Quando do me sentei novamente vi Ana olhar para as próprias mãos em um sinal de nervosismo.
— Queria me desculpar com você- Ela me olha e meu coração acelera como se uma escola de samba estivesse em meu peito- Naquele dia em que a gente dormiu juntas eu tinha recebido uma mensagem da minha ex, ela disse que queria falar comigo e por mais que minha razão me dissesse para não ir, minha emoção me fez ir vê-la, e eu errei demais em ter ido, tanto por que eu estava com você, como por ter permitido você ir me deixar lá.
— Fiquei chateada quando descobri que ela era sua ex...- Assumo sem olha-la.
— Eu sei. E eu quero que me perdoe por esse monte de besteira que eu fiz em tão pouco tempo. Percebi que estava errada quando a Chiara me disse algumas verdades e eu vi que tinha que estar com você e não tentando investir em algo que já teve seu ponto final.
— O que ela te disse?
— Que naquela altura do campeonato você já estaria em outra e eu estaria presa a ela.
— Então ela não te disse verdade nenhum- Ela franze a testa em confusão - Eu não estou em outra e você não está presa a ela.
Vejo aquele sorriso lindo nascer em seus lábios. Tive que fazer um esforço enorme pra não sorrir junto.
— Se me permitir posso tentar de novo, quem sabe até te conquistar. Prometo que eu tentarei ser melhor todos os dias- Ela puxa minha mão para seu colo.
— Ao menos já se resolveu com sua ex? Não quero ter que ir te deixar na porta dela novamente - Digo verdadeiramente.
— Já, já me resolvi com ela sim, inclusive ela até sabe de você. Sabe desde aquele dia, ela perguntou quem tinha ido me deixar e eu disse que era você.
— E eu corro perigo por estar sendo conquista pela tão disputada Ana Carolina?- Pergunto e ela solta uma gargalhada gostosa enquanto abanava com a cabeça.
— Meu apartamento sentiu falta da sua risada - Digo sorrindo descerramente.
— Sentiu é?- pergunta dando beijinhos pelo meu ombro
— Sim, seu sorriso decora ele muito bem.
— Também senti sua falta- Ela diz e sela nossos lábios. Eu como uma boa idiota correspondo fazendo carinho em seu rosto quando ela pede passagem com a língua.
***
ESTOU TRABALHANDO A UMAS
duas semanas na EditorialRJ e percebi que, apesar de ter um chefe capitalista que só liga pra dinheiro, o trabalho lá ocupa um tempo que eu com certeza não usaria para nada e isso faz com que eu me sinta útil.A Ana também tem se esforçado muito desde a nossa conversa, chega a ser engraçado ela me dando satisfação sem eu ao menos pedir. Meu cartão de memória também se esbarrotava cada vez mais com as fotos dela, mas dessa vez só com as fotos que realmente me interessavam, sem mais banalidades.
Obviamente tive que contar tudo para a Bruna, que apesar de ainda odiar um pouco a Ana, prometeu que tentaria ser gentil quando estivessem no mesmo ambiente.
— ...ela estava usando a minha Ana!- eu finalizei a explicação de tudo e minha amiga me encarava sentada na minha frente.
— Agora eu posso te zuar por estar chamando a Ana de "Minha Ana"- Ela ri e eu me toco no que disse.
— Foi muito gay chamar ela de minha, né?- Ela concorda rindo.
— Você é louca!
— Não sou louca, sou bissexual, é diferente!
***
A
NA E EU, COMO NOS "VELHOS tempos", voltamos a nos falar todos os dias, e apesar da rotina corrida de ambas conseguíamos manter o padrão começar a conversar às nove, parar no meio da manhã, voltar quando tinha algum papo super nada a ver antes do almoço, continuar a tarde e voltar depois das oito da noite.
Esse padrão seguiu até que marcamos de sair às sete da noite, uma hora depois de eu sair do trabalho.
A correria foi grande e o calor piorava tudo, me arrumei apressada, pois sabia como ela era pontual.
Toc toc toc Bati na janela do carro dela e ela desceu com aquele sorriso lindo. Para minha surpresa Ana estava de regata, short e chinela. Na hora eu senti seu perfume maravilhoso, seus dentes perfeitamente brancos e aquele corpo escultural. Só. Para. Mim.
Percebi que eu não era a única nervosa, pois quando entramos em seu carro, mesmo conversando, Ana arrumava o cabelo a cada frase que dizia.
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Envolver-Ana Carolina
FanfictionCansada da mesma monotonia de sempre, Clara decide ir a uma festa que rolava em um dos bairros nobres do Rio de janeiro. Lá ela encontra Ana, que sem ao menos perceber encontra tudo, o que nem sabia que procurava, na mulher de estatura baixa com um...