010 - Uma conversa franca - Parte II

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Capítulo 010 – Uma conversa franca – Parte II

Olá, Mit. Podemos conversar? – Questionou uma Inko séria.

Mitsuki estava um pouco surpresa de ver Inko parada diante a soleira de sua porta. Ela sabia que a amiga viria alguma hora, porém, não esperava que fosse tão cedo. Achava que ela estaria ocupada se preocupando com Izuku e cuidando do mesmo.

Afinal, não era segredo que Inko era superprotetora quando se tratava do garoto de cabelos e olhos verdes. Dessa vez, no entanto, parecia ser um caso atípico. Mitsuki deu um passo para o lado, abrindo espaço para a mulher entrar.

– Olá... Entre, entre. – Disse, tentando manter sua voz mais controlada o possível, mesmo que estivesse mais nervosa do que nunca esteve em sua vida.

– O-obrigada. – Inko entrou, enquanto Mitsuki fechava a porta atrás de si. Após isso, as duas caminharam para os sofás da sala, onde cada uma se sentou, uma de frente para outra. – Masaro está?

– Sim, mas já deve estar saindo para o trabalho. – Respondeu a loira, enquanto sua mente trabalhava de maneira frenética, tentando pensar em como pedir desculpas para Inko. Embora, estivesse quase chegando a conclusão de que desculpas de nada adiantariam.

O clima intenso deu uma amenizada quando Masaro passou pela sala em direção a porta, parando assim que notou Inko sentada no sofá. A mulher de cabelos verdes logo levantou-se, para cumprimentar o homem.

– Bom dia Inko. – O homem parecia estar extremamente envergonhado. Inko notou isso, porém, não culparia o mesmo por se sentir assim. Ela não saberia o que fazer se descobrisse tudo que seu filho fez a outra criança apenas por um preconceito irracional. – Eu queria poder me desculpar por meu filho, e tentar reparar esse dano causado por ele, porém, acho que não conseguiríamos fazer isso. Seria impossível reparar um dano desse tamanho por nós mesmo. A iniciativa, teria que partir do próprio Katsuki.

Masaro dirigiu um olhar penoso para as escadas, como se pudesse ver o filho trancado em seu quarto. O homem não conseguiu impedir um suspiro. Inko olhou para o chão. Ela sabia que tudo que Masaro tinha dito era verdade.

– Eu entendo tudo isso. Mas, no momento, não quero falar com ele. – A Midoriya disse, atraindo a atenção dos dois Bakugou. – Não sei como reagiria, uma vez que já foi muito dificil descobrir tudo que aconteceu por baixo do meu nariz por anos e ver que ele não tinha nenhum arrependimento.

Masaro balançou a cabeça em consentimento. Ele não sabia como dizer a Inko que ele mesmo tinha vergonha do próprio filho. Isso não parecia certo a se dizer a uma mulher que estava em profunda agonia. Ele sabia qual era o sentimento que ela sentia. O de impotência. Ela, por nunca ter notado o que o filho passava, e por ser incapaz de impedir o que acontecia. Ele, por nunca ter notado o que Katsuki sabia, e por ser incapaz de educá-lo de uma maneira que o impedisse de praticar tamanhas barbáries.

– Eu gostaria de poder ficar para podermos conversar como realmente deve ser feito, mas hoje tenho que ir trabalhar. Assim que possível, irei até sua casa para podermos conversar melhor. Acho que por hoje, é melhor vocês duas conversarem sozinhas. Sempre tiveram uma boa convivência desde a época do colégio, e acho que podem se entender melhor sozinhas. – Masaro comenta, enquanto calça seus sapatos sociais. – Mais uma vez, peço desculpas por tudo Inko.

A esverdeada acenou com a cabeça, enquanto se levantava.

– Não peça desculpas Masaro. Não acredito que vocês tenham culpa em tudo isso. Conversarei com Mitsuki, e ela poderá falar para você o que dissemos aqui hoje. – Masaro olhou para Inko por alguns segundos, como se tentasse entender o motivo da mulher não o culpar pelo sofrimento do filho. O certo seria cupá-lo por ser incompetente a ponto de não conseguir controlar o próprio filho, não?

Herói em ascensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora