Capítulo 13

103 23 23
                                    

Jisung e Jeongin retornam juntos para a casa na qual estão hospedados, um caminho longo onde os irmãos permanecem em silêncio por boa parte até que o mais novo resolve iniciar a conversa.

– Então... o Binnie volta amanhã.

– Hm... finalmente, vai parar de passear né. – Jisung debocha.

O mais novo suspira pesadamente e volta seu olhar desapontado para o chão.

– Que foi?

– Jisu, porque você faz tão pouco caso do Binnie? – Ele recebe uma revirada de olhos do irmão e prossegue. – Deveríamos ser gratos, ele faz tudo por nós.

– Deixa de ser chato, to só brincando.

– Claro. – O mais novo baixa o olhar.

– Qual é, Innie. Ele tá lá viajando com uma vida glamourosa... não tem nem um pouco de inveja?

– Inveja? – Os dois param e se encaram – Inveja de que? De ver nosso irmão se matando de trabalhar enquanto tenta nos dar uma vida melhor? Você é tão cego e burro quanto faz parecer ou só está em negação.

– Escuta aqui pirralho. – Jisung pega o irmão pelo colarinho do uniforme.

– Sabe, Jisu. Eu tento... de verdade. – Ele fala com lágrimas nos olhos.

– Tenta o que? – Jisung fala confuso.

– Te amar.

Jisung solta o irmão ainda impactado por suas palavras e dispara em sua frente, sem olhar para trás.

Jeongin, o caçula da família, sempre tentou ser o pacifista, de forma diplomática tentava manter os irmãos unidos, mas sempre teve muita dificuldade em manter as afeições pelo irmão do meio justamente por seu comportamento hostil e egoísta. Envolto em seus pensamentos ele fica parado na rua, esperando o irmão se afastar e conseguir unir forças para estar por perto.

O menino segue seu caminho, após um tempinho, virando a esquina se depara com Jisung subindo em uma moto. Ele se preocupa e muda seu caminho rapidamente em direção ao corpo de bombeiros onde o amigo que lhes está abrigando trabalha. Ao chegar o menino fica aliviado de perceber que San está lá para informa-lo do ocorrido.

Ofegante ele pausa em pé, apoiando-se nos joelhos, para recuperar o fôlego após correr por alguns quarteirões.

– Jeongin? Oi. O que houve? – San fica preocupado com o evidente desespero do menino.

– San... – Ele ofega e torna a falar. – Ji... Jisung. Ele saiu com um cara em uma moto grande. Não sei pra onde foram nem quem era o cara, mas estou com medo.

– Tudo bem, respira. – San tenta tranquilizar o menino, mas tem medo do que pode estar ocorrendo. – Vamos atrás dele, mas agora você precisa de água.

Os dois entram no posto do corpo de bombeiros, onde podem pensar com mais calma sobre como prosseguir diante a rebeldia de Jisung.

Do outro lado da cidade uma moto chega apressadamente em um galpão antigo com dois passageiros. Jisung, o carona, desce e retira o capacete observando o ambiente a sua volta com certo temor.

– O... o que... o que estamos fazendo aqui, Logan?

Logan, o motoqueiro que os guiara até ali, um homem em torno de seus 32 anos, cabelos castanhos escuros, olhos verdes, de origem norte americana desce da moto e o toma em seus braços.

– Amor, eu tenho grandes planos para nós.

Com um olhar doce e um sorriso inocente Jisung, na ponta dos pés, o beija apaixonadamente, sem se importar com qualquer que seja a ideia por trás dessa visita ao lugar misterioso que lhes aguarda.

PassarelaOnde histórias criam vida. Descubra agora