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Era de novo 10 de de novembro. O aniversário de morte do Tenente Alves. Meu pai. Era outro dia terrível e tudo Oque eu queria era a Ana perto de mim, me abraçando e sendo meu 'Tico' como ela tinha me prometido no hospital, mas ela 'tava trabalhando e tudo Oque eu tinha dela eram as ligações e mensagens de apoio, que a mesma tinha me mandado durante o dia sempre que podia, e o André que estava aqui em casa. E depois de semanas longe dela oque importava agora é que pelos meus planos em menos tempo que o esperado eu estaria ao seu lado.

Saí no alpendre de casa e André me seguiu e, por algum motivo, senti uma espécie de calma. Fiquei alí sentada ali enquanto o Sol começava a se pôr. Queria poder inspirar toda aquela calma e o retrato de um sol poente e fazer aquilo morar em mim para sempre.

Escuto meu telefone tocar e o tiro do bolso, era uma chamada de vídeo de Ana. A essa hora a mesma deveria estar se arrumando, mas por algum motivo não estava.

— Oi- Sorri tentando passar o meu melhor sorriso para a mulher que estava visivelmente nervosa, apoiada na pia do banheiro com o celular, provavelmente, apoiado na parede- Como está se sentindo, meu bem?

— Não sei se estou feliz ou triste. Estou feliz por estar fazendo a turnê minha vida. Tô animada em está fazendo isso. Mas estou triste. Estou muito triste. Aonde quer que eu vá, você não está e isso me deixa muito nervosa.

— Meu bem, eu logo vou tá aí com você, só tô esperando minhas férias, você sabe que tá perto...

— Oque vai ser de mim sem você?

— Eu não tenho uma resposta... Mas você ainda me tem, lembra? Só tô longe agora, mas é por pouco tempo.

— Deveriamos ter um plano pra aguentar esse tempo todo- Fala com a voz trêmula.

— Não podemos só... Focar que esse tempo é muito curto?- Questiono. Era como se estivéssemos trocado de papel.

— Podemos - Ela diz baixinho- Mas talvez você não entenda o quanto te amo.

Aquilo me chateou. Como se eu não a amasse.

— Pensei que soubesse que eu te amo- Digo chateada- Talvez você me ame mais do que eu te amo. Não sabia que era uma competição. Não tenho como saber exatamente o que você sente, mas você não sabe o que eu sinto. Fico brava que estejamos jogando esse joguinho.

— Desculpa, amor, não tô lidando muito bem com isso.

— Ana, a gente tá bem, vai ficar tudo bem.

— Você acha que um dia a gente vai morar juntas?

— É muito agradável pensar nisso. Mas não acho que a gente vá fazer isso agora. Quero estar mais estável antes disso acontecer.

— Estavel com você ou estável comigo?- Ri de sua pergunta.

— Estável comigo, Ana- A outra sorri. Pela chamada pode se ouvir batidas na porta que atraem a atenção dela.

— Eu tenho que ir- Ela da um sorrisinho xoxo- Te amo, tá? Não esquece!

— Eu também amo você... Muito!

***

Minhas mãos soavam frio e meu coração me lembrava Salvador em época de carnaval.

Eu tinha embarcado para Pelotas/RS

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Eu tinha embarcado para Pelotas/RS. Tinha saído às nove horas da manhã, o avião pousou às duas e dez da tarde. E às duas e trinta e sete eu me encontrava parada em frente ao quarto em que minha namorada estava hospedada.

[Ninguém vai ir aí te fazer uma visitinha hj não, amor?]»

«[Não que eu saiba, mas acho que não... Pq?]

[Meu instinto feminino me diz que você vai receber visita de mulher hj... Cuidado, viu?!]»

«[Nada haver, meu bem! Quem seria a louca de visitar uma mulher comprometida como eu?]

Não respondo, simplesmente bloqueio o celular e dou leves batidas na porta e escuto um barulho vido lá de dentro. Será que ela caiu? Riu com meu próprio pensamento.

A porta se abre e Ana me olha de cima a baixo como se não acreditasse no que acontecia. Eu não tinha avisado que ia naquele dia, então sua surpresa era mais que normal.

— Oi- Sorri e ela agarrou em mim, feliz que nem criança com doce.
Beijo seus lábios e tento matar a saudade que eu estava dela- Deixa eu colocar minhas coisas pra dentro aí você pode me agarrar o quanto quiser!

Envolver-Ana CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora