Capítulo 27

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🦊 • Ginger Williams • 🦊

O ar falta em meus pulmões quando me levanto bruscamente da cama.

Um sonho...

Foi só um sonho...

Meu cérebro estava pregando peças em mim.

Enxugo as lágrimas que caíram em minhas bochechas e observo o meu quarto.

A garoa fina batia contra a janela e era o único som que se podia ouvir.

Depois que conversei com Naty, ela insistiu para que eu voltasse para casa e tomasse um banho.

A questão é que eu não tinha forças para nada, quando me deitei na cama acabei dormindo.

As últimas horas foram estressantes e muito cansativas.

Observo os arranhões em minha perna e nos meus braços.

Minha cabeça está focada nele.

Me levanto e tomo um banho rápido.

O clima está frio comparado aos outros dias então visto qualquer roupa que possa me aquecer.

Meu celular vibra em cima da mesa de cabeceira.

- Ele acordou. - a voz da minha melhor amiga soa pelo aparelho.

Imediatamente peço um Uber e vou até o hospital. Vovó veio comigo, ela não quer me deixar sozinha e está preocupada comigo.

Chegando na recepção que está quase vazia consigo ver a família Lewis reunida.

- Eu posso ver ele? - pergunto ofegante por ter corrido.

- Ainda não querida, Michael passará por alguns exames e ainda está meio grogue por conta da anestesia. - Penélope direciona o olhar pra mim - O médico disse que talvez em uma hora ou menos podemos visitá-lo.

Concordo com a cabeça.

Tem momentos em nossa vida que não podemos controlar.

Mas a única coisa que eu desejava era voltar no tempo e nos impedir de pegar a estrada.

Meus pensamentos voavam em um futuro onde Michael estava comigo e estávamos juntos mas também pensava em um futuro sem ele.

E porra... isso doía.

Eu jamais me imaginaria sem ele.

Em meses eu me apaixonei por um homem incrível.

E em segundos ele estava entre a vida e a morte.

- Ginger, podemos conversar? - o pai de Michael pergunta.

- Claro, aconteceu alguma coisa? - a preocupação surge dentro de mim.

- Eu só quero te agradecer. - agradecer? - Há anos eu tento fazer Michael aceitar assumir a empresa no próximo ano mas nada o fazia mudar de ideia sobre "não querer essa responsabilidade".

Franzo o cenho.

- Desculpa Sr. Lewis, não estou entendendo.

- Michael irá assumir a empresa no próximo ano por sua causa. Ele disse que quer um futuro com você e quer ser um homem digno disso. 

Abro a boca para falar mas ele me corta.

- Obrigado Ginger, por aflorar o melhor lado do meu filho.

Ele não me dá espaços para fala e apenas sai em direção a cafeteria.

Céus... Michael iria mesmo fazer isso?

Eu sabia que ele não queria assumir a empresa do pai pelas responsabilidades que irism vir junto.

Mas ele realmente estava disposto a fazer isso por mim?

(...)

Os pais e a irmã de Michael entraram primeiro quando o médico liberou.

Demorou cerca de 1h30 para podermos vê-lo.

Ansiei demais mas agora estou parada em frente a porta do quarto dele.

Criando coragem para abrir.

Estou com medo.

Medo de vê-lo e não aguentar.

Medo dele estar mais debilitado do que eu possa imaginar.

Leopoldo disse que ele está bem e consegue conversar.

Os médicos disseram que ele precisará se recuperar da cirurgia para só depois ter alta.

Meu coração aperta imaginando a pior das situações.

Ok, só preciso girar a maçaneta.

Abro a porta devagar e encaro o moreno com as costas encostadas na cabeceira da cama do hospital.

Seu olhar pousa sobre mim e caminho ao seu encontro.

- Meu deus Michael... Como você está? - meus olhos lacrimejam quando seguro sua mão.

Seu rosto está com alguns arranhões e no supercílio há um corte com alguns pontos.

Meu coração se parte por isso.

- Quem... Quem é você?

Sua voz sai rouca e meu corpo congela.

Olho assustada pra ele.

- Estou brincando, acha mesmo que eu não me lembraria do amor da minha vida? - ele solta uma risada fraca.

Solto o ar que nem percebi que havia segurado.

Pela primeira vez, eu sorri depois de todo aquele alvoroço.

Eu sorri ao ver o sorriso do homem a minha frente.

- Ah Michael... Você me deu um susto. - uma lágrima solitária cai em minha bochecha.

- Você está bem Raposinha? Digo, fisicamente. - ele segura faz um carinho passando o polegar pelas minhas mãos.

- Estou mas e você? Sua perna... - ele retira o lençol e vejo as faixas brancas cobrirem quase toda a perna esquerda.

- Não estou sentindo muita dor, me deram muitos remédios pra isso. - ele me encara - Você pode me dar um beijo?

Não foi preciso pedir duas vezes, juntei nossos lábios em um beijo casto.

- Eu te amo tanto Michael. - digo entre as lágrimas.

Lágrimas de felicidade, por vê-lo finalmente acordado apesar de tudo.

- Eu te amo muito mais, minha Raposinha.

O alívio chegou finalmente.

Michael estava bem.

Eu tenho certeza de que logo ele se recuperaria.

Ele era o homem mais forte que eu já conheci.

Eu sabia que os próximos meses não seria fácil.

Michael adorava andar de moto e ser dono do próprio nariz, mas ele precisaria de ajuda.

E eu estaria aqui, para o que der e vier.

Para cuidar do amor da minha vida da mesma forma que ele cuidou de mim nos meus piores momentos.

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Só queria testar o coração de vocês.
Foi só um sonho 😅

Está tudo bem com o nosso menino 🥰

Enquanto Você Me Amar - CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora