The Taste of Chaos

Bad habits

Elysian Industries || Atlanta, Georgia

Três semanas depois
-

O estresse no ambiente de trabalho havia atingido níveis insuportáveis. Apesar de todos os esforços para implementar o novo plano de negócios e a expansão cuidadosamente planejada, Jordan estava à beira de um colapso nervoso, e o restante do escritório compartilhava dessa tensão.

A principal razão para essa turbulência era a súbita e inexplicável mudança de comportamento da CEO.

─ Pare o que está fazendo. - A mulher de cabelos bagunçados levantou os olhos do computador e encarou a diretora de recursos humanos diante dela. A loira a encarava como se toda a solução para seus problemas estivesse bem ali, ao alcance das mãos. ─ Preciso da sua ajuda.

─ Aparentemente, todos vocês estão fazendo a mesma coisa, e a resposta é um claro e sonoro não. - Seu semblante era desanimador.

─ Não faça isso comigo, eu não posso lidar com ela hoje.

─ Isso não é problema meu, Rodriguez. - Jordan massageou suas têmporas. ─ Não posso ajudá-la, tenho meu próprio trabalho a fazer, e além disso, vocês terão que enfrentá-la na reunião das duas.

─ Qual é, só preciso que pegue a assinatura dela neste relatório de contratações.

─ E por que você mesma não pode ir até lá e conseguir? - A mais jovem perguntou.

─ Porque ela está agindo estranha há, tipo, umas três semanas. Eu não sei quem partiu o coração dela ou qualquer coisa do tipo, mas seu humor está péssimo, ela está agindo como uma vadia, e eu não consigo entender a razão exata.

─ Isso vai impedir que ela assine seu relatório?

─ Jordan, estou falando terrivelmente sério. Não sei o que diabos aconteceu, mas ela não está agindo como de costume.

─ O que quer dizer com isso?

Sarah respirou fundo, impaciente com a situação.

─ Ela não está agindo exatamente como a profissional que costumávamos ver dia após dia. - As sobrancelhas da loira se levantaram como se tivesse acabado de revelar uma informação crucial para Jordan, embora não tivesse o mesmo efeito na executiva.

─ Sei que, seja qual for o motivo real por trás dessa mudança, já que aparentemente todos aqui a observam demais, ela não é um robô. Algo externo a está afetando, ok? Vocês não têm nada a ver com isso, mas não podem esperar que ela aja como se estivesse tudo maravilhosamente bem aqui dentro quando deve haver problemas do lado de fora. Ninguém controla essas coisas.

─ Você não sabe como ela agiu o tempo todo, ela nunca saiu do automático. Agora, qualquer deslize mínimo é motivo para demissão.

─ Certo, então posso seguir em frente e enfrentar a linha de fogo?

─ Você é a solução para os problemas dela. - Sophia disse esperançosa. ─ Ela não vai mandá-la embora.

Sophia fixou os olhos em Jordan, aguardando uma resposta que pudesse aliviar suas preocupações. Jordan, por sua vez, sentiu-se responsável e decidiu ajudar, apesar de ter que lidar com seu próprio estresse.

─ Tudo bem - Ela cedeu, suspirando profundamente ─ Deixe seu material aqui, e eu vou levá-lo. Só me diga o que exatamente você acha que está diferente nela, pelo menos para que eu possa ter algo plausível a dizer caso ela me dê abertura para uma conversa, o que eu duvido muito.

─ Basta saber que ela tem estado muito distante. Você ainda não teve exatamente a oportunidade devido ao curto tempo que está aqui, mas Avery costuma ser acessível, ouvir as preocupações da equipe, é aberta a sugestões, não era menos rígida nas reuniões, mas mantinha uma paciência considerável. Agora, ela simplesmente decide colocar você em uma sala separada, se tranca no escritório, mal interage com as pessoas e tem um pavio curto. Parece que qualquer coisa é o suficiente para desencadear uma explosão - Sophia suspirou ─ Me preocupa que ela não consiga se estabelecer, e isso afete o desempenho de toda empresa. Não estou totalmente preocupada com nossos números, é competente no que vem fazendo, Jordan, e sei que não deixará isso vir abaixo, mas ela não age muito bem quando está decepcionada consigo mesma. É algo que precisa saber. Ela pode ser nossa superior, você sabe, durona e exigente, mas ela também é uma pessoa, e eu não acho que ela tenha alguém com quem possa conversar sobre isso. E além disso, ela não costuma demonstrar que algo a perturba. Não sou amiga dela, mas fomos próximas no ensino médio. Isso era um problema constante, agora ela mantém isso dentro de uma caixa em sua mente, mas todos nós estamos fadados a cansar mentalmente em algum momento. A quantidade de coisas ou problemas que guardamos é o que define quão grande ou pequena será nossa explosão.