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Eu e Becky estamos sentadas em um banco no parque. Estamos perto de um rio onde tem bastante capivaras, porém elas não estão aqui.

Estou olhando para os lados desde que chegamos, a procura do animal preferido da Becky.

— Tá procurando o quê?

— Nada — mirei meu olhar do rio para ela, que estava concentrada comendo seu sorvete.

Sim, estava frio, porém ela me obrigou a comprar sorvete para ela.

— Sabe, você até que é legal. Eu pensei que você iria desistir de mim quando eu disse pra você me esquecer.

— Nunca — eu ri. — Você acha que eu seria burra o bastante pra desistir de você tão fácil assim?

— Sim.

— Verdade, eu sou — rimos. — Mas eu quero que saiba que, essa foi a primeira vez que eu insisti tanto em alguém.

Ela sorriu e olhou para a água. Seus olhos começaram a brilhar por algum motivo, percebi ela baixando a cabeça e suspirando devagar.

— Meu nome completo é Rebecca Patricia Armstrong — ela disse rápido. Encarei a garota, surpresa e fingindo que eu já não sabia.

— Becky? — ela assentiu. — Por isso todos te chamam assim — a garota se virou para mim e eu me segurei para não rir. — Nome bonito. Posso te chamar de Becky, então?

— Sim...

— Isso quer dizer que você confia em mim?

— Sim...

Sorri e encarei o outro lado do rio, onde estavam as capivaras.

— Sabe o motivo de eu ter te trazido aqui hoje?

— Não.

— Olha pra lá — apontei meu indicador.

Virei minha cabeça para ver a reação da garota. Seus olhos brilharam e ela me encarou novamente, sorrindo, e... Chorando?

— Por que está chorando? Eu fiz alguma coisa?

— É porque você tá me fazendo sentir especial — ela me olhou enquanto seu rosto começava a ficar avermelhado por conta do choro.

— Não chore — limpei suas lágrimas. — Você é especial pra mim desde que eu te conheci. Eu enxerguei em você uma pessoa que ninguém nunca tinha enxergado. Eu enxerguei a minha Becbec...

— Sua Becbec?

— Sim. Minha Becbec — ela encarou meus olhos, logo guiando seu olhar para a minha boca. — Você sabe que eu gosto de você desde que eu te conheci. Não tem motivos pra você não ser especial pra mim.

— Freen, estamos falando do apelido que você deu pra mim — ela não desviou o olhar da minha boca e isso estava me deixando nervosa.

— Estamos? — ela assentiu se aproximando de mim. — Eu achei legal esse apelido. Parece com Chanchan. Então eu acho que — ela ficou a um centímetro de mim e eu já não estava conseguindo respirar direito.

— Tá sujo aqui — ela limpou o canto da minha boca com o polegar. — Continue o que você estava falando.

— O que eu tava falando? — gaguejei.

— Te deixei nervosa? — ela perguntou num sussurro. Eu me arrepiei com aquilo e engoli seco. Ela sorriu intercalando o olhar dos meus olhos para a minha boca. — Você é tão idiota — ela riu e voltou a tomar o seu precioso sorvete.

Aí como eu queria ser aquele sorvete...

Não sei porquê, mas sentí um alívio quando ela se afastou. Eu nunca beijei de verdade antes. Eram sempre selinhos. Sem língua, sem mão na cintura, e muito menos sexo.

The Prostitute | Freenbecky G!POnde histórias criam vida. Descubra agora