Capítulo 1

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Simon Riley:


O dia amanhecia calmamente na famosa cidade de Paris.

Alguns minutos se passaram desde que despertei de um pesadelo. Meu passado ainda me assombrava um pouco, confesso, mas os pesadelos já não estavam mais recorrentes. Essa noite o pesadelo foi diferente, ele relmente havia mexido com minha cabeça, meu corpo suava sem parar e minha respiração oscilava rapidamente. Esperei até que tudo se acalmasse e fui até a janela do quarto que dividia com meu companheiro Soap. Observei o céu mudar suas cores enquanto viajava em meus pensamentos mais sinceros.

Um barulho atrás de mim me faz voltar a realidade.

- Bom dia, tenente. Acordou cedo hoje. - Soap havia despertado também.

- Bom dia sargento. - Apenas o cumprimento e volto a olhar a paisagem.

Soap vai até o banheiro e depois retorna. No meio do quarto ele faz seus exercícios rotineiros, cinquenta flexões normais, vinte e cinco com apenas um braço e mais vinte e cinco com o outro.

Como esse cara consegue ser tão animado pela manhã?

Após os exercícios ele sai para tomar o café da manhã.

- Você vem? - Soap para em frente a porta com algumas gotas de suor escorrendo de seu rosto.

- Desculpe, hoje não acompanharei você, tenho algumas coisas para resolver.

- Tudo bem.

Ouço a porta se fechar e solto um leve suspiro. Hoje será um longo dia.

Ligo o chuveiro e me preparo para tomar um banho rápido e relaxante. Enquanto a água me refrescava, olhei para a máscara que havia retirado do rosto antes de entrar no banho. Será esse meu caminho daqui para frente? Ter de esconder quem eu realmente sou por baixo dessa máscara até o fim dos meus dias?

- Porra. - Reencosto minha cabeça na parede.

-------- ~ --------


No meio da manhã Soap e eu saímos em missão. A missão era simples, apenas averiguar um suposto local onde terroristas poderiam estar armazenando equipamentos e explosivos.

A força tarefa 141 havia montado uma pequena base em Paris depois de descobrir que o terrorista chamado Vladimir Makarov, estava planejando um ataque na cidade. Desde então Soap e eu temos saído em missões à paisana quase todos os dias, indo atrás de falsos rastros.

Não vou negar, fico aliviado de sair em missões com Soap. De todos na 141, ele é com quem me sinto mais a vontade para ser eu mesmo, nem que seja por um breve momento.

- Ei, tenente. - Com os olhos vidrados em algo, Soap chama minha atenção.

- Hum?

- O que acha de comermos algumas rosquinhas naquele cafeteria?

Do outro lado da rua havia uma elegante cafeteria de esquina, de onde vinha um cheiro delicioso.

- Quem sabe outro dia, por agora devemos nos concentrar nessa missão.

- Sabemos que essa missão é como as outras que tivemos durante a semana, não irá nos levar a lugar algum.

- De qualquer forma devemos manter o foco e levar o relatório para Price.

- Tudo bem, tenente, mas saiba que agora você me deve uma rodada de rosquinhas. E eu cobrarei.

O dia pareceu passar o mais devagar que podia, e como Soap havia dito, aquela missão não havia nos levado a lugar algum.

- Soap.

- O que foi?

- Podemos voltar para a base, já investigamos o bastante por hoje.

- Certo.

Soap estava prestes a ligar o motor quando uma cena nos chamou a atenção. Naquela mesma cafeteria que Soap havia mencionado mais cedo, uma moça estava conversando com um homem na porta do lugar. A conversa se intensifica e ambos parecem brigar. O homem segura o braço da moça e o aperta, a fazendo gritar.

- Ghost.

- Sim, eu vi.

- Devemos ir até lá?

- Não é da nossa conta.

Por um momento o homem parece se irritar com algo e empurra a moça contra a parede, desferindo um soco ao lado de seu rosto e acertando a parede. A moça se encolhe com medo.

- Isso está indo longe demais. - Soap balança a cabeça.

Respiro fundo e saio do carro, sendo seguido por Soap. Com passos largos, logo me aproximo do casal.

- Com licença. - Os olhos da moça encontram os meus e no fundo deles posso senti-la pedindo por ajuda.

-------- ~ --------


Amanda Aubinet:

O sino da porta tocou mais uma vez, indicando que o último cliente havia ido embora. Desamarrei o avental e o pendurei atrás da porta da cozinha. Hora de ir para casa.

Apaguei as luzes e recolhi as mesas do lado de fora. O dia estava frio, ou seja, estava perfeito. Peguei as chaves em minha bolsa para fechar a cafeteria, mas uma voz atrás de mim me chamou a atenção.

- Olá, Amanda. - Era Pierre, meu ex-noivo.

- Pierre, o que faz aqui?

- Preciso conversar com você.

- Eu já disse a você que não temos mais nada para conversar e disse para você ficar longe de mim.

- Olha, aquilo que você viu não foi nada de mais...

- Nada de mais? Você claramente estava saindo com aquela mulher e sabe-se lá a quanto tempo.

- Eu sei que errei e me sinto um merda por conta disso, mas você precisa me perdoar.

- Oh Pierre, faça-me o favor, faltavam apenas algumas semanas para a nossa viagem de casamento.

- Sim eu sei.

- Você é um completo idiota.

- Escute aqui. - Pierre segura meu braço e o aperta. - Há mais em jogo do que você imagina! - Ele serra os dentes e aperta meu braço com mais força, me fazendo gritar.

- Está me machucando!

Irritado, ele me empurra contra a parede da cafeteria, desferindo um soco acima da minha cabeça e me fazendo encolher com medo. Eu não conseguia entender porque ele estava agindo daquela maneira, durante todo o tempo que estávamos junos, ele nunca havia me tratado assim.

- Por que está fazendo isso? - Minha voz estava trêmula.

Ele apenas me encarava com raiva e com os dentes ainda serrados, apertando sua mão que ainda estava na parede com toda a força que tinha.

- Com lincença. - Uma voz firme faz Pierre desviar sua atenção.

Um homem alto e forte, estava parado ao nosso lado, ele usava uma máscara que cobria boa parte e seu rosto, deixando apenas os olhos a amostra. Olhos esses, que me encaravam intensamente, como se dissessem "tudo bem, estou aqui".

Amor, guerra & café - Simon Ghost RileyOnde histórias criam vida. Descubra agora