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— Becbec... eu posso te beijar?

Não consegui expressar nenhuma reação, muito menos formar alguma palavra. Meu corpo parou de funcionar, a única coisa que eu consegui fazer, foi encara-la.

Eu estava nervosa. Eu nunca fico nervosa. Mas eu estava nervosa.

Porra!

Não se apaixone, Becky Armstrong!

Se apaixone sim, Becky Armstrong!

Caralho, desgraça!

Se decide, mulher!

— Foi mal! Eu não deveria ter te pedido isso — ela disse, sem jeito. — O vácuo de 10 minutos já serviu como uma resposta. Vamos ver as capivaras mais de perto?

Tentei falar com ela, mas a minha voz simplesmente não saiu. Uma angústia tomou conta de mim. Eu quero beija-la. Isso só pode ser um pesadelo. Eu quero tê-la para mim. Só para mim.

— Becky? — olhei para ela. — Você consegue sentar na cadeira sozinha? — assenti.

Começamos a ir em direção as capivaras. Elas são tão lindas.

Tá. Talvez não sejam TÃO lindas, mas tem um pouco de beleza que consome o corpo delas, sim.

Me aproximei de uma capivara que estava comendo, e admirei ela de perto. Não toquei nela porque vi que o animal estava cheio de carrapato.

— Becky, quando vai ser sua primeira ultrassom?

— Em abril. Por quê?

— Eu quero te acompanhar.

— Por quê?

— Não quero que você sinta que não tem ninguém ao seu lado. Eu estou aqui.

— Eu sei que você está.

— Que bom que sabe — ficamos em silêncio de novo.

Meu Deus!

Fala alguma coisa, Becky. Não é tão difícil abrir a porra da sua boca.

— Freen, me ajuda a levantar.

Isso?

O que você vai fazer? Andar? Você não sabe andar, Becky Armstrong.

Sua burra e inútil!

— Pra quê?

— Só me ajuda a levantar — ela me encarou. — Por favor!

A garota esticou suas mãos para que eu pudesse segura-las. Assim que tivemos esse contato, um choque de realidade caiu sob mim. Eu admirei o quanto aquela garota era bonita.

Ela me deixou de pé em sua frente, segurando minhas mãos. Seu olhar curioso estava me secando, aguardando para ver o meu próximo passo.

Soltei suas mãos. Ela ficou com medo no início, mas depois ficou tranquila ao ver que eu segurei em seu ombro.

Eu continuei a encarando. Não falamos nenhuma palavra, apenas deixamos rolar. Não forçamos nada. Freen não forçou nada. Isso foi algo que me atraiu bastante.

— Becky...

— Não. Eu não vou negar um beijo seu, Sarocha Chankimha.

— O quê? — ela me encarou com as sobrancelhas arqueadas.

Me aproximei devagar, sem pressa e com a intenção de fazer daquele momento, o momento mais especial da minha vida.

Freen estava imóvel, sem relar em mim, apenas esperando o tão esperado beijo. Algumas pessoas estavam passando e nos encarando. Provavelmente estavam pensando que somos pecadoras.

The Prostitute | Freenbecky G!POnde histórias criam vida. Descubra agora