lua castro's point of view.
A Maria e o Brenno simplesmente decidiram que era a melhor ideia do mundo me acordar ás cinco da manhã para ir em uma viagem pro Rio de janeiro que eu já tinha dito que não ia.
— Mano, eu não vou! — falei pela quinta vez só hoje.
— Para de graça, Lua. Até a Gabi vai. Não vou te deixar sozinha nesse apartamento por uma semana. — Brenno explicou.
— Eu fico bem sozinha. — dei de ombros.
— Isso tudo é por causa do Tavin? Ele nem vai. — voltei meu olhar pro chão.
Não é que eu não quero ver o Otávio, eu simplesmente não consigo nem pensar em ver ele. Eu errei em tudo no jeito como terminamos, e a verdade mesmo é que eu nem queria ter terminado. Não pensei direito no que eu tava fazendo, por conta de tudo que vinha acontecendo.
Não adianta ficar remoendo isso agora, eu sei, mas também não consigo só ignorar. Não sair com o pessoal foi a única maneira de nem correr o risco de vê-lo, mas pelo o que o pessoal fala ele pensou o mesmo, já que não sai mais com eles também.
Ontem eu caí no erro de assistir aquele maldito podcast, não perdi um minuto sequer. Ele parecia tão triste e distante, conhecendo ele eu diria que ele tava chapado também. De qualquer forma, ele falou de mim e mostrou uma música muito triste que ele também disse que tinha feito sobre mim. Não queria ter deixado o Otávio tão mal. Eu fiz merda.
— Lua, acorda! — Maria falou enquanto abanava a mão em frente ao meu rosto.
— Oi. — respondi um pouco atordoada. — Cara, eu não quero ir.
— Você não sai de casa, não vive mais, fica enfiada no quarto o tempo todo... Chega disso, Irmã. — bufei, mas tive que aceitar.
O Ônibus ia sair da rodoviária ás seis, ou seja, tenho uma hora para arrumar minha mala, me arrumar e sair de casa. Perfeito.
Peguei roupas de calor, biquínis, uns dois livros e algumas coisas de uso pessoal, como perfumes ou maquiagens. Brenno falou que eles alugaram uma mansão, falou que a casa é gigante e tem piscina, churrasqueira, sala de jogos, sala de cinema e sete quartos. Acho que essa semana vai ser menos pior do que eu estou pensando.
Por algum milagre, consegui terminar tudo a tempo de chegarmos na rodoviária. O ônibus que a gente pegou não tava muito cheio, o que foi ótimo pra mim. São cinco horas até o Rio. No mesmo ônibus que a gente, também estavam Jota, Kakau, Guri, Barreto e a Gabi.
— A gente não anda conversando muito sobre você e o Barretinho, né Gabi? — ela sorriu meio sem graça.
— Parou, jae?
— Aiai, como o amor é lindo. — impliquei um pouco mais com ela.
— E o seu coraçãozinho, Dona Lua Castro?
— Tá batendo, infelizmente. — recebi um tapa. — Aí, sua estranha!
— Para de falar besteira. E para de fugir também, tô perguntando do Otávio.
— A gente não se fala desde daquele fatídico dia. — suspirei.
— E você sente falta dele?
— Toda hora. — respondi simples, mas Gabrielle sabia o peso disso.
Olhei pro lado e vi Maria deitada no ombro do meu irmão, os dois dormindo. Fico feliz que eles tenham um ao outro, mesmo depois de tantos anos de "amizade".
Mal ou bem, eu também tô cansada, então me aconchego no ombro da Gabi tentando descansar pelo menos um pouco.
• quebra de tempo, no rj. •
Assim que o uber nos deixou em frente ao condomínio, meu queixo foi no chão. As casas são lindas e gigantes. A casa que os meninos alugaram fica logo no início, então foi de boa entrar com as malas e tudo mais. Na garagem tinha um carro preto, grande e que eu nunca vi antes.
— De quem é esse carro? — perguntei pro Brenno.
— Apollo. — ah, faz sentido.
— Bate lá na porta, Lua. Pede pra ele abrir a porta de trás pra gente entrar com as malas. — minha cunhada pediu indo lá pra trás de novo, carregando as malas com ajuda do Barreto e Guri.
Fui até a porta da frente e dei duas batidas. Quando a porta se abriu, dei de cara com a única pessoa que eu não esperava e não queria ver: Otávio. O garoto estava com um cigarro entre os dedos, vestindo uma roupa completamente preta. O cheiro dele, misturado ao do cigarro me deixou inebriada por alguns segundos.
— Lua? — a expressão dele era confusa, mas também consigo ver um leve sorriso em seus lábios.
— Otávio? — a única coisa que passava pela minha cabeça era matar a Maria.
— Eu não sabia que você vinha.
— Eu... E-eu não vinha. — respondi pigarreando no meio da frase, a fumaça me dá alergia.
— Desculpa. — o mais velho apagou o cigarro. — Vem, entra.
— A PORTA! — ouvi Maria gritando de longe.
— Ah, a Maria pediu pra abrir a porta de trás. — Apollo estava na sala também e foi na cozinha abrir.
— Oi, Lua. Tudo bem? Eu sou a Triz. — ah, ela é a namorada do Apollo.
— Oi, é um prazer, Triz. Você é linda. — a morena sorriu abertamente para mim.
— Lua, o Brenno tá perguntando onde você colo... Otávio? — Gabi é muito expressiva, não sabe disfarçar a cara.
— Oi. — ele respondeu um pouco sem graça.
— Oi. Tá bom, eu vou falar pro Brenno que você não sabe. — a loira saiu da casa de novo.
O clima estranho durou pouco já que todo mundo invadiu a sala para fazer uma bendita divisão de quartos que a Maria quis. Não demorou muito pro Magrão e a Lili chegarem, só faltava o Bask, que ia chegar de noite.
— Bom, os quartos ficaram eu e o Brennuz, Barreto e Gabi, Lili e Magrão, Apollo e a Triz, Jota e Kau, Guri e Tavin, Bask e Lua. — eu não falo muito com o Bask, mas pelo menos não tô com o Otávio.
— Quer trocar, Lua? — Guri perguntou no meu ouvido. Olhei pro Otávio antes de voltar minha atenção pro Guri de novo.
As crises de pânico do Otávio. Tipo, eu sei como ele se sente mal quando alguém vê ele assim, mas sei também que ele nunca separaria o Apollo da Triz por conta disso. Sendo sincera, no fundo eu queria mesmo ficar com o Otávio, meu sono é muito mais tranquilo ao lado dele.
— Posso trocar com o Guri? — perguntei alto pra Maria.
— Pode. — Ela me olhou surpresa e vi o Tavin soltar o ar, relaxando.
— Valeu. — ele mexeu a boca, sem som, do outro lado da sala e eu apenas sorri sem mostrar os dentes.
Fomos levar as malas pro quarto, eu e o Tavin não trocamos nenhuma palavra. Gabi disse que íamos pedir comida, mas depois teríamos que sair pra fazer compras. A Ma inventou um luau hoje a noite também. Chega a ser irônico, viu?
Mais um belo dia na minha vida.
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cidade lunar 🌙 - tavin mc.
Fanfiction"Ela mora na lua E as vezes vem me visitar Pra me lembrar do azul do infinito Diz que eu não to sozinho e Que eu só preciso rimar..."