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Neste exato momento, estou na beira do fogão, mexendo o arroz e o feijão. Sarocha está me segurando com suas mãos em minha cintura.

- Então... Você não disse nada sobre a posição em que acordou. Eu só quero deixar claro que eu não faço ideia de como você foi parar em cima de mim.

- Eu achei aquela posição mais confortável pra mim.

Ela ficou em silêncio, mas tenho certeza que está sorrindo de orelha a orelha.

- Sarocha, me segura direito que eu tô sentindo a sua mão soltar da minha cintura - ela rapidamente apertou mais meu quadril com suas mãos.

- Desculpe!

***

Depois de um tempo jogando conversa a fora e conhecendo melhor a Sarocha, percebi que ela até que é um pouco engraçada. Não que isso seja a melhor coisa do mundo, mas ela me fez rir bastante.

- Sabe de uma coisa, eu vou deixar no ar mesmo. Eu amo quando eu te faço rir - encarei ela e tivemos uma rápida troca de olhar até a Air Fryer apitar, indicando que a batata frita estava pronta.

- Vai pegar a batata - ela assentiu e levantou.

Sarocha Chankimha...

Para de ser tão legal comigo.

- Me ajuda aqui. Eu preciso ver a carne - ela me ajudou a levantar e ficou me segurando enquanto eu mexia a carne.

Caiu outro raio perto de casa. Eu me assustei com o barulho e acabei mexendo a panela cheia de óleo, o que me fez queimar a mão que estava com a colher.

- Patricia! - Freen me tirou de perto do fogão.

Eu comecei a chorar de dor, o choro aumentou ainda mais quando deu um trovão muito alto e a luz acabou.

Meu corpo começou a tremer, Freen percebendo isso e não querendo arriscar me levar até a minha cadeira no escuro, parou no meio da cozinha, me colocou no chão e me abraçou por trás. Ela colou bem seu corpo no meu, descansou seu queixo em meu ombro e começou a acariciar minha barriga.

- Vai ficar tudo bem, Patricia. Eu estou aqui. Não precisa chorar. Iremos cuidar desse ferimento, ok? - assenti tentando controlar meu corpo.

- Freen, meu remédio pra ansiedade tá na minha bolsa.

- Melhor não, Patricia. Não sabemos se pode fazer mal para o seu bebê.

- O bebê é de quem?

- Por favor, deixe-me te ajudar. Seja gentil uma vez na vida.

- AAHHH - me assustei com outro trovão e Freen me abraçou mais forte.

- Está com o celular? - assenti chorando e tremendo. - Ilumine o caminho. Te deixarei no sofá.

Eu liguei a lanterna do meu telefone e iluminei o caminho até a sala. Freen me pegou no colo, fez com que eu agarrasse o pescoço dela e me levou até a sala, me colocando no sofá com o maior cuidado do mundo.

- Vou pegar um copo d'água pra você - ela saiu e me deixou sozinha.

O medo começou a consumir meu corpo. Os trovões lá fora, não me deixavam tranquila. Minhas mãos começaram a tremer, levei-as até minha barriga e acariciei-a enquanto tentava me controlar.

Minha garganta trancou, eu não estava conseguindo respirar direito. Eu fiquei desesperada, como sempre, mas dessa vez, é porquê eu tenho mais uma vida para cuidar.

- Patricia! - comecei a respirar fundo. - Beba água!

Bebi um gole d'água.

- Beba mais. Você precisa se hidratar. Não vi você bebendo água hoje.

- Você não é minha mãe.

- Mas eu me preocupo igual a uma. Agora bebe logo! - bufei e bebi a água, conseguindo parar um pouco com a minha respiração descontrolada.

Minhas mãos e meu corpo continuaram tremendo. Sarocha percebendo isso, sentou ao meu lado e me abraçou.

A garota à minha direita fez com que eu jogasse todo o peso do meu corpo para o corpo dela.

- Quer deitar? - assenti e deitei em suas coxas, devagar.

Não demorou muito para que eu recebesse um cafuné macio, fofo, aconchegante, confortável e especial em meu cabelo.

Ninguém nunca cuidou de mim desse jeito. Eu estou amando ter uma pessoa tão preocupada comigo a ponto de ter paciência de lidar com a minha forma ignorante de responder qualquer coisa.

- Se a luz não voltar, vocês podem dormir na minha casa. Lá tem gerador - fiquei quieta, tentando parar de soluçar. - Será perigoso vocês ficarem aqui sozinhas no escuro. Principalmente com você numa situação dessas.

- Vou conversar com Nam. Mas eu não preciso de caridade e nem da sua pena.

- Não sei como eu ainda não desisti de você - ela murmurou, pensando que eu não iria escutar.

Ignorei o que ela falou e voltei a me concentrar na minha respiração e no meu choro.

- Você quer ir agora ou esperar sua irmã?

- Vamos esperar ela sair.

- Ok. Vamos arrumar suas coisas então - ela tentou levantar, porém eu segurei seu braço antes que ela me tirasse de seu colo.

- Eu preciso do seu colo por mais 5 minutos, até eu me acalmar por completo.

- Ok, então, chefe! Você que manda - ela encostou as costas no sofá e voltou a fazer cafuné no meu cabelo.

Depois de um bom tempo no sofá, apenas na presença uma da outra, sem trocar uma palavra, eu resolvi ir arrumar minhas coisas com a ajuda da Sarocha.

- A Nam me ligou e disse que já saiu e está esperando a gente - Freen disse.

- Tá bom. A gente já pode ir. Peguei tudo que precisaremos.

- Beleza. Você me espera aqui?

- Por quê?

- Tá chovendo e o carro tá do outro lado da rua. Vou trazer ele aqui na entrada.

- Tá bom. Não demora - ela riu e assentiu antes de sair.

Eu tenho muito medo de trovão, raio, essas coisas. Eu amo chuva, mas quando está chovendo sem trovão ou relâmpago.

É tão bom dormir enquanto a chuva cai do lado de fora.

Coloquei a mão na minha barriga e comecei a acaricia-la enquanto olhava para a janela. Não demorou muito para eu ver Sarocha do outro lado da rua. Eu ri quando ela tentou abrir o carro de outra pessoa, pois era um carro parecido com o seu. Ela bateu na própria cara depois disso.

- Ela é idiota?

Assim que Sarocha entrou no carro e o ligou, ela fez o carro morrer três vezes antes de colocar ele na frente do prédio onde eu moro.

- É, meu filho, se a gente morrer, mate aquela maluca, não a mamãe - disse olhando para a minha barriga.

The Prostitute | Freenbecky G!POnde histórias criam vida. Descubra agora