nó de ligação.

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otávio bortoli's point of view.

Chegou o grande de dia do lançamento de "Nó de ligação", finalmente. Com todo o reconhecimento que eu ganhei na internet no último mês, vai rolar até uma festa de lançamento chique. Não pensei que eu fosse ficar tão ansioso assim, mas é uma ansiedade boa.

Minha mãe e minha irmã vieram, meu pai obviamente nem me respondeu. Não fico mais chateado por não falar com ele, tô acostumado com a ausência já. Porém não vou deixar esses pensamentos tomarem meu dia, tem um monte de coisa boa pra acontecer hoje ainda.

Ontem eu colei na Norte e fui o campeão da edição. A Lua tinha me prometido que ia, mas ela desistiu de última hora e isso foi motivo pra uma briga.

Não sei se eu estou sendo infantil, mas fico mal com essas pequenas coisas. Nossa relação tá estranha já tem algumas semanas e parece que ela não se esforça nada pra mudar. Eu já tentei de tudo, mas não adianta.

Mesmo com toda a situação de merda, não vou lembrar disso hoje. "Nó de ligação" é sobre a Lua, ela é a musa dessa música e de todas as outras que virão, então por hoje vou esquecer tudo isso e agir normalmente.

Acabei de chegar no apartamento, ela ainda tá dormindo no quarto do irmão, mesmo que sejam quase duas da tarde e todos já estejam acordados. Fui até o quarto pra acordar ela, mas ela tava sentada na cama quando eu entrei.

— Bom dia, Amor. — deixei um selar na testa dela e me sentei ao seu lado.

— Bom dia. — sorriu. — Sobre ontem, me desculpa, Amor. Eu prometo... — interrompi ela.

— Que não vai se repetir. Eu sei, tudo bem. — fiz um carinho no seu rosto. — Hoje é um dia muito importante, então não vamos falar de coisas ruins, certo?

— Certo. — Lua me deu um abraço bem forte. — Tô animada pra hoje a noite, Gato. Vai ser o melhor evento.

— Com toda certeza! — dei um selinho nela. — Agora vamo descer, que a Gabi tava fazendo o almoço.

— Meu Deus, quem deixou? Ela vai colocar fogo no apartamento! — dei uma gargalhada sincera.

— Calma, Amor. O Barreto tá com ela.

— QUE? Meu Deus... — ela saiu me puxando pro andar de baixo.

Chegando lá o pessoal tava sentado na mesa já, pronto pra começar a comer. A Lua verificou todas as comidas pra ter certeza que eles não queimaram nada. No fim a comida tava ótima, mas Lua não comeu mesmo assim. Ela tava comendo uma salada de frutas.

— Tem certeza que isso é o suficiente, Amor? Come um pouquinho, tá gostoso.

— Ih, esquece. Essa ai tá assim agora, são duas refeições por dia e só. — Gabrielle comentou de um jeito banal, mas eu fiquei realmente preocupado.

— Eu tô bem, relaxa. — Lua me deu um selinho e continuou comendo a salada.

Assim que acabamos de almoçar, recebi a ligação do pessoal do evento me confirmando que tava tudo certo. A cada minuto fico mais animado. Minha mãe e minha irmã já devem estar chegando, então preciso ir pra casa logo. Tava só esperando a Lua pegar as coisas dela e se trocar. Ela vai dormir lá em casa, então vou levar a mochila dela enquanto ela fica no salão de beleza fazendo o cabelo.

Mesmo ficando em silêncio no carro, o clima parece mais ameno que nas últimas vezes. Talvez tenha sido só uma fase ruim e as coisas estão começando a se ajeitar, não? Enfim, eu espero que tudo se ajeite.

Estacionei em frente ao salão bem no horário.

— Promete que não vai destruir meus cachinhos? — fiz biquinho.

cidade lunar 🌙 - tavin mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora