Capítulo 14

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     HARRISON FLINT

Ver Isabella descendo a escadaria da minha mansão foi um daqueles momentos simplesmente inexplicáveis. Eu nunca a havia visto tão linda. Tão... caralho! Não havia outra palavra senão sensual. Seu cabelo, assim como seu vestido, balançava conforme ela andava na minha direção. Seu perfume era envolvente e delicado, possuía um leve aroma floral, talvez de rosas... não, não, violetas! E a sua pele parecia brilhar, encadeando luz na minha direção, a sensação de tocá-la deveria ser sensacional, porém, tentei não continuar pensando nisso. Eu nunca fui de misturar negócios com prazer, e não tinha intenção alguma de começar agora. Com ninguém.

Especialmente não com alguém como Isabella.

— Então, está bom para o baile? Eu nunca fui em um. — Perguntou.

Seus olhos castanhos pairavam sobre mim em busca de alguma aprovação, ou talvez um elogio. Fiz uma busca rápida em minha mente por algum adequado, e assim que o encontrei, falei.

— Está ótimo. — Respondi, limpando a garganta em seguida ao perceber o quão desconcertante aquilo era. "Ótimo" era uma bosta. Eu deveria apenas ter dito que ela estava linda. — Vamos.

Assim que chegamos ao baile, procurei por Brad por todos os lados, enquanto conversava e tentava tranquilizar Isabella ao meu lado. Seu corpo todo estava tenso e isso poderia acabar chamando alguma atenção.

— Pode... pode não ser para você que nasceu nesse meio, mas... eu não estou acostumada com tudo isso. — Ela argumentou, gaguejando de tão nervosa.

— Você me pesquisou? — Olhei para ela, desconfiado.

Sabia que uma hora ou outra isso iria acabar acontecendo, mas com Isabella foi bem mais rápido. Estranhamente, isso meio que me agradou.

— É claro que sim. O que esperava? Eu precisava saber com quem estava morando. Que tipo de vida você levava, coisas assim.

Controlei uma risada debochada. Será que havia em algum lugar da primeira página de pesquisa que eu matava pessoas por dinheiro? Acho que não. Talvez na segunda, quem sabe, mas não é como se alguém desse o trabalho de ir até lá.

— O Google não sabe nem metade da minha vida. — Deixei claro.

E então, eu o avistei.

Do outro lado do grande salão, Brad conversava com um senhor grisalho já de idade, e uma moça que tinha idade para ser sua neta, mas provavelmente era a sua esposa. Eu tinha todo o plano em mente. Sabia todos os pontos cegos para onde levá-lo nesse prédio, nada poderia dar errado. Sabia que era extremamente arriscado matá-lo em meio a tantas pessoas, mas era a minha única oportunidade agora. Se ele voltasse a se entocar em sua mansão cheio de câmeras e seguranças, o estrago poderia ser pior ou o mesmo.

No entanto, eu precisava ser muito mais calculado essa noite. Não poderia ir de encontro ao Brad assim sem mais nem menos e arriscar tudo, precisava ser suave, natural. E eu precisava de alguém para fazer essa ponte. Alguém velho e extremamente rico, de preferência.

— Eu preciso ir. Fique aqui no salão, beba uma taça de champanhe, e apenas uma, coma algo, socialize. Eu volto em alguns minutos com uma missão para você.

O que? Não, você não pode me deixar sozinha aqui! — Ela me olhou aterrorizada.

— Esse é o seu trabalho, os duzentos mil não são de graça. Fica aqui que eu volto em breve, não se mova. — Fui o mais direto possível, e então, saí, indo na direção de Ahmad Mckenna, um magnata do petróleo, a pessoa perfeita para o que eu precisava.

BAD DEALSOnde histórias criam vida. Descubra agora