ano novo, vida nova.

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otávio bortoli's point of view.

Estamos reunidos na praia, falta cerca de meia hora pro ano chegar ao fim. A maioria de nós está usando branco, menos Lua, ela está usando uma roupa com detalhes azuis.

Os dias depois do Natal foram incríveis, não poderiam ter sido melhores do que isso inclusive. O Barreto e a Gabi estão com a gente hoje também. Pensamos em só ficar em casa, mas pelo amor de Deus, estamos no Rio de janeiro.

— Ansioso? — Lua chegou me abraçando.

— Não muito. Estou feliz. — tirei um cacho do seu rosto. — Você tá tão linda, Lu.

— Te amo. — sussurrou no meu ouvido, eu apenas a puxei para mais perto como resposta. — Vamo ali perto do mar comigo?

— Vamo. — caminhei com ela até perto do mar, a brisa fez seus cachos voarem.

No Natal, entreguei um pingente de casa pra ela. Lua não entendeu nada, inclusive ela já me perguntou disso várias vezes. Nas semanas antes de viajarmos, Lua me acompanhou nas visitas as casas que eu tava querendo comprar. Teve uma em específico, que parecia que ela ia explodir de felicidade. É uma casa consideravelmente grande, são cinco quartos, sendo uma suíte. A casa é enorme e arejada. A área externa tem churrasqueira, piscina e uma parte com grama também. Ela comentou que era a casa perfeita pra uma família crescer, eu não me aguentei.

Prometi a mim mesmo que só falaria disso com ela na virada do ano, quero começar dois mil e vinte quatro com boas notícias. Faltam dez minutos e eu não tô dando conta de ficar quieto mais.

— Vida? — chamei ela, mesmo a gente estando abraçado.

— Oi. — respondeu ainda com a cabeça escorada no meu peito.

— Eu comprei um presente pra você. — a morena me olhou com dúvida. — Sabe aquela casa que a gente viu num condomínio bom lá em São Paulo?

— Lembro sim. — permaneceu me olhando.

— Comprei pra gente. — sorri meio sem graça.

— Como? — seus lindos olhos verdes estavam arregalados. — Você comprou a sua casa baseado no que eu gostei?

— Não. Eu comprei a nossa casa, perfeita pra você. E se você tá feliz eu também tô, então. — dei de ombros.

— Você é um bobo, eu queria um pedido de casamento! — ela fez piada.

— Mas isso é um pedido de casamento. Quero que vá morar comigo o quanto antes, se você quiser claro, mas também quero uma cerimônia. — Lua continua me olhando sem acreditar. — Rápido demais?

— Não! — riu alto. — É que eu não esperava isso assim...

Segurei a pulseira dela e procurei a casinha que tinha comprado. Ela apenas sorriu abertamente pra mim e me abraçou forte. Voltamos rápido para onde o pessoal estava, porque a contagem já ia começar.

— DEZ, NOVE, OITO, SETE, SEIS... — me agarrei a Lua em um beijo. — FELIZ DOIS MIL E VINTE QUATRO!!

— Eu amo você, Minha Lua!

— Amo você! — passou a mão no meu rosto.

— FELIZ ANO NOVO! — Barreto chegou na gente gritando e nos abraçando. — Ih, atrapalhei o momento?

— Atrapalhou nada não, Barretinho. — Lua abraçou o mais velhos.

Fomos cumprimentar o pessoal e conversar sobre banalidades. Preferimos aproveitar o movimento para ir pra casa já, assim ainda poderíamos voltar a pé.

O caminho de volta foi maravilhoso como sempre. Barreto tropeçou e caiu de cara no chão, minha sogra e minha mãe quase morreram de rir dele tadinho. A Liv cansou depois de três passos e pediu pra eu carregar ela nas costas, eu aceitei claro. Gabi e Lua quiseram parar numa sorveteria vinte quatro horas pra comer açaí. Maria e Brennuz estavam super cansados, já que inventaram de praticamente madrugar na véspera do ano novo.

Quando enfim chegamos, parecia que um caminhão tinha me atropelado, a Lívia tá ficando grande demais pra eu fazer essas vontades dela.

Como sempre, nossas mães foram as primeiras a subir, seguidas de Lívia e Catarina. Sobramos apenas eu, Brennuz, Maria, Lua, Gabrielle e Barreto.

— Tô animada pro próximo ano! Vai ser foda. — Maria comentou se aconchegando no colo do meu cunhado.

— Eu concordo. Não vejo a hora de começar a faculdade. — Gabrielle ia começar a cursar psicologia nesse ano.

— Você vai arrasar, Amiga. — como sempre, Lua incentivando a Gabi.

— Eu vou me casar com a Lua, então sei que vai ser o melhor ano da minha vida. — dei de ombros.

As meninas e o Barreto fizeram logo uma expressão animada e chocada. O Brennuz fechou a cara, como sempre, mas eu acho que no fundo ele gosta de mim.

— Casamento? — ele perguntou.

— Uhum. — Lua concordou. — Eu tô incrivelmente feliz, Brenno. — meu peito se aqueceu.

— Meu Deus, eu não acredito que minha melhor amiga vai se casar! — os olhos da loira estavam marejados.

Vendo a interação das duas, senti muita vontade de ligar para o Apollo. Quando eu fiquei afastado da Lua, se ele não tivesse cuidado tanto de mim, acho que eu teria morrido. Preciso contar pra ele.

— Vou ali ligar pro Apollo. Já volto. — levantei do sofá sentindo minhas costas doerem, mas deixei pra lá.

Fui na área externa da casa, me sentei no mesmo muro do dia que Lua voltou a falar comigo. Procurei o contato dele e como sempre não levou nem dois toques pra atender.

— FELIZ ANO NOVO, PORRA! — o japonês gritou no meu ouvido.

— Feliz ano novo, Mano. Você tá sóbrio? — escutei o outro rir.

— Eu não sou tu não. Cachaceiro. — mas é um idiota mesmo.

— Vai se fuder, Japonês. — rimos mais um pouco, até um silêncio se fazer na ligação. — Vou casar, Irmão.

— Mentira, Mano? É sério?

— É sério. Vou casar com a Lua, caralho! — exclamei feliz.

— AE, MANOO. NÃO ACREDITO! TRIZ O OTÁVIO VAI CASAR. — ri da animação do meu amigo. Eu ficaria assim por ele também. — Que notícia foda, vocês são feitos um pro outro!

— Somos mesmo. Obrigado por tudo, Apollo. Se você não tivesse cui... — meu amigo me interrompeu.

— Esquece isso, Filhão. O que importa é que tu vai casar. Te amo.

— Te amo, Irmão.

Conversamos sobre algumas amenidades, mas logo desligamos a ligação.

Meu sorriso continua estampado no rosto. Eu vou casar com a Lua!

cidade lunar 🌙 - tavin mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora