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COMO NÃO TINHA FICADO ATÉ tarde no Apartamento de Ana, logo pela manhã eu já estava de pé. Fui visitar a dona Beth que já estava em sua casa sendo cuidada por Ruan. Eu sabia que a idosa devia estar um poço de extresse, afinal, teve toda a sua independência e solitude tomadas por uma doença cardíaca, e agora era cuidada pelo sobrinho 24h por dia, então decidi fazer a minha torta de limão e levar pra ela.

Assim que eu toquei a campainha a porta foi aberta por um Ruan sorridente.

- Pode entrar, Clara- Assim fiz- Só vou terminar o almoço, mas fica a vontade, minha tia tá na sala.

Fui para a sala e encontrei dona Beth vendo televisão, claramente emburrada.

- Olha só quem decidiu voltar pra casa, aumentou sua estadia no hospital por causa do médico bonitão, né?- Brinco tirando uma gargalhada da mulher.

- Que bom que apareceu - Ela diz e eu me sento ao seu lado no sofá - Não aguentava mais olhar para a cara do Ruan!

- Eu deveria nem ter vindo, você estava doente e não contou para ninguém!- Finjo braveza.

- Não sabia que era minha médica, peço desculpa pela minha desinformação, doutora - Ela soa irônica e ganha um empurrão de leve no ombro.

- Ai, tenho tanta coisa pra te contar...

- Então começa logo a me contar, porque fingir que estava dormindo me rendeu muita fofoca daquele hospital!

Comecei a contar pra ela tudo oque tinha acontecido naquele curto período, contei como eu conheci a mãe da Ana, como nossa relação estava evoluindo e como os amigos dela eram maneiros.

- E você já contou da Ana pra sua mãe?

- Ainda não... Queria contar isso pessoalmente, sabe? E a gente nem está em um relacionamento pra mim sair assumindo ela para minha família.

- Grande coisa! A mãe dela já te considera uma nora e os amigos te chamam de cunhada, oque mais que você quer, criatura?! Se quer uma aliança pede a mulher em namoro!

- Acho incrível como você gosta de jogar as verdades na minha cara- Finjo chateação. Mas tudo oque ela tinha dito era verdade.

- Você não se toca sozinha, aí sobra para mim fazer esse papel de terapeuta.

***

DEPOIS DO ALMOÇO, QUE EU FUI intimada a passar lá, eu fui para minha casa. Lá eu tinha batido várias fotos, tanto com a Dona Beth, quanto com o Ruan, publiquei algumas e Ana como sempre curtiu, quase todas, percebi que as que o rapaz aparecia ela não tinha curtido, talvez por ciúmes.

Decidi ir ver minha morena e passar um tempinho com ela. Tudo estava uma correria, mas tínhamos que nos ver ao menos duas vezes na semana, era lei.

- Oque você tem?- pergunto me jogando ao seu lado no sofá espaçoso de sua sala.

- Nada- ela permanecia com um bico enquanto escolhia o filme que iríamos ver.

- Ana - Ela não responde e eu lhe dou um selinho que não é correspondido - Carolina- Nada.

Me sento em seu colo e a mão da morena, que não estava ocupada com o controle da tv, agarra minha cintura de forma possessiva.

- Que foi?- Pergunto novamente e ela finalmente me olha.

- Acho que aquele tal de Ruan quer ter alguma coisa com você!

- Por que acha isso?- Pergunto rindo.

- Em todas as suas fotos tem curtida e comentario dele, sem falta, ele não perde uma foto- Ela explica séria - Sem contar que ele estava bem grudado em ti nas fotos.

- A preta Gil também curtiu e comentou em todas as fotos que eu publiquei hoje.

- Mas ela é minha amiga, ela não iria querer ficar contigo sabendo que eu gosto de você!

- Não estou dizendo que ela iria querer ficar comigo, Ana, tô dizendo que curtir e comentar nas fotos de alguém não significa que você queira ter algo com ela- Explico calmamente- E eu só bati foto com ele, porque eu tinha ido visitar a Dona Beth e quis deixar registrado aquele momento. Exatamente como eu faço com você toda vez que a gente se encontra, eu só não posto, porque você é uma pessoa pública e eu sei que daria oque falar.

- Desculpa- Ela diz envergonhada olhando as próprias unhas.

- Tá tudo bem - Sorrio lhe dando um beijo na bochecha- Você fez certo em dizer oque estava te incomodando, mas dá próxima vez me fala antes de fechar a cara.

Envolver-Ana CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora