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— Vou preparar seu banho, ok? — ela assentiu. — O que acha de irmos no parque mais tarde?

— Pode ser.

Comecei a preparar seu banho com todo amor e carinho. Ela observava com atenção cada movimento que eu fazia. Seus olhos em mim estavam me deixando nervosa.

— Obrigada por estar cuidando de mim... Nunca tive alguém que me desse tanta atenção e carinho.

— Sua família não te dava atenção?

— Sim, mas a atenção era mais voltada pra Nam. Acho que por ela ser mais velha e outras coisas. A Nam também nunca foi tão próxima de mim, ela sempre estava ocupada quando eu precisava dela.

— Vocês se aproximaram mais agora?

— Sim. Mas, foi porque só temos uma a outra.

— Você também tem a mim agora — me aproximei dela. — Pode falar comigo como se eu fosse uma psicóloga ou terapeuta.

— Você não vai prestar atenção.

— Tudo o que você fala eu presto atenção.

— O que eu falei quando eu te vi pela primeira vez?

— Tinha esquecido?

— Eu lembro, eu quero saber se você lembra.

— Você disse: tinha esquecido? — ela me encarou e se lembrou do que eu estava falando.

— Ah, verdade. Você lembra. O que você tinha esquecido?

— Onde eu tinha colocado as minhas chaves.

— Meu Deus! — ela bateu em sua própria testa. — Você ama esquecer onde colocou suas chaves, né?

— Não é que eu esqueço...

— É o que então?

— Elas que se escondem de mim — ela deu uma risada sarcástica.

— Me ajuda a entrar na banheira — encarei ela e a mesma pareceu ter entendido o que eu ia dizer. — Sarocha, você tirou a minha roupa e me deu banho, pode muito bem me ajudar a entrar numa banheira.

— Ok...

Peguei ela no colo, sem jeito, com medo de relar aonde eu não devia. Ela riu de mim e deu um tapinha em meu ombro.

— Pronto. Quando terminar, me chama, vou trazer sua cadeira de rodas.

— Tá bom — ela sorriu e eu saí do banheiro, indo em direção ao meu quarto para eu me trocar.

Coloquei uma calça um pouco larga e preta, para disfarçar o volume do meu membro, uma camiseta branca e larga, e, logo por cima da mesma, coloquei um suéter preto. Provavelmente colocarei um boné, pois estou com preguiça de arrumar meu cabelo e minha franja.

Fui até a cozinha para beber um pouco de água, e escutei o som da campainha ecoar pela casa.

Fui atender para ver quem era.

— O que você tá fazendo aqui?

— A mamãe me mandou vir aqui — encarei meu irmão que estava em minha frente.

— Por quê?

— Posso entrar?

— Não. Você não pode.

— Freen, você sabe que eu não tenho preconceito com você. Eu nem tinha nascido quando você veio pra Coreia.

— Kunpimook, eu não quero falar com você. Não me interessa se você tem ou não preconceito com quem eu sou, você não falou comigo porque sempre seguiu o exemplo da mamãe e do papai.

The Prostitute | Freenbecky G!POnde histórias criam vida. Descubra agora