Capítulo 35

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     HARRISON FLINT

Nervosismo não chegava perto do que eu estava sentindo enquanto andava pela sala de estar da minha mansão em completa agonia. Tudo estava quieto demais, eu deveria ter suspeitado. O F.B.I. ter conseguido recuperar gravações era mais uma pedra no meu sapato. Pedra essa que eu não conseguiria me livrar tão facilmente assim. Isabella estava lá sendo questionada, e eu não tinha ideia do que esperar, só torcia para que Cornelious fizesse o seu trabalho e ela conseguisse voltar para casa sem levantar mais suspeitas.

— Você sabe o que tem que fazer se ela falar, não sabe? — Deverell perguntou do outro lado da linha.

— Agora não, por favor! — Pedi, frustrado.

— Eu falei para se livrar dessa garota logo quando tudo isso aconteceu, agora as coisas vão de mal a pior e você parece não ligar. Está enfeitiçado! — Soltou, soando indignado. — Essa garota vai abrir a boca e todos nós estaremos ferrados!

— Isabella não vai falar nada. — Garanti. O único jeito de algo vazar seria se eles conseguissem confundi-la o suficiente para que ela soltasse alguma informação sem querer, eu tinha certeza disso. Ela não falaria por vontade própria. — Ao invés de ficar se preocupando com ela, você deveria investigar o que o seu contato no FBI anda fazendo. Se ele não te alertou sobre isso, então o que mais pode estar acontecendo debaixo dos panos que nós não sabemos?

— Absolutamente nada. Beatrice é confiável.

— Beatrice? Seu contato é uma mulher? — Soltei o ar pelo nariz desacreditado. — Você não está comendo ela, está?

— Eu poderia perguntar o mesmo a você e a sua nova acompanhante. — Ele rebateu, sarcástico.

— Cuida da sua vida que eu cuido da minha. — Decidi encerrar a ligação, já sem paciência alguma para ele.

Guardei o celular no bolso no mesmo segundo em que a porta foi aberta e Isabella e Cornelious entraram no meu campo de visão, eu soltei todo o meu ar de puro alívio e fui até ela, envolvendo-a em meus braços e inclinando a cabeça até o seu ouvido para perguntar.

— Você está bem?

— ...estou.

Estranhamente, ela não me abraçou de volta. Estava tensa, muito mais que o normal ou esperado para uma situação como essa.

— Tem certeza? Não aconteceu nada?

Me afastei para olhar em seus olhos, mas ela abaixou a cabeça, desviando de qualquer contato meu.

— Eu só preciso descansar um pouco. O advogado pode te contar tudo o que aconteceu lá.

Ela ergueu o rosto para forçar um minúsculo sorriso e então sumiu escada acima, me deixando ali sem entender nada. Olhei para Cornelious em busca de respostas e ele parecia preocupado.

— O que foi isso? O que aconteceu lá?

— Ela inventou uma história sobre ter sido convidada para o baile por uma mulher, uma aliciadora, e os agentes aparentemente compraram. Dois deles sim, pelo menos.

Ele nem precisou falar para que eu soubesse de quem ele estava falando. Elijah. Isabella sabia mentir, mas nem tanto. Principalmente não para alguém como ele.

— Ela me mencionou?

— Não. Eles tinham imagens suas entrando no escritório com o Brad, mas não dá para ver o seu rosto claramente. Isabella negou saber quem era o homem e ainda disse que quando entrou, encontrou Brad sozinho com duas meninas.

— Isso é bom.

Por mais que isso fosse um alívio, eu sabia que não poderia relaxar, afinal, a barra ainda não estava limpa, Isabella e eu havíamos sido vistos lá no baile pelo tio de Sarah. Eu estava torcendo para que não, mas agora era inegável que isso havia se tornado uma ponta solta. Eu odiava deixar pontas soltas.

BAD DEALSOnde histórias criam vida. Descubra agora