquele homem. O que ela fazia com o gato de um Yakuza?

O quê deveria ser? Dívidas? Kai se lembrava de ter ouvido Leo reclamando sobre um de seus negócios que foram interrompidos por uma pessoa com mais influência. Seria bom começar a investir em uma nova investigação.

Em um momento de frustração, Kai decidiu se livrar da parte superior de seu uniforme, não seria necessário de qualquer forma, já que estava sentindo seu corpo quente. Continuava usando seu crachá, então não iria ter o problema de ser confundindo com um civil, como aconteceu com um dos estagiários na semana anterior.

Estava tão concentrado que não percebeu o fluxo de pessoas passando próximo a sua mesa aumentar. Eram apenas algumas das mulheres que trabalhavam no escritório que estavam admirando a imagem daquele homem. Até mesmo a atenção de alguns oficiais foram atraídas por aqueles músculos.

— Caramba! Olha o tamanho daquele braço.— alguém comentou. Um homem que estava próximo à área do café. Kai conseguiu distinguir sua localização pelo tom e pela vibração.

— Não fique tão impressionado. Qualquer um consegue ter a mesma quantidade de músculos. É só tomar aquelas coisas que os lutadores tomam.— outro homem respondeu.

Esboçou um sorriso ladino. Deveriam estar acreditando que ele não pudessem ouvi-los, mas Kai podia. Era costume dos japoneses comentar sobre a aparência das pessoas, de maneira negativa ou positiva. Dependeria do grau de intimidade entre os julgadores e o alvo dos julgamentos. E se não fosse um conhecido, a probabilidade de serem comentários negativo, aumentava para 60%.

— Ei! Aquela não é a senhorita que faz dupla com esse cara?

— Onde? Nossa. Finalmente decidiu mostrar o que tanto estava escondendo com aquele uniforme de macho.

Vermelho - Kaoru HanayamaOnde histórias criam vida. Descubra agora