Depois que Patricia foi ao banheiro, Non me perguntou:
— De onde vocês se conhecem, Sarocha? E nem tente vir com mentiras pra cima de mim.
— A gente se trombou na rua.
— Então por que você estava olhando pra ela como se ela tivesse quebrado o seu coração? — o garoto moreno perguntou. Me surpreendi por ele ser tão observador a esse ponto.
— Tá. Beleza. Eu falo — me endireitei no banco, sentindo minha coluna agradecer por isso. — A Patricia é aquela garota do encontro que eu te falei.
— A prostituta que te deu um fora? — Heng começou a rir. Olhamos para ele, confusos com sua reação.
— Desculpa, gente. Mas, a je- Patricia. A Patricia não se apaixona. Ela faz isso com todos os clientes.
— Mas eu não sou uma cliente. Não fui ao encontro com ela na intenção de transar. Eu realmente gosto dela, mas ela não gosta de mim.
— Nesse caso — ele parou de rir —, não pense que ela não goste de você, Freen. Ela só não quer que você se apaixone por ela. A Becky sempre vem com o mesmo papo: eu não fui feita pro amor. Ou: eu nunca vou formar uma família com o emprego que eu tenho.
— Isso quer dizer que ela gosta de mim?
— Não foi isso que eu disse. Você vai ter que conquistar ela. Quem sabe você consiga fazer ela criar vergonha na cara e ir entregar currículo em uma loja.
— Eu tive uma ideia. Vou ir falar com ela — antes que eu pudesse levantar, Heng me chamou.
— Por que não leva Becky pra casa? Ela quer beber hoje, mas tá com medo de eu não dar conta de dirigir. O Non vai dormir na minha casa hoje, então não se preocupe com ele.
— Eu vou?
— Você vai.
Assenti e ri dos dois.
Fui até o banheiro procurar Patricia. Assim que cheguei, não vi ninguém lá dentro, apenas escutei um barulho de choro.
— Patricia? — a garota parou de chorar e saiu da cabine. — Por que estava chorando?
— Não é da sua conta — ela começou a lavar as mãos. Fiquei atrás dela e a encarei pelo reflexo do espelho.
— Eu vim te avisar que o Heng disse que você pode beber a vontade.
— Por quê? Ele vai tá bêbado. Preciso cuidar dele.
— Ele disse que vai levar o Non pra casa dele mais tarde, e então, ele me pediu pra que eu te levasse pra sua.
— E você não vai beber? — ela me olhou pelo reflexo.
— Quando eu tenho que dirigir, eu não bebo.
Seu corpo virou e ficou de frente para mim, escorado no mármore da pia. Como ela pode ser tão sexy?
— Você parece tensa — disse.
— Pareço acabada pra você?
Como esta garota pode ser grossa até falando no tom normal?
— Eu não disse isso. Só quero dizer que você está precisando relaxar, sabe? Sei lá. Sair um pouco, parar de pensar nas coisas que te fazem mal.
— O que quer dizer com isso?
— Podemos ter outro encontro?
— Já estamos em um.
— Eu quero um encontro só nosso. Sem ninguém. Só a gente, Patricia.
— Vou pensar. Vamos? Os meninos vão pensar que a gente tá se comendo — eu ri, mas ela continuou com a mesma cara séria de sempre.
Voltamos para a mesa e não vimos Heng e Non.
— Cadê aquele filho da puta?
— O Non também sumiu.
— Vou ligar pro Heng — depois de um tempo chamando, Heng atendeu. — Asavarid Pinitkanjanapun, aonde você tá? Ah, interessante. Eu nunca mais saio com você, seu corno! — ela desligou.
— Onde eles estão? O Non tá com o Heng?
— Sim. Eles estão na cama daquele asqueroso do Heng — ela tá brava. Muito brava. — Eu vou pedir um Uber.
— Não. P-Podemos ter um encontro essa noite. Sem ninguém pra nós atrapalhar.
— Não quero — ela pegou sua bolsa e começou a caminhar para fora do restaurante.
Fui atrás dela e segurei sua mão antes da mesma atravessar a rua.
— Patricia, vamos nos conhecer melhor. Eu quero pelo menos ser sua amiga.
— Tá. Mas eu não quero me aproximar de você, escutou? Depois das oito me leve pra casa.
Tenho uma hora para conquista-la.
— Então, Patricia Armstrong, qual é o seu tipo ideal? — perguntei após perceber que o álcool já tinha subido a cabeça dela.
— Engraçado, gentil, encapetado que me irrita — ela já estava falando tudo embolado.
— Você só gosta de homens?
— Não. Eu gosto de mulheres também. Mas nenhuma me interessou a ponto de eu querer namorar.
— Sério? — ela assentiu e tomou mais um gole do drink. — Oito horas, Patricia. Vamos, vou te levar para casa.
Ela nada disse, apenas me seguiu.
Bom, agora eu sei que sou exatamente o tipo dela e que ela gosta de mulher. Acho que posso tentar me soltar mais ao seu lado.
Entramos dentro do carro.
— Me guie até sua casa, Patricia.
— Na verdade, me leve pra uma boate — a encarei. — Tenho um cliente pra hoje.
— Ok... Qual boate?
— Eu te guio até ela.
Levei ela até a boate...
Porra, Sarocha! É justo dessa garota que você foi gostar? Puta merda, cara! Você é uma idiota, burra, vagabunda, filha da puta!!!
Por que você é tão ingênua? Vai caçar alguém que sirva para ser a sua mulher, sua vagabunda!
Fiquei pensando nisso e nem percebi que Becky já estava saindo da boate com outro cara.
Ele era um velho.
Fiz uma careta de nojo.
— Porra! Ela preferiu ele ao invés de ficar comigo? Se for por dinheiro, eu resolvo o problema rapidinho — liguei o carro.
Passei na frente de Becky e meu vidro estava aberto. Becky ficou me olhando ir embora, então levantei o vidro para que ela não pudesse ver a minha cara de decepção.
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The Prostitute | Freenbecky G!P
FanfictionRebecca Armstrong é uma prostituta que vive sua vida com o dinheiro que ganha através do seu corpo. Freen Sarocha é uma pessoa muito lerda, certinha, medrosa, dramática, carinhosa a entre outros. Certo dia, Freen resolve conhecer alguém para partilh...