Como já era de se esperar, Ghost me acompanhou no caminho de volta para casa. Quem passava por nós na rua poderia pensar que estávamos indo assaltar um banco ou algo assim. Ambos de moletom, com o capuz tampando boa parte da cabeça e as mãos no bolso por conta do frio. Sem contar a balaclava de Ghost.
- Pensei no que conversamos mais cedo em meu apartamento. A verdade é que eu nunca havia presenciado uma situação como essa antes. - Meus olhos acompanhavam meus pés se afundando na neve do chão. - Confesso que estou um pouco assustada.
- E então?
- Acho que você tem razão. Será mais seguro para mim se eu ficar na base por um tempo.
- Isso é bom. Quero dizer, levaríamos você para lá de qualquer forma.
- Como assim?
- Quando reportei a Price o que havia acontecido em seu apartamento, ele concordou que o melhor a se fazer seria levá-la a base. Você não está mais segura sozinha.
- E qual seria o plano se eu não aceitasse? Me levar a força em seus ombros?
- Sim.
- O que? Por isso estava me seguindo?! - Arranquei o capuz irritada, sentido um calor subir pelo meu corpo.
- Eu não estava seguindo você, estava indo te encontrar.
- Eu não estou acreditando nisso. Você é um completo idiota!
As palavras pareceram sair borbulhando de minha boca. Novamente saí na frente e andei o mais rápido que eu consegui, seguindo um caminho diferente.
- A onde está indo? - Novamente Ghost já estava ao meu lado.
- Não é da sua conta.
- Sabe que é inútil correr assim.
- Me deixe em paz!
Raiva era tudo o que eu sentia no momento. Quem eles pensam que são para agir dessa forma? Eu não sou um como uma peça frágil de porcelana. Já enfrentei muitos problemas nessa vida e consegui superar todos sozinha. Dessa vez não será diferente.
Diminuo o ritmo para atender meu celular que tocava sem parar em meu bolso.
(Pierre)
- Alô? Pierre?
- Oi, Amanda. A reunião terminou, você gostaria de conversar?
- Sim, eu adoraria. Estou a caminho do seu escritório agora.
- Ah, ótimo. Podemos tomar aquele café que voc...
Ghost bloqueia meu caminho.
- Está indo se encontrar com seu ex-noivo?
- Pode me dar licença, por favor?
- Não posso deixá-la ir.
Sinto minhas mãos suando e meu coração acelerado.
O que diabos é isso?
(Pierre)
- Alô?
Minha consciência me dizia para responder Pierre, mas por algum motivo meu corpo correspondia somente ao mascarado em minha frente.
Pierre me chama novamente e dessa vez meus lábios se movem para dizer algo, mas sou interrompida antes de conseguir emitir qualquer som. Ghost leva um dos dedos até a tela do meu celular e encerra a ligação.
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Amor, guerra & café - Simon Ghost Riley
Hayran KurguSeria possível um soldado que já viu e passou por tudo nessa vida, se apaixonar por uma mulher cujo a arma mais perigosa que ela já tocou foi um moedor de café? Será que na famosa "cidade do amor", realmente existe amor? Simon e a força tarefa 141 e...