Capítulo 30

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     ISABELLA MARTINS

Dizer que eu estava cansada seria um eufemismo, eu estava exausta. Nunca pensei que sexo pudesse ser tão prazeroso e tão cansativo. Harrison havia me esgotado completamente, e eu a ele. Depois da sessão, dormimos por um bom tempo, e eu só acordei, pois ouvi batidas insistentes na porta. Me levantei da cama para abrir e fiquei surpresa ao ver que já havia anoitecido, contudo, fiquei ainda mais surpresa, e em choque, ao ver que quem havia batido na porta era um policial. Ele era jovem, magro, deveria ter menos de trinta anos, e ficou todo vermelho ao me olhar de cima a baixo.

— Hm... senhorita?

Olhei para baixo, seguindo o seu olhar, e ao me dar conta de que estava completamente pelada, fechei a porta em um pulo, praticamente batendo-a na cara do policial. Tentando não me desesperar, fui até a cama e puxei o cobertor, me enrolando nele antes de voltar a abrir a porta.

— Desculpe, senhor policial... Aconteceu alguma coisa?

— Sim. Um homicídio no hotel ao lado. Eu e alguns outros oficiais estamos indo de porta em porta pela vizinhança para saber se alguém viu ou ouviu algo suspeito.

— Desculpe, eu não vi nada. Estava um pouco... ocupada.

— Percebi... — Ele limpou a garganta, sem graça, e olhou por cima do meu ombro para dentro do quarto. — O que aconteceu aí dentro?

Olhei para trás, e a primeira coisa que vi foi Harrison deitado de bruços dormindo na cama. Suas costas estavam marcadas pelas minhas unhas, e sua bunda estava completamente exposta, já que eu havia pegado o cobertor. Eu não consegui segurar uma pequena risada ao imaginar sua reação em saber que um policial o havia tido essa visão tão íntima sua. E por Deus, que visão! Apenas então, olhei em volta, percebendo a bagunça que estava o quarto, resultado da pequena invasão de Elijah.

— Ah... eu e meu namorado tivemos uma briga. A gente se descontrola bastante, mas depois resolvemos tudo na cama, se é que me entende.

O policial limpou a garganta novamente, claramente sem jeito.

— Sim... claro. É... então... não viram nada?

— Não. Passamos o dia aqui trancados.

— Tudo bem, obrigado, senhorita... Posso ter o seu nome?

— Claro. Sou Jennifer Cortez e o meu namorado é Nate Adams.

Ele anotou os nossos nomes e saiu, indo bater no quarto ao lado. Fechei a porta e encarei o quarto, sentindo um frio na barriga e o coração acelerado por ter acabado de mentir para a polícia sem levantar qualquer suspeita. Acabei rindo, de tão incrédula que estava, e então, fui até a cama.

— Hey! — Chamei, me sentando ao seu lado. — Harrison?

— Hum? — Murmurou, sem abrir os olhos.

— Um policial esteve aqui.

— Hum... — Respondeu. Pensei que iria ficar por isso mesmo e que ele não iria se importar, até que ele abriu os olhos de repente. — Espera, como?

— Um policial esteve aqui. Informou do homicídio no hotel ao lado e perguntou se eu vi algo, eu disse que não.

— O que mais?

— Dei nomes falsos a ele. Disse que eu era Jennifer Cortez, e você, Nate Adams.

— Nate Adams? Sério? — Ele fez careta. — Foi o melhor que conseguiu?

Eu cobri o rosto com as mãos, envergonhada, e me deitei ao seu lado.

— Foi o primeiro que eu consegui pensar, ok? Não estou tão acostumada com isso que nem você.

BAD DEALSOnde histórias criam vida. Descubra agora