amigos, claro.

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lua castro's point of view.

Essa viagem para o Rio foi a melhor ideia que alguém poderia ter tido, que bom que eu vim. Já estamos aqui faz seis dias e eu acho que nunca me diverti tanto na vida como na última semana.

Fomos pra um rolê que o Barreto ficou bêbado, ele chorou horrores e a Gabi quase morreu de rir nesse dia. Meu irmão tá bem melhor do que no início da viagem, ele parece mais leve, como era antes de tudo que rolou. Nós não temos nos falado muito, mas está tudo bem entre a gente.

Maria e eu marcamos de ir ao salão hoje, ela vai colocar tranças e eu vou hidratar e cortar meu cabelo. Decidi finalmente que vou deixar ele cacheado, coisa que não aconteceu na última semana. Gabi vai acompanhar a gente também. Lili e Triz já tinham combinado de ir á praia.

Por aqui tá tão bom que pensamos em estender a viagem, mas alguns dos garotos tem batalhas importantes para cumprir e a Maria tem gravação em São Paulo essa semana. Infelizmente não vai dar pra ficar mais tempo.

— Tá pronta, Lua? — Ma perguntou da porta do quarto, num tom baixo, porque o Otávio tava dormindo.

— Uhum. — respondi no mesmo tom. Deixei um selar na testa do Tavin antes de sair do cômodo.

— Ah, o amor... — Maria debochou.

— Saí, Boba. — empurrei ela de leve.

— Não pense que escapou de me contar essa história não, Lua. Eu ainda quero saber muito bem o que rolou nessa conversinha de vocês dois. — minha cunhada semicerrou os olhos.

— Isso vale pra mim também, Lua Castro. — Gabi ameaçou, me assustando porque surgiu do nada.

— Credo, Mana. Tu saiu de onde? — a loira riu.

— O Brenno vai levar a gente, vamos? — todas concordamos indo em direção ao carro do Apollo.

Apenas Apollo e Magrão vieram de carro, então meio que todo mundo tá usando os carros deles. Chegando no carro preto, vi Brennuz já sentado no banco do motorista.

— Por favor me diz que esse carro é automático, não confio no Brenno.  — debochei dele.

— Meu carro é manual sua tonta. Da próxima vez que pedir carona, vou te deixar a pé. — me deu língua.

— Tamo ficando atrasadas, vamo logo. — Ma colocou o cinto, me lembrando de fazer o mesmo.

O salão, que eu e Gabi frequentamos sem falta desde nossos dez anos, fica perto da nossa antiga casa. Brenno disse até que consegue fazer um caminho diferente na volta, para mostrar pra Maria onde nós morávamos antes de irmos pra SP.

A Dona Lucia, proprietária do salão nos conhece há muitos anos. Era uma grande amiga dos meus avós. Ela ficou muito feliz quando liguei para marcar um horário lá hoje, disse que abriria até espaço na agenda pra gente. Ela não estava presente hoje, pois teve que viajar para um curso de cortes atualizados, mas prometeu ir em São Paulo nos visitar qualquer hora.

Chegamos no salão por volta das duas da tarde, sairemos daqui só à noite, considerando que leva oito horas pra trançar o cabelo da Maria.

— Bom, — a cara dela já entregava o assunto que ela ia iniciar. Otávio. — já que tamo com tempo, né Gabi? — a loira concordou sorrindo. — Vamo falar sobre você e o Tavin, Lua!

— Vocês são terríveis. — balancei a cabeça negativamente.

• flashback on •

Acordei abraçada com o Otávio mais uma vez. Nós não conversamos sobre nossa relação e também não estamos nos tratando normalmente, mas dormi abraçada com ele nos três dias que estamos aqui.

Hoje ele acordou antes de mim, mas permaneceu na cana até que eu acordasse, o que me deixou um pouco constrangida. Querendo ou não, essa coisa da gente mal se falar e dormir abraçado é estranha.

— Bom dia, Lua.

— Bom dia, Otávio. — respondi gentil antes de me afastar dele.

— Será que a gente pode conversar? — os olhos castanhos dele pareciam suplicar por um "sim".

— Podemos. — sentei de frente pra ele. — Eh, fala.

— Me desculpa por não ter percebido que você tava sofrendo ataques e ter ficado postando as coisas, não quero nem imaginar como você se sentiu ou o que te falaram. Mas é tudo mentira, Lua. Você é incrível e eu nem mereço alguém como você. — a voz embargada do loiro quebrou meu coração.

— Eu que tenho que te pedir desculpas... Eu fui tão imatura. — passei a mão na minha nuca, morrendo de vergonha pelo que fiz.

— Você tava machucada. Eu devia ter te ligado no dia seguinte, Lu. — segurei a mão dele.

— A gente ficar criando suposições sobre como deveria ter sido não vai resolver nossos problemas, Otávio. Pra mim tá tudo bem entre a gente agora e nós podemos ser amigos. — sorri.

— Eu não quero ser só seu amigo, Lulu. — Otávio estava sorrindo de verdade, o que me deixou feliz. — Mas eu posso aguentar, por enquanto. — sorri sem graça, desviando o olhar.

— Tudo bem, vamo com calma, Otavinho. — dei um abraço demorado nele, que deixou um selar no meu pescoço.

— Obrigado por tudo, Lua. — beijei sua bochecha antes de levantar pra começar meu dia.

Mal sabe ele que eu também nem quero ser só amiga dele...

• flashback off •

— E bom, isso foi domingo. Desde então a gente tá cada  vez mais próximos, mas não rolou nada.

Maria e Gabi se entreolharam como se quisessem dizer algo, mas não o fizeram. Elas apenas me zoaram um pouco mais pelo fato de eu e o Otávio tentarmos ser amigos. Segundo a Maria isso não tem a menor chance de dar certo.

Mandei os pensamentos sobre a gente pra longe e resolvi navegar pelo Tiktok. Foi inútil já que a cada três videos dois eram edits sobre mim e o Tavin. Desde aquela situação no Podmestre as pessoas decidiram entender finalmente que eu e ele nos amávamos e nos fazíamos bem.

Agora somos o casal queridinho da cena e nem um casal nós somos mais.

Meu cabelo já tava pronto, ficou perfeito demais. Ficou super macio e super definido. Meu cabelo ficava mais ou menos na altura da minha bunda, agora fica no meio das costas, mas eu amei.

Agora são mais ou menos seis da tarde, tô levando a sério a ideia de tirar um cochilo aqui mesmo. Olhei mais uma vez pra Maria, pra ver se faltava muito, e pelo que eu vi falta praticamente metade da cabeça dela ainda.

— Cunhada, se você quiser ir embora não tem kao não. Tu tá quase dormindo ai, toda torta.

— Eu fico aqui com a Maria até ela acabar, Amiga.

— Certeza? — não ia negar que eu tô morrendo de cansaço.

— Claro.

— Vou ligar pro Otávio, então. Pro Brenno não ter que vir aqui duas vezes.

Amigos, claro! — Maria zoou.

— Te odeio, Cunhada. — mandei dedo do meio pra ela.

— Também amo você, Pequena. — fez um coraçãozinho.

Doidinha essa que eu arrumei como cunhada.

cidade lunar 🌙 - tavin mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora