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NOVAMENTE ESTÁVAMOS NAQUELA boate. Ela tava bem mais cheia do que dá última vez, mas não tivemos a burocracia de pegar aquela fila enorme, graças a Bruna e seu ficante claro.

Já cheguei pegando bebida e estava bem mais familiarizada com o ambiente, inclusive já estava com um pessoal que eu conheci lá da última vez, Murilo: Um moreno alto com dreads cor de rosa, Beth: Uma senhorinha muito rockroll que tinha umas tatuagens legais e Diana: Uma loira da minha altura que tinha um piercing no septo e o cabelo raspado.

A gente ria e zuava Bruna pelo riquinho ficante dela não ter dado conta do serviço quando eles escaparam pra se pegar no banheiro.

— Viram que a Ana Carolina está na área vip dessa boate?- Murilo questiona e sinto meu coração acelerado.

— ih não vamos falar da ex ficante da minha amiga que ela fica mau- Bruna diz me abraçando de lado, mas logo eu lhe empurro.

— Pera aí, você já ficou com a Ana Carolina?- Dona Beth questiona e eu concordo com a cabeça- Garota eu te venero, aquela mulher é uma deusa e com certeza ela é boa de cama!

— Ela é sim- Riu ao lembrar.

— Aí gente, eu acho que você é boa de cama e eu nem fui pra cama com você- Diana se dirige a mim- Agora vamos para de falar dessa mulher, porque ela nem é tudo isso.

Mesmo não concordando mudo o assunto e logo estávamos perdidos em outra conversa.

Conversamos por horas até que a Diana me chamou no banheiro dizendo que precisava de ajuda, não entendi, mas fui mesmo assim.

— E então precisa de ajuda em que?- pergunto me apoiando na pia atrás de mim.

— Queria te beijar, mas não sabia como pedir...- ela diz pondo a mão na  minha cintura. Logo lembrei das palavras de Bruna.

"Talvez ela não volte"

Os lábios da garota encostaram nos meus com uma delicadeza muito agoniante. Eles não tiveram pressa, e pude sentir quando sua língua abriu espaço para adentrar a minha boca.

Nossas línguas foram se enroscando e dava para sentir todos os nervos colidirem e se esfregarem. Meu coração foi acelerando dentro do peito e pude sentir um calafrio subir da minha coxa até a minha nuca.

Segurei seu rosto, aquecido, macio... Deslizei a minha mão cautelosamente para trás da orelha dela, sem interromper os movimentos intermitentes que nossos lábios e línguas faziam.
Meu corpo só se enchia cada vez mais de euforia.

Levei um soco de pensamentos, lembrando de tudo o que me trouxe até esse momento.
Pirulitos de cereja, um cachorro adorável, festa chata com gente rica, um cara estúpido, um soco...

Meus dedos procuraram os cabelos.

O café, as risadas, a falta de noção de espaço, o quarto, os objetos, o cheiro da cama, as músicas, as fotografias presas na minha galeria, o almoço, a ligação, o sorriso sem graça, a carona, a ex incoveniente, o pedido de desculpas não enviado, a falta...

Quando notei o cabelo raspado, me afastei abruptamente.

"Talvez ela não volte".

Quando abri os meus olhos, arregalados, enquanto respirava ofegante, percebi o que tinha acabado de fazer.

Os olhos esverdeados de Diana me encaravam de volta, confusos.

E eles não me atravessavam. Não me abduziam, não me sugavam, não me davam nervoso, não me instigavam, não me despertavam, não me causavam nada.

Não era Ana Carolina.

– O que houve? – Ira inclinou um pouco a cabeça para trás, confusa.

— Seus olhos...- Digo atordoada- Eles não me sugaram.

Saí daquele banheiro e lembrei da forma como Ana saiu do meu carro, era igual, apressadas e talvez com culpa, mas sem vontade de voltar e se desculpar.

Subi uma escadaria de ferro que me levou ao terraço do prédio aonde, como nós filmes, vi a Ana observando os carros, ela obviamente me ouviu pelo barulho que os degraus fizeram e então olhou para trás, tudo oque eu tinha que fazer era dar meia volta e ir até minha amiga, mas meu corpo me traiu e tudo oque fez foi escurecer e apagar.

***

Todo sábado terá capítulo novo, amores!
Espero que estejam gostando!
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Envolver-Ana CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora