isso é um adeus?

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lua castro's point of view.

Eu não tô sentindo dor, eu não tô sentindo nada. A Catarina tá gritando no meu ouvido desesperada há uns dez minutos já, mas eu não consigo responder. Tudo que ela diz parece muito confuso e triste pra mim. Nunca imaginei isso acontecendo, não desse jeito.

Nosso pai passou mal, não entendi ao certo o que aconteceu, mas ela disse que ele infartou em casa e a emergência tinha demorado muito pra chegar. Não passava nada pela minha mente, só que ele tinha morrido.

O Otávio entrou no quarto, me encontrando sentada na cama olhando fixo pra frente. Eu ouvi ele falar algo, mas não sei exatamente o que. A Cat não tá sendo clara, eu não tô entendendo.

— Ele morreu? — o Otávio arregalou os olhos.

— Não, não. Ele tá no hospital. — consegui respirar de novo.

— Me manda o endereço e fica calma, vai ficar tudo bem. — encerrei a chamada ainda anestesiada com a situação.

— Lua, o que aconteceu? Quem morreu? — voltei minha atenção pra ele antes de cair no choro. — Amor? — o mais alto me abraçou forte.

— Meu pai, Otávio! Ele tá no hospital. E se ele morrer com raiva de mim?

— Isso não vai acontecer, Princesa. Você quer que eu te leve no hospital? — apenas concordei com a cabeça.

Fui me trocar ainda chorando, não consigo parar. Só de pensar que meu pai pode morrer com raiva de mim e do Brenno...

Meu Deus, o Brenno!

Não acredito que eu vou ter que contar isso pra ele. Bom, melhor eu do que a Cat no estado que ela tá. O Otávio ficou pronto bem rápido e logo saímos em direção ao carro. O hospital era perto de onde eles tão morando, então fica longe da casa do Otávio. Fiquei encarando o chão por uns dez minutos até tomar coragem pra ligar pro Brenno.

— Irmão? — eu tava tentando disfarçar a voz embargada.

— Oi, Lua. Tudo bem? — porra, ele tá com a voz toda animada.

— Você tá sozinho?

— Não, ué. A Maria tá aqui, porque? — suspirei.

— Passa pra ela, por favor? — ele resmungou algo, mas passou o celular.

— Oi, Amore. Que foi?

— Cunhada, me promete que não vai deixar o Brenno sair com o carro e cometer uma loucura! — pedi já chorando.

— Porque? Aconteceu alguma coisa?

— Me promete, Maria! — pedi mais uma vez.

— Tudo bem, eu prometo. Quer que eu passe pra ele? — murmurei um sim.

— O que aconteceu, Irmã?

— O nosso pai passou mal, Brenno. Ele tá no hospital agora, pelo que eu entendi foi bem grave. — funguei e limpei minhas lágrimas. — Acho que ele pode...

— Tudo bem, eu entendi. — a voz dele saiu fraca. — Qual hospital? Eu vou pra lá.

— Eu tô no carro com o Otávio. Vou aí te buscar. — olhei pra ele, pra ter certeza que não teria problema, e ele balançou a cabeça dizendo que sim.

— Tá. — a voz dele tá bem embargada. — Amo você.

— Também te amo, Brenninho. — encerrei a chamada e voltei a chorar tudo de novo.

Estávamos perto do apartamento já, então não demoramos pra chegar. Ele, a Maria e a Gabi estavam parados em frente a portaria. Meu irmão tá visivelmente abalado, muito abalado.

cidade lunar 🌙 - tavin mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora