20

110 7 5
                                    

Quando acordei pela manhã, por volta das 7:25, Ana não estava na cama. Vasculhei toda a casa e só encontrei seus funcionários que me disseram que a mesma tinha saído logo cedo.

Mandei um "bom dia" pra ela, mas a mesma não visualizou a mensagem. Descido então fazer minhas coisas.

Fiz meu próprio café, colorido e bonito como eu gostava, resolvi coisa do trabalho, fui no mercado e comprei o melhor vinho de lá. Quando cheguei em minha casa senti falta de Ana de novo, mandei outra mensagem mas nem sinal. Almocei e a Ana ainda não tinha falado comigo, mas em compensação tinha publicado coisa no Instagram e visualizado as mensagens, mas não respondido.

[Olha só, Ana Carolina, já são meio dia. Se você quer ser infantil e birrenta e simplesmente fingir que não tem uma namorada preocupada em casa, tudo bem, finja, mas manda pelo uma mensagem avisando isso antes, pra trouxa aqui não se preocupar atoa.]
¹²:¹⁴✓✓

Talvez eu tenha exagerado um pouco, mas foi a melhor entre tantas mensagens que eu escrevi e apaguei antes dessa.

Até às duas da tarde eu não fui correspondida, mas enquanto escrevia alguns versos em um livro de poemas, que eu guardava para mim a algum tempo, ouço o barulho de notificação

«[Me desculpa por ter agido assim, se quiser conversar, meu carro tá parado na frente da sua casa.]
¹⁴:¹⁸✓✓

Fiquei pasma e acreditando na loucura da Ana corri pra frente de casa onde realmente encontro o Civic dela.

Fecho a porta de casa e vou até o carro, Ana destrava as portas e eu me sento no banco do passageiro. Ao mesmo tempo que eu queria voar nela por ter sumido por pura birra eu também queria abraçá-la e ficar alí para sempre. Eu amo a Ana e tava morrendo de preocupação, ela sendo irresponsável ou não. Me mantive em silêncio e olhei para ela esperando uma explicação.

— Me desculpa por ter sido imatura em não te responder a manhã inteira- Ela fala enquanto mexe nas próprias mãos como uma criança que fez besteira- Eu precisava pensar um pouco sobre eu fazer ou não a turnê e de primeiro momento eu achei que o certo a se fazer era isso, depois eu vi que não. Então se puder me desculpar eu ficaria muito feliz...

— Sabe como me deixou preocupada, não sabe?- Meu tom de voz a repreendia mesmo que eu não quisesse. Vejo a mulher concordar com a cabeça- E Oque decidiu depois de pensar a manhã inteira?

— Que o melhor a fazer é realmente ir pra turnê próxima semana, mesmo que tenha risco de eu morrer de saudade da minha namorada, que não vai poder ir comigo por conta do trabalho.- Ri pelo seu exagero.

— Mas a gente vai se falar todo dia pelo telefone e assim que der eu viajo pra me encontrar com você- Acaricio seu rosto e ela me beija com ternura.

***

Uma semana depois tive que ir deixa minha namorada em um avião para que pudesse ir para a primeira cidade.

— Não esquece de me ligar assim que chegar lá, tá?- Lembro contra seu pescoço que me parecia cheiroso demais para ficar tanto tempo longe de mim. Ela limpa as próprias lágrimas com o torço da mão enquanto com a outra acariciava minhas costas- E não se esquece, Ana Carolina de Souza... Eu te amo mais do que você imagina!- Lhe beijo e seu acessor se aproxima para chamá-la.

— Cuida bem do André, e se cuida também, tá?!— Ela pede segurando minhas mãos.

Envolver-Ana CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora