de volta ao início.

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lua castro's point of view.

Que merda de dia desastroso!

Desde que meu pai morreu as coisas ficam cada vez piores na minha vida. Não lembro a última vez que vi meu irmão dar um sorriso, a Catarina só sai de casa pra ir a aula e mal me atende, minha mãe também só passa o dia todo em casa olhando a tv e eu não consigo falar sobre meus sentimentos com ninguém.

Os ataques na internet não fazem mais tanta diferença, até porque agora eu já sei de cor todas as ofensas que eu poderia receber.

Hoje eu tive uma discussão com o Brenno, ele descobriu que eu menti sobre os ataques que eu vinha recebendo. Nos desentendemos. Eu já não ando muito bem, então depois que o Brenno saiu de casa para ir ao estúdio eu simplesmente comecei a chorar muito. Parecia que todos os momentos ruins estavam vindo a tona.

Minha relação horrível com o Otávio, a Morte do meu pai, o ódio na internet...

Finalmente minha mente chegou na exaustão total, não tenho mais energia nenhuma.

A Maria, como sempre, ficou cuidando de mim. Eu e ela criamos uma ligação incrível nos últimos tempos.

A merda toda foi quando o Otávio chegou aqui. Eu não tava com raiva dele nem nada, mas eu também não aguentava mais ver a feição triste dele todas as vezes que ele tentava me trazer pra perto. Eu tava acabando com ele. Depois que toda minha crise passou, eu quis mandar mensagem me desculpando e prometendo que eu melhoraria, mas Maria me impediu. Ela disse que eu estaria mentindo, e o pior é que eu estaria mesmo.

Agora são mais ou menos umas dez horas da noite, eu tô deitada com o Barreto e a Gabi aqui no quarto deles. É >deles<, porque a grande novidade da Gabi era que ela viria morar aqui. Os planos eram que ela viesse só em duas semanas, mas com tudo que foi rolando ela decidiu ficar direto mesmo e o Barreto obviamente cedeu o quarto pra ela né.

Estamos vendo filmes já tem um bom tempo. Eu sentei logo no meio deles, porque se eu visse qualquer demonstração de afeto eu ia voltar a chorar e pensar no Tavin, e isso não era uma opção no momento.

— Bom casal, eu vou pro quarto do Brenno, parar de empatar a foda de vocês. — disse me levantando.

— Você não tá incomodando, Lu. — minha cara deve ter denunciado aonde o apelido me levou. — Lua! — corrigiu.

— Tudo bem, Amiga. — sorri levemente. — Boa noite, Pombinhos! — falei já dá porta.

— Boa noite, Mini Lua. Te amamos. — joguei um beijo no ar antes de sair do quarto.

O corredor tava vazio e escuro, mas não silencioso, porque eu ouvia as risadas no quarto do Brennuz. Entrando lá estavam Jotapê, Kakau, Maria, Brennuz e Guri. A primeira reação do meu irmão foi acenar com a cabeça para que eu me juntasse a eles, o que me deixou tranquila.

Mesmo triste por conta do Otávio, os meninos conseguiram me divertir um pouco.

• quebra de tempo, duas semanas. •

otávio bortoli's point of view.

Eu não vejo a Lua desde aquele dia, ela também não me mandou mensagem nenhuma no dia seguinte e nem tentou me ligar. Entrei no instagram dela pelo menos umas dez vezes todos os dias, mas não achei nada de relevante, apenas o fato dela ter arquivado todas as fotos do perfil.

Minhas crises voltaram dez vezes piores, não tem nada que resolva isso. Agora eu vivo chapado, minha mãe e minha irmã mal me veem e eu fico a maior parte do meu tempo no meu quarto ou com os moleques — Bmo, Thiago e Apollo.

cidade lunar 🌙 - tavin mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora