prólogo

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com coração de vilãela tem as armas que dominam o jogo

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com coração de vilã
ela tem as armas
que dominam o jogo


GUARULHOS, SÃO PAULO

Solidão. Estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só; isolamento. Caráter de lugares ermos; solitários.

Gabriel Garcia Marquez escrevera: "a memória do coração elimina lembranças ruins e magnifica as boas, e graças a esse artifício, conseguimos suportar o passado." Aurora Lima acredita cegamente nisso, por isso, não doera tanto saber que sairia do Espírito Santo e retornar a São Paulo, sua cidade natal. Sair do Espírito Santo, voltar ao verdadeiro lar, reencontrar a família e dizer que finalmente havia voltado para ficar, tudo parece agradável agora.

Foram anos de idas e vindas, corres e corres, para finalmente ser reconhecida e respeitada pelo seu trabalho. Anos de choros e despedidas, além dos seus pais, haviam seus avós e ela nunca contou a eles o motivo do seu afastamento, de sua aventura que poderia se tornar desventura. Contudo, ela sabe que meu pai sabia, pois ele sempre conseguia ler sua alma. Sua avó, Maria Isabel, e seu maldito tarô também sabiam.

Aurora não costuma ser visceral, mas sua dor era tão profunda quanto um navio naufragado no meio do mais obscuro oceano, foi assim que ela se entregou.

Fazia dois dias que a garota de descendência asiática tinha chegado a casa de seus pais, em um bairro um tanto quanto bom localizado em Guarulhos. Ela não havia feito questão de avisar a ninguém sobre sua volta, afinal, a quem ela avisaria? Os amigos que tinha antes de partir, já não os via há quase cinco anos, nem ao menos se lembrava de acompanhar suas vidas e não fazia sentido ela simplesmente mandar uma mensagem quando nem ao menos conversava com eles.

Quando ela se sentou para atender o telefone, que tocava incessantemente, se deparou com suas malas todas largadas no chão, ela ainda nem se dera o trabalho de arruma-las. Pegou o celular e viu o nome de um de seus poucos amigos brilhar na tela, levou ao ouvido sem muito ânimo.

- Fala, nove zero. - ela atendeu voltando a se jogar na cama.

- Salve, Darcyzinha! - João Paulo, ou melhor, Noventa respondeu do outro lado. - tá em São Paulo?

- Cheguei tem dois dias, porque? - ela contou.

- Vamo colar na Aldeia mais tarde. - não foi um convite, era uma intimação.

- Pra rimar? Tô fora. - a morena respondeu.

- Não, minha filha. Quero só assistir mesmo - Noventa afirmou. - e a senhorita vai comigo.

- Porque você me odeia? - ela fez drama enquanto rolava na cama.

- Ih corta o drama que tu não é atriz - ele reclamou. - pelo que eu bem te conheço sei que chegou e não falou com ninguém, deve tá vegetando nesse teu quarto sendo a antisossial que cê é. Vamo viver, Darcy!

𝐌𝐄𝐍𝐈𝐍𝐀 𝐕𝐄𝐍𝐄𝐍𝐎          guri mcOnde histórias criam vida. Descubra agora