Capítulo 47

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     HARRISON FLINT

Faltava apenas quatro horas para o fim do prazo que Charles Crawford havia me dado.

Quatro malditas horas em que eu deveria ficar sentado apenas esperando notícias de Elijah. Ele não me deixou participar da operação. Como era algo tecnicamente oficial, eu não poderia estar envolvido em nada, apenas deveria agir como um familiar normal e ficar em casa chorando como um coitado. Palavras dele.

— Alguma notícia? — Deverell adentrou a sala, vindo da cozinha.

— Ainda não.

— Tem certeza de que ele vai mesmo ajudar?

— Sim. — Garanti, apesar de bem lá no fundo, ter minhas dúvidas.

Elijah me odiava. Odiava a minha família. E basicamente qualquer coisa que tinha haver conosco. Ele possuía todos os motivos para não me ajudar e apenas um para o fazer. Minha confissão. Deverell não tinha nem ideia do que eu havia prometido, e se dependesse de mim, continuaria assim, eu não precisava de mais uma perturbação na minha vida.

Meu celular apitou e eu rapidamente o alcancei na mesinha de centro. Era uma mensagem de Elijah.

Temos um endereço e estamos a caminho. Cheque o seu e-mail.

Deixei o celular de lado e abri o notebook, entrando no e-mail. Ele havia me mandado um link. Cliquei, e estranhei quando o link me levou até o que parecia ser uma câmera de carro ao vivo.

— O que é isso? — Deverell se sentou no sofá ao meu lado.

Continuei analisando a imagem, até que ouvi a voz de Elijah conversando com alguém e percebi que não era a câmera de um carro, e sim, uma câmera corporal. A câmera estava apegada ao Elijah, então eu não o via, mas via tudo o que ele estava vendo.

— Uma câmera ao vivo para acompanharmos a operação.

Obrigado, Elijah.

— Espero que dê tudo certo. — Deverell se levantou de repente.

— Não vai assistir? — Virei o rosto, vendo-o se afastar.

— Vou, mas eu preciso resolver algo antes.

Me levantei, indo atrás dele até a cozinha, ele estava estranho demais.

— O que está acontecendo? O que você está aprontando? — Questionei, em um misto de irritação e preocupação.

O que poderia ser mais importante que o resgate da nossa família?

— Nada demais, apenas um plano B, caso Elijah não consiga. — Ele me lançou um olhar enigmático enquanto se servia de uma caneca de café.

Mas conhecendo-o como eu o conhecia, dava para adivinhar exatamente o que ele estava planejando.

— Plano B? — O encarei, sem paciência.

— Sim. E é exatamente o que você deve estar imaginando. Eu tenho pessoas rastreando a Isabella nesse exato momento.

— Porra, pai... — Ele me cortou.

— Se você não quer entregar ela, tudo bem! Sério, eu não te culpo! Problema seu! Mas eu farei de tudo para trazer a minha filha e esposa de volta.

Soltei o ar pelo nariz, incrédulo.

— Como se você sequer se importasse com a minha mãe! Manteve ela presa naquele maldito lugar por anos! — Cuspi as palavras, me irritando com seu falso moralismo. — Já parou para pensar que se algo acontecer com ela agora, suas últimas lembranças vão ser daquela merda de lugar e das suas traições? Que vida e morte miserável, não acha?

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⏰ Última atualização: Nov 10 ⏰

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