Capítulo 11

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     HARRISON FLINT


Acordei com o som de uma notificação no meu celular. Peguei o aparelho, e cerrei os olhos, expulsando o sono e me esforçando para ler o que a mensagem dizia. Eu havia acabado de realizar uma compra no valor de seis dólares em um dos meus cartões de crédito. Mas que porra? Olhei em volta, confuso, e foi quando notei que Isabella não estava na cama ao lado.

— Isabella? — Nenhuma resposta veio do banheiro. E suas roupas não estavam no quarto. — Merda!

Joguei os cobertores para o lado e levantei da cama. Em seguida, fiz tudo o mais rápido que pude. Mijei, lavei o rosto, e escovei os dentes. Havia apenas uma escova de dentes ali, e estava fora do pacote e um pouco úmida, então, presumi que Isabella a tivesse usado quando acordou. Era isso, ou ela tinha mergulhado na água da privada como vingança antes de pegar o meu cartão e fugir de novo. Decidi não pensar muito sobre as possibilidades quando escovei os meus dentes com ela.

Tirei aquele roupão e vesti minhas roupas apressadamente. Estava terminando de calçar os sapatos quando o alarme do meu carro soou. Era só o que me faltava! Peguei o celular da Isabella em cima da mesinha antes de sair, e corri em direção ao estacionamento. Eu esperava encontrar um drogado ou trombadinha tentando roubar o meu carro, no pior dos casos, a polícia havia descoberto o conteúdo da minha mala, mas a cena que encontrei foi completamente diferente. Um carro bateu contra a traseira do meu carro, o que ativou o alarme e fez com que a mala fosse aberta. Simplesmente perfeito! Logo ao lado, em um pequeno terraço coberto em frente ao estacionamento, um homem estava em cima da Isabella no chão, tentando estrangulá-la. Isso só poderia ser algum tipo de pesadelo esquisito e eu ainda estava dormindo. Não era possível!

Lancei um rápido olhar para o meu carro, me certificando de que não havia nenhum curioso por perto para olhar o que havia nele, e corri até Isabella, puxando aquele filho da puta de cima dela pela gola da camisa e o acertando com um soco certeiro. Ele caiu no chão a alguns passos de distância de mim e soltou um grito de raiva. Iria até Isabella para ver como ela estava, mas o bêbado fez a péssima escolha de não permanecer no chão e se levantou, tentando, sem sucesso, me acertar. O cheiro do álcool atravessou minhas narinas, me causando uma momentânea dor de cabeça, mas eu logo me recuperei e o acertei com um outro soco, apenas por raiva. Então outro, e depois mais um. Quando percebi, já havia perdido o controle da situação e me entregado completamente as minhas emoções, praticamente sendo possuído pelo ódio. Tudo o que eu via era vermelho.

— Harrison, está bom. Para! Você vai matar ele! — Isabella tentou me segurar pelo braço, mas eu apenas continuei.

— É o que esse pedaço de merda merece!

Outro soco e depois mais um. Era o que ele merecia por sequer ter tocado nela. Sangue escorria pelo seu rosto e os meus dedos, mas eu não conseguia me importar.

— Harry, as pessoas estão olhando!

Ela falou quando eu o atingi com mais um soco. E foi como se algo se estalasse em minha mente. Olhei para o lado e vi que algumas pessoas se aproximavam curiosas. Se elas pegassem os seus celulares e começassem a filmar, eu estaria em grandes problemas. Larguei aquele bêbado inútil no chão e me voltei para Isabella, minha mão doía pra caralho, mas a dor pareceu irrelevante quando eu vi que ela estava chorando.

— Você está bem?

— Estou. — Respondeu.

Mais duas lágrimas desceram pelos seus olhos, porém, ela parecia alheia a esse fato. Talvez estivesse em choque.

— Você está chorando.

Ela tocou a própria bochecha, e pela expressão de surpresa que surgiu em seu rosto, ela realmente não tinha percebido que começara a chorar.

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