sinto sua falta.

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otávio bortoli's point of view.

Dividir o quarto com a Lua era algo entre aliviador e torturante. Ela é realmente ótima em me ignorar, fingir que eu nem estou ali. Mal quero imaginar a hora de dormir nessa cama de casal... Acho que eu tô pagando meus pecados.

Não fui na sala comer, mas o Apollo, como sempre, trouxe comida pra mim no quarto. A Maria também veio avisar do tal luau na piscina, pra ser sincero eu quis rir quando ouvi, mas tudo bem.

Me preparei pra tirar um cochilo, já que não dormi nada à noite, quando vi a Lua entrando com tudo no quarto. Ela andava de um lado pro outro pegando roupas, não entendi muito bem. Logo depois ela entrou no banheiro e se trocou, vestindo apenas um biquíni e um short. Que horas são?

— A Ma pediu pra te avisar que já vai começar. — a morena falou em um tom sereno.

— Obrigada, Lu. — respondi me sentando na cama, mas vi ela fazer careta pelo apelido.

Ela apenas sorriu pra mim antes de sair do quarto. Meu clima de festa hoje tá zero, mas já que eu tô aqui vou descer pelo menos até o sol se pôr. Coloquei uma bermuda preta qualquer e uma camisa do mesmo tom, peguei um maço de cigarro, um isqueiro e minha caixinha com uns negócios — caso as coisas fiquem insuportáveis demais.

Desci as escadas rápido, escutando o barulho vir de fora. Chegando lá observei meus amigos muito felizes, cantando e se divertindo. Apollo tava com a Triz na piscina e logo me chamou com um manear de cabeça, mas neguei. Fui direto onde as bebidas estavam pra pegar algo pra mim. Brennuz estava lá também.

— Você sabe onde tá o whisky, Mano? — perguntei breve e vi o mais velho franzir o cenho.

— Whisky já? São seis da tarde, tá nem escuro ainda.

— Relaxa, Brennuz. Eu sei beber. — falei enquanto abria o armário procurando a garrafa e acabei achando.

A cara do Brennuz foi impagável quando eu enchi o copo até a boca, bebi metade e depois completei de novo. Eu acho que só assim pra eu esquecer a Lua — talvez nem assim.

— Só vai com calma aí. — ele deu um tapinha no meu ombro antes de sair.

Observei melhor a área da piscina e achei um cantinho meio escondido. é tipo um muro baixo, onde dá pra eu sentar e ficar de frente pro pôr do sol. Fui até lá, não demorando nada pra acender um cigarro.

Ás vezes eu sentia um olhar em mim, e eu sabia que era ela, mas não queria olhar de volta. Eu me sinto culpado pelas coisas que ela passou.

Senti uma presença atrás de mim logo antes do cheiro do tabaco se misturar com o cheiro doce da Lua. Imediatamente apaguei o cigarro, porque sei que ela odeia. Lua se sentou ao meu lado, mas eu não olhei pra ela. Só o fiz quando ela levou sua mão até a minha, tirando de mim o meu copo.

— Eu tô de boa, fica tranquila. — respondi breve estendendo a mão para que ela me devolvesse.

— Isso não é bom pra você. — voltei a olhar pra frente.

— Eu tô bem, Lua. — ela me devolveu o copo e saiu. Depois de alguns segundos voltou com um copo igual ao meu, cheio. — Tá doida?

Tentei pegar o copo dela, mas ela foi rápida e o afastou de mim.

— Se você tá bem, não tem problema eu beber também. — ela deu um gole na bebida, percebi na cara dela o quanto ela odiou.

— Você vai ficar mal, Lu. Tem pelo menos cinco doses nesse copo, se não tiver mais. — estendi a mão para ela, mas ela foi lá e bebeu o copo quase todo. — Tá bom, porra. Eu jogo o meu fora, é isso que cê queria?

cidade lunar 🌙 - tavin mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora