cidade lunar 🌙 - tavin mc.

crise.

lua castro's point of view.

Levamos cerca de uma hora para chegar no local. É uma espécie de hotel, mas tem muitos espaços verdes e de natureza, fugindo da estética urbana de SP. Inclusive, gostei muito desse lado de São Paulo, me faz bem estar conectada com a natureza.

O que seriam os quartos, são como chalés, mini casas. Tudo é bem colorido em questão de decoração. A vibe do lugar é perfeita e o cheiro de natureza me tranquiliza absurdamente, mas tem um ponto negativo. Não tem nenhum sinal de telefone aqui.

— Gostou, Lua? — o Otávio perguntou quando voltou do quarto, deixou nossas malas lá.

— Não tem nenhum sinal de telefone. — ele riu. — E se acontecer algo com o Brenno? E meus pais? A Cat, ela pode tentar falar comigo! Meu Deus, e se... — o menino me interrompeu.

— E se nada! Aqui é um lugar incrível, você vai até esquecer que tem celular. E o Brennuz pode cuidar das coisas por dois dias. Relaxa, tá? — seus braços me cercaram e eu me senti um pouco mais tranquila.

— Tudo bem. Vou confiar.

— Primeiro, quero te mostrar algo. Vem cá.

Nós nos sentamos no sofá e ele colocou um áudio para tocar no seu celular, nas primeiras batidas eu já reconheci a música. É o lançamento dele, que ele postou a prévia.

"Mas imagina um futuro
Eu e você, fazer luau
Fazer um filho e tals
Choveu, vou ver as roupas no varal
Vê se não entende mal"

Um luau?

"Eu sei que eu sou tão imperfeito
É tão normal, é só meu jeito
E aqui em São Paulo, um frio de 8 graus
Mas deixa que eu te esquento
E, pra chegar, falta coragem"

Ele nem acha frio aqui.

"Eu tento seguir a vida normalmente
Mas não dá pra seguir em frente
Sempre que eu me lembro
Que eu te tenho nela
Eu quero te fazer ser diferente
Planejar pra gente, ser feliz pra sempre
Tipo coisa de novela"

A música é muito boa, o Otávio realmente sabe como escrever músicas. Mas eu confesso que me deu um leve ciúmes de saber que ele escreveu isso pra alguém.

— Eae? — a expectativa no tom de voz dele é evidente.

— É muito boa, Otávio. Você realmente se dá bem com essa coisa de música. — fiz uma pausa, porque confesso que não sei se quero resposta pra minha pergunta. — Eh, e pra quem você escreveu ela? Tipo, é pra alguém?

Ele sorriu meio desacreditado, não entendi direito. Mas ai ele inclinou o corpo em minha direção e eu entendi a intenção... A música é pra mim.

— Otávio. — chamei baixo.

— Hum.

— Me beija logo, antes que eu perca a coragem.

Ele sorriu brevemente e grudou nossos lábios.

O beijo tem um ritmo lento, sincronizado... Mesmo estando completamente atenta a tudo sobre nós, deixo ele conduzir o beijo. Sua mão segura minha cintura firmemente enquanto eu seguro sua nuca tentando a todo momento ter ele o mais perto possível.

Mesmo lento, o beijo é intenso. Com isso, não demorou muito pra que ele tentasse me puxar pro colo dele, mas eu não deixei.

— O que? — ele perguntou com a respiração um pouco alterada assim que nos separamos.

— Eu tô de saia. — respondi como se fosse óbvio.

— Melhor ainda? — soltei uma gargalhada.

— Você é ridículo!