Capítulo 28

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Após uma semana do ocorrido a situação permanecia preocupante no entorno de Changbin. Ele preocupava-se com o irmão caçula que precisara parar suas atividades no colégio após um quadro de síndrome do pânico que eclodiu em vista de toda a situação envolvendo sua família, preocupava-se também com o irmão que seguia desacordado e lutando pela vida em um leito de UTI e ainda não havia tido contato com o namorado depois de tudo.

Mesmo após toda a situação caótica, Bang Chan permanecia indo todos os dias no hospital visitar a família. Ele foi um dos maiores apoios de Changbin principalmente com as despesas médicas. O CEO chega no corredor e Jeongin, que estava sentado aguardando o psiquiatra lhe recebe com um sorriso.

– Chan. – Ele fala animado e levanta para abraçar o CEO.

– Oi pequeno. – O CEO abraça o menino com um enorme sorriso no rosto. – E os ferimentos? Está tomando seus antibióticos certinho?

– Estou sim, Binnie está cuidando muito bem de mim.

Changbin cumprimenta o CEO com um aperto de mão e um sorriso cansado. O semblante do guarda costas demonstra uma exaustão e um emagrecimento nada saudável após toda essa situação. O psiquiatra aparece em frente a sala a chama o nome de Jeongin, ele se despede do CEO que aperta seu ombro em apoio e do irmão que acaricia gentilmente seus cabelos.

– E você, hein, como está indo?

– Bem. – O olhar cansado de Changbin declara o oposto.

– Claro, acredito.

– Jisu deu uma melhorada de acordo com o doutor, ele pode acordar a qualquer momento.

– Nossa, que notícia boa, Changbin. Fico feliz. – O CEO sorri encorajados e esperançoso.

Changbin logo passa a ter um olhar perdido e perde o sorriso no rosto. O CEO compreende onde sua cabeça esta e como ele pode estar se sentindo culpado por não estar 100% com os pensamentos no irmão, mas sabe que isso é inevitável.

– Ele sente sua falta.

– Que?

–Ele está melhor e sente sua falta. – Changbin agora encara o CEO com o semblante sério. – Mas... ele não sai daquele estúdio... por nada. – O CEO possui um tom de preocupação na voz.

– É o lugar onde ele sente segurança, está apenas buscando conforto, não se preocupe.

– E você? Não vai falar com ele? Que eu me lembre você também era a segurança dele. – Bang Chan encara o rapaz aguardando ansiosamente pela resposta.

– Acredito que não tenhamos muito o que conversar.

– Changbin...

– Senhor, com todo o respeito, lhe agradeço por estar aqui e gostaria de seguir nossa relação unicamente como amizade. Se ainda não o fiz, peço demissão. – Ele entrega as chaves da moto junto com um crachá de funcionário que lhe pertencia.

Bang Chan solta um sorriso sem muito brilho de canto de boca analisando os pertences agora em sua posse. Ele volta o olhar para o ex guarda costas.

– Para isso você precisa parar de me chamar de senhor, meu amigo. – Ele apoia a mão no ombro oferecendo um sorriso amigável ao rapaz que lhe sorri de volta.

Acompanhado de Bang Chan, Changbin se encaminha para a UTI onde o irmão está e se depara com um leito vazio. Alguns leitos ao lado também estão vazios e uma correria alarma o jovem. A notícia é que um dos pacientes faleceu, mas a enfermeira de plantão não sabe lhe dizer qual dos três leitos. O rapaz fica em desespero sendo amparado por Bang Chan que, além de tentar lhe acalmar, tenta contatar um dos médicos de sua confiança que já estivera ciente do caso de Jisung. Eles aguardam na sala ao lado e o rapaz nem ao menos consegue sentar na poltrona, caminhando de um lado para o outro enquanto Bang Chan senta com as mãos unidas como em uma oração, ele mentaliza que o rapaz esteja bem após não conseguir contatar ninguém. O médico do caso chega na sala com um enorme sorriso no rosto.

– Doutor, você tem boas notícias, não tem? Por favor me dê boas notícias. – Bang Chan é quem fala com o amigo, demonstrando uma preocupação genuína.

– Claro, meu amigo. – Agora ele vira para olhar para Changbin parado atrás do CEO. – Seu irmão está perguntando por você.

Changbin mal consegue segurar a alegria iluminando seu rosto, ele praticamente volta a vida com aquela simples frase. O CEO sorri largo também após se deparar com a expressão do rapaz. Ambos acompanham o médico em direção ao quarto onde o rapaz se aloca. Eles encontram Jisung já sentado com um semblante muito mais saudável.

Quando os olhos dos irmãos se encontram a emoção toma conta de todo o ambiente. O abraço forte deles tira lágrimas dos olhos de todos no recinto. O médico, aguardando do lado de fora, decide se retirar e deixar a família em seu momento.

Os irmãos não trocam palavras por alguns minutos, onde Changbin, praticamente incrédulo, acaricia o rosto do irmão, seus cabelos e aperta suas bochechas de forma doce. Jisung sorri largo e deixa escapar algumas lágrimas emocionadas, então ele olha o acompanhante sorrindo a porta, fica feliz em se deparar com o CEO, mas o que lhe alarma é não ver o irmão mais novo e, principalmente, Hyunjin. Ele não se recorda se Hyunjin conseguiu escapar antes de algo terrível acontecer. Então sua expressão assume uma preocupação notória.

– Hy-Hyun-jin. – Ele questiona com os olhos arregalados olhando para o irmão.

– Ele está bem, maninho. – Changbin lhe acalenta com um olhar melancólico.

– E-eu... sin-sin-... – As lágrimas escorrem por seu rosto, agora tomado por ressentimento. – Sinto mu-ito. – Fala agora olhando para o CEO.

– O importante é que você está bem garoto. Todos sabemos que não foi sua culpa. – Fala se aproximando do menino e permanecendo aos pés de sua cama.

– Innie? – Ele agora olha assustado para o irmão.

– Ele está bem, Jisu. Pare de se preocupar com os outros, ta bem? Agora seu foco precisa ser melhorar.

O irmão lhe abraça novamente e logo eles escutam um gritinho à porta.

– JISU. – Jeongin fala e corre para entrar no abraço com os irmãos que lhe recebem com carinho.

O CEO permanece estudando a situação com um sorriso no rosto. Discretamente ele pega o celular e tira uma foto do momento enviando para alguém. Do outro lado da linha, o modelo solitário em seu cômodo preferido recebe com um enorme sorriso no rosto e lagrimas aquela foto. Ele almeja estar presente naquele momento, mas sabe que não deve fazê-lo.

Hyunjin, analisa a foto por mais tempo que o normal. Ele ainda sente o peso de ter colocado seu amor a prova e de não receber qualquer mensagem do guarda costas. Sabe muito bem que errou ao cogitar que Changbin fosse penar em machuca-lo, lhe dói demais não estar perto da família que tanto ama. 

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