ISABELLA MARTINS
Dizer que eu estava cansada seria um eufemismo, eu estava exausta. Nunca pensei que sexo pudesse ser tão prazeroso e tão cansativo. Harrison havia me esgotado completamente, e eu a ele. Depois da sessão, dormimos por um bom tempo, e eu só acordei, pois ouvi batidas insistentes na porta. Me levantei da cama para abrir e fiquei surpresa ao ver que já havia anoitecido, contudo, fiquei ainda mais surpresa, e em choque, ao ver que quem havia batido na porta era um policial. Ele era jovem, magro, deveria ter menos de trinta anos, e ficou todo vermelho ao me olhar de cima a baixo.
— Hm... senhorita?
Olhei para baixo, seguindo o seu olhar, e ao me dar conta de que estava completamente pelada, fechei a porta em um pulo, praticamente batendo-a na cara do policial. Tentando não me desesperar, fui até a cama e puxei o cobertor, me enrolando nele antes de voltar a abrir a porta.
— Desculpe, senhor policial... Aconteceu alguma coisa?
— Sim. Um homicídio no hotel ao lado. Eu e alguns outros oficiais estamos indo de porta em porta pela vizinhança para saber se alguém viu ou ouviu algo suspeito.
— Desculpe, eu não vi nada. Estava um pouco... ocupada.
— Percebi... — Ele limpou a garganta, sem graça, e olhou por cima do meu ombro para dentro do quarto. — O que aconteceu aí dentro?
Olhei para trás, e a primeira coisa que vi foi Harrison deitado de bruços dormindo na cama. Suas costas estavam marcadas pelas minhas unhas, e sua bunda estava completamente exposta, já que eu havia pegado o cobertor. Eu não consegui segurar uma pequena risada ao imaginar sua reação em saber que um policial o havia tido essa visão tão íntima sua. E por Deus, que visão! Apenas então, olhei em volta, percebendo a bagunça que estava o quarto, resultado da pequena invasão de Elijah.
— Ah... eu e meu namorado tivemos uma briga. A gente se descontrola bastante, mas depois resolvemos tudo na cama, se é que me entende.
O policial limpou a garganta novamente, claramente sem jeito.
— Sim... claro. É... então... não viram nada?
— Não. Passamos o dia aqui trancados.
— Tudo bem, obrigado, senhorita... Posso ter o seu nome?
— Claro. Sou Jennifer Cortez e o meu namorado é Nate Adams.
Ele anotou os nossos nomes e saiu, indo bater no quarto ao lado. Fechei a porta e encarei o quarto, sentindo um frio na barriga e o coração acelerado por ter acabado de mentir para a polícia sem levantar qualquer suspeita. Acabei rindo, de tão incrédula que estava, e então, fui até a cama.
— Hey! — Chamei, me sentando ao seu lado. — Harrison?
— Hum? — Murmurou, sem abrir os olhos.
— Um policial esteve aqui.
— Hum... — Respondeu. Pensei que iria ficar por isso mesmo e que ele não iria se importar, até que ele abriu os olhos de repente. — Espera, como?
— Um policial esteve aqui. Informou do homicídio no hotel ao lado e perguntou se eu vi algo, eu disse que não.
— O que mais?
— Dei nomes falsos a ele. Disse que eu era Jennifer Cortez, e você, Nate Adams.
— Nate Adams? Sério? — Ele fez careta. — Foi o melhor que conseguiu?
Eu cobri o rosto com as mãos, envergonhada, e me deitei ao seu lado.
— Foi o primeiro que eu consegui pensar, ok? Não estou tão acostumada com isso que nem você.
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BAD DEALS
ActionApós perder os pais em um incêndio, Isabella Martins vai parar no orfanato Sun Valley. Tudo o que ela deseja é apenas reconstruir a sua vida e dar o fora dali. No entanto, seus planos vão por água abaixo quando Harrison Flint aparece. Misterioso e d...