cidade lunar 🌙 - tavin mc.

problemas no paraíso?

lua castro's point of view.

Desde o dia em que o Otávio postou aquela foto nos stories, minha vida se tornou um inferno. Não paro de receber ofensas em todas as redes sociais, já que depois daquilo ele chegou a postar outros videos onde eu apareci, e ainda estamos brigando por qualquer coisa.

Hoje o grande motivo é porque tem Batalha da Norte e eu não quero ir. Meu irmão tá dando um tempo das batalhas e tá ficando mais pelos estúdios, confesso que tenho passado muito tempo com ele e a Maria. Não é que eu não queira ficar com o Otávio, mas sempre que a gente tá junto é briga agora. A gente não tá falando a mesma língua.

— Eu só não tô no clima, Cara. Semana que vem eu prometo que vou. — falei passando a mão na cabeça.

— Amor, você que me pilhou pra voltar e você nem aparece mais nas batalhas, poxa. — o mais alto segurou minhas mãos. — Você tá se afastando de mim, Lua.

Eu consegui ver a chateação nos seus olhos por conta disso. E a pior parte é saber que ele está certo, eu tô me afastando mesmo.

Não é sobre ele, mas as ofensas tão cada vez piores, assim como nossas brigas. Não sei o que fazer pra melhorar a situação.

Também não contei pra ele sobre os ataques, porque não quero que ele se sinta culpado por isso. Sabe, não é culpa dele.

— Eu tô cansada, Amor. Por favor, eu não quero ir. — me afastei do toque dele, para me recostar na parede.

— Tudo bem, Lua. — ele levantou do cama. — Até amanhã, então.

— Amanhã não dá, vou pro estúdio com o meu irmão e a Ma.

— Posso te levar pra jantar? — suspirei em derrota.

— A Gabi chega amanhã a noite, Otávio. — a risada irônica invadiu meu peito como uma facada. — Desculpa.

— Não, relaxa. Então até qualquer hora. — ele saiu do quarto fechando a porta.

Como saímos da relação mais amorosa pra essa merda em duas semanas? Não é possível.

Escutei a porta se abrir, era a Maria. Por mais que eu não tivesse muito afim de conversar agora, sei que a Maria pode me ajudar. O Brennuz já tentou, mas é diferente.

— Eai, Irmãzinha? — ela deitou na cama e deu duas batidinhas no colo dela pra que eu deitasse e assim eu fiz. — Porque seu namorado saiu daqui com os olhos cheios de lágrimas pela terceira vez na semana? — senti um cafuné no meu cabelo, mas também senti uma lágrima teimosa escorrer.

— A gente só tá discutindo agora. Desde aquela merda de foto. — limpei meu rosto.

— Vai melhorar, Cunhada. Tenho certeza que é só uma fase ruim. — não parece.

— Eu não sei. Tá ruim até de conversar normalmente, não consigo. — Maria franziu o cenho.

— Certeza que não tem nenhuma outra coisa acontecendo? Você tá distante até com a gente, Lua. — tem, mas eu não quero falar.

— Tá tudo bem.

Fiquei no colo da Maria por mais um tempão, até meu irmão se juntar com a gente. Fiquei abraçada com eles a noite toda, mas depois fui pro quarto do Barreto, pra deixar o casal a sós.

Eu e o Barreto temos nos aproximado bastante, nas últimas semanas. Ainda mais com essa paixãozinha dele e da Gabi, ela fala dele toda hora. Às vezes, quando a Ma vem pra cá, eu durmo no quarto dele, é só o Barretinho mesmo. O Otávio não se incomoda e sei que Gabi também não.

Enfim, tentei dormir, mas tava impossível. Mesmo sozinha no quarto, parecia que tinham milhares de vozes na minha mente, e elas tão repetindo todas aquelas frases que eu leio o dia todo...

"Ela é uma puta, só tá com o Tavin por dinheiro"

"Tomara que você morra"

"Você é nojenta, gorda e horrorosa"

"O Tavin tá com ela por pena"

"Pelo visto a puta de São Paulo é a irmã do Brennuz"

"Essa tal de Lua também vive se jogando pra todo mundo"

"Piranha"

"Se eu vejo ela na rua eu meto a porrada"

É exaustivo ler isso todos os dias, sempre. Meus amigos sabem do hate, mas eu juro de pé junto pra eles que não tô lendo e nem usando minhas redes, mas eu tô. Eu não fiz nada de errado, eu simplesmente tava na minha sendo feliz com o Otávio. Mas acho que isso acabou.

O barulho da porta da sala sendo aberta me assustou e me despertou. Desci pra falar com o Barreto e com o Jota, mas encontrei também o Otávio.

Os meninos começaram a tagarelar animados assim que me viram na sala. A final foi Jotapê x Barreto, pelo que eles falaram foi o máximo.

— Legal, Meninos. — sorri um pouco.

— O Guri tá dormindo já, Lua? — Jota perguntou.

— Acho que não, mas ele tá no quarto.

— Vamo lá, Kauã. — os dois subiram as escadas e eu fiquei sozinha com o Tavin.

Caminhei até ele e o agarrei num abraço, como se não fosse soltá-lo nunca. O mesmo retribuiu apoiando o queixo no topo da minha cabeça. Fiquei tranquila por ter pelo menos uns minutos de paz no abraço dele.

— Me desculpa por hoje mais cedo? — perguntei olhando pro rosto dele, mas sem me soltar do abraço.

— Não tem problema. — ele deixou um selar na minha cabeça e se afastou um pouco. — Vou pra casa, tá? Se cuida.

— Vai sem me dar um beijo? — Tavin sorriu fraco e me beijou, mas foi um beijo comum, no automático. — Eu amo você, jae?

— Também amo você, Princesa. Eu te ligo. — me deu um selinho e logo depois saiu.

Sentei no sofá cansada de tudo que vem acontecendo. Quis ligar pra Gabi, mas acabei achando melhor mandar mensagens mesmo.

•••

conversa privada com "minha loira🫠🤍"

oi, amiga
tá animada pra amanhã?
tô morrendo de saudades
(o barretinho também tá)

oi, lua
não consigo nem dormir
nem acredito que vou ver vocês amanhã

finalmente, eu achei que ia morrer de saudades

dramática kkkkkkkk
e eu tenho novidades, tá?
você vai amar!

agora que eu morro de ansiedade mesmo

para boba
aq, vou dormir
até amanhã, irmã

até amanhã, minha loirinha
amo você

amo você o dobro

•••

A única coisa que se manteve intacta nesse caos todo, foi minha amizade com a Gabi. Não sei o que seria de mim sem essa doida.