Capítulo 34

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     ISABELLA MARTINS

Obviamente, eu não respondi a nenhuma das perguntas que os agentes me fizeram. Harrison tinha me dito para não falar nada e foi exatamente o que eu fiz. Levei o "tudo o que você disser poderá e será usado contra você" bem a sério, e exerci o meu direito de ficar em silêncio. Não queria, ou iria, criar provas contra mim mesma. Os agentes pareceram entender isso, pois depois de uns dez minutos fazendo perguntas sobre o baile e não recebendo nenhuma resposta, eles finalmente desistiram e saíram da sala.

Eu fiquei naquela sala de interrogatório completamente sozinha por uns trinta minutos, e durante esse tempo, eu só conseguia pensar que já era, esse era o final para mim. Prisão. Eu merecia isso. Trinta minutos sozinha que mais pareceram uma eternidade! E a cada segundo que se passava, uma nova teoria, ou melhor, paranoia, se criava em minha mente. Era uma tortura. E muito provavelmente, intencional. Eles queriam me cansar e me deixar mentalmente exausta. Por isso, eu estava me esforçando ao máximo para relaxar e não deixar que eles alcançassem o seu objetivo.

Quando ouvi o som da porta abrindo, o alívio se espalhou pelo meu corpo, e junto a ele veio o medo. Sim, eu não estava mais sozinha, mas ao ver que quem estava entrando não era os mesmos detetives de antes, e sim, Elijah, meu sangue gelou. Ele se sentou de frente para mim, colocou uma pasta azul em cima da mesa e apenas respirou fundo, sem falar nada, como se estivesse me analisando. Seus olhos azuis eram bastante intimidadores... Será que ele conseguia ver que eu estava morrendo de medo?

— Vocês estão me prendendo? — Decidi perguntar, e assim, tentar mostrar que não estava intimidada. Mesmo que não fosse verdade.

— Temos motivo para te prender? — Ele ergueu o queixo, confiante.

— Ótima pergunta. — Disse apenas, tentando passar tanta confiança quanto ele em minhas palavras.

— Eu sou o agente Elijah Thornhill e sou parte do time que está conduzindo a investigação do homicídio de Brad Crawford. Você se negou a responder às perguntas dos meus colegas, logo, eu decidi tentar a sorte. — Ele sorriu. — Você me conhece, Isabella?

— Sim. — Seus olhos se abriram em surpresa. — Você acabou de se apresentar. — Concluí, fazendo-o sorrir. Se ele achava que eu seria burra o suficiente para entregar ou confessar qualquer coisa, estava muito enganado. — O que eu estou fazendo aqui?

— Apenas respondendo algumas perguntas e ajudando com a nossa investigação. — Ele abriu a pasta, tirando de lá algumas fotos, e as colocando do meu lado da mesa para que eu visse. — Essa é você?

Olhei para as três fotos. Eram da câmera de segurança do corredor do prédio do baile, e me mostravam entrando na sala de Brad, onde tudo aconteceu. Havia uma foto minha de costas, e duas de perfil. A qualidade da imagem não era lá essas coisas, mas com a tecnologia que o FBI provavelmente tinha, eles já deveriam ter feito um reconhecimento facial ou algo do tipo para terem chegado até mim. Responder a sua pergunta seria o mesmo que pedir para ser presa.

Com sorte, eu não precisei falar nada, pois a porta foi aberta e um homem afro-americano, alto, e na faixa dos quarenta anos, entrou subitamente pela porta.

— Senhorita Isabella, não fale mais nada. — Ordenou.

— Quem é você? — Elijah perguntou, se levantando bruscamente.

— Cornelious Frank, advogado da Isabella. — Ele afastou as fotos de volta para o lado de Elijah e colocou sua maleta em cima da mesa. — Poderia me dar um tempo para falar com a minha cliente a sós?

Elijah suspirou, claramente frustrado, e saiu da sala. O que me deu uma brecha para respirar mais livremente, já que apenas a presença de Elijah me deixava tensa. Fiz menção de falar, mas Frank levantou a mão me pedindo para esperar, e assim eu o fiz. Ele ficou olhando para o alto e eu segui o seu olhar, encontrando uma câmera de segurança no canto da sala. Havia uma luzinha verde piscando nela, e apenas quando ela ficou vermelha e parou de piscar, foi que ele olhou para mim mais relaxado.

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