Enquanto Você Me Amar - CONCLUÍDO

Capítulo 2

🦊 • Ginger Williams • 🦊

Hoje recebi meu primeiro pagamento, entreguei tudo na mão da minha avó, ela conseguiu pagar algumas coisas, fez nossa compra do mês e ainda sobrou um pouco para deixarmos guardado.

Eu tinha consciência de que então aproveitaria meu dinheiro por um tempo, mas eu sei que valeria a pena ajudar a pessoa que cuidou de mim.

Vovó Pearl merecia o mundo por ter se doado por mim. Eu amava ela com todas as minhas forças.

Eu estava tão feliz, o Sr. Peter era um amor de chefe. À tarde ele sempre me trazia biscoitos e uma xícara de chá para ficarmos conversando um pouco.

A livraria não era tão movimentada mas ainda sim apareciam alguns clientes. Meu trabalho é basicamente organizar, receber mercadoria e cuidar do caixa.

Meu lanche da escola teve um upgrade, agora eu como pão de forma com queijo e salada.

A garota nova continua insistindo na minha amizade, comecei a conversar com ela e não é tão ruim quanto pensava.

- Gin, hoje vou estar sozinha em casa, o que acha de passarmos a tarde juntas? - ela diz enquanto comemos nosso lanche.

Não contei pra ela que trabalho na parte da tarde, afinal quanto menos souberem da minha vida melhor.

- Não posso, já te falei que tenho compromisso toda tarde. - volto a focar no meu sanduíche.

- Caramba, até parece que você tem compromisso todos os dias. Você faz o quê? Trabalha? - olho pra ela e acabo me entregando. - Ah meu deus, o seu compromisso é trabalho?

Droga, essa garota está me irritando!

- Sim Natalya, meu compromisso é trabalho. - digo sem paciência.

- Caraca, que maneiro! Onde você trabalha? - ela está animada?

- Não interessa. - continuo comendo meu lanche e ouço ela bufando.

- Qual o seu problema? Eu sou a única pessoa que conversa com você, eu quero realmente ser sua amiga mas você só me dá patada. - seus olhos começam a lacrimejar - Que droga Ginger!

Ela pega sua mochila e sai pela porta.

Meu coração se apertou quando seus olhos lacrimejaram. Me sinto mal pelo que acabou de acontecer, acho que agi como uma vadia do mal.

Após o recreio Naty não voltou pra sala, observei sua cadeira vazia o resto a aula me sentindo mal pelo que causei nela.

Nos próximos três dias ela também não veio e então decidi perguntar a diretoria onde ela morava. Não consegui seu endereço, nem telefone e nem outra notícia dela.

Eu estava agoniada, não sabia se ela estava bem e mesmo ela sendo insistente e curiosa eu gostava dela. Ela era uma boa pessoa e tão animada mesmo nas segundas feiras.

No quarto dia já estava sem esperanças, quando entro na sala sinto um peso enorme saindo dos meus ombros.

Lá estava ela, sentada em seu lugar com os fones de ouvido totalmente focada no telefone a sua frente.

Nunca pensei que faria isso, mas me aproximo dela e a abraço. Sinto que eu precisava disso, talvez ela também estivesse precisando.

Saí da aula pela primeira vez e fomos para a praça perto do colégio conversar.

- Eu sinto muito Naty, agi erra...

Ela me corta se sentando no banco ao meu lado.

- Tudo bem Gin, não foi culpa sua. - ela pausa e a brisa suave balança seus cachos macios - Eu tô com problema em casa, acho que tudo se acumulou e eu só queria um ombro amigo.