Capítulo 10

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A van parou em frente a um portão de ferro onde se estendiam muros altos, quase como uma fortaleza. Dois homens armados do lado de fora cumprimentaram Price com um aceno de cabeça e abriram os portões para entrarmos. O lugar parecia um enorme galpão com militares e pessoas armadas andando de um lado para o outro o tempo todo, e do lado de dentro não era tão diferente. Tudo parecia tão frio e sério. As únicas cores que era possível encontrar naquele lugar eram neutras e o verde desbotado que se encontrava em quase todo canto nos uniformes militares.

Marie e eu fomos guiadas até uma sala em meio a um corredor estreito. Na sala havia uma mesa retangular, onde nos sentamos, e um quadro com algumas fotos e uma linha vermelha que passava por cima de todas elas. Havia também um mapa da cidade de Paris e bem ao centro, o retrato de um homem. Seus cabelos eram curtos e negros, seus olhos claros e seu semblante assustador.

- Muito bem, por onde devo começar? - Price nos fita por um momento, em seguida ele se apoia no quadro ao fim da sala. - Primeiro acho que devo me apresentar. Meu nome é John Price, sou capitão das forças armadas britânicas e da task force 141, onde esses homens também fazem parte. - Ele aponta respectivamente para os homens sentados em nossa frente. - John Soap MacTavish, terceiro sargento das forças armadas britânicas. Kyle Gaz Garrick, também terceiro sargento. E Ghost, tenente das forças britânicas.

Meus olhos encontraram com os de Ghost. Eles estavam diferentes, pareciam gélidos assim como aquele lugar. Como se ali dentro ele fosse outra pessoa.

Price continuou:

- Estamos aqui com um único objetivo. - Ele retira o alfinete que estava prendendo a foto do homem de olhos claros e a segura em sua mão. - Vladimir Makarov. Um terrorista implacável que está matando inocentes e causando todo esse caos na cidade. Nossa missão é simples, matá-lo.

Sinto Marie apertar minha mão ao ouvir aquelas palavras.

- Por isso aceitaram o convite para o festival. Sabiam o que ele pretendia fazer.

- Exatamente. - Com passos lentos e um semblante pensativo, Price contorna a mesa. - Acredito que não poderão voltar para suas casas essa noite.

- O que!? Por que? - Marie parecia um pouco aflita.

- Vocês estão marcadas pelos terroristas. Foram vistas com a gente. - Calmamente Gaz tenta explicar. - Eles irão atrás de vocês.

- E o que fazemos agora?

- Vocês podem passar a noite aqui, temos alguns quartos sobrando. - Soap olha para Marie e depois para o seu capitão, esperando uma aprovação.

- Sim, seria mais seguro para elas.

- O que irá acontecer com os inocentes que ficaram na praça?

- A polícia cuidará disso. - A voz de Ghost me faz virar em sua direção. - Eles não são mais nossa responsabilidade.

- Mas são pessoas inocentes e muitas estão gravemente feridas. Vocês podem ajudá-las.

- Nossa única missão é matar Makarov. Nada mais.

Arqueio as sobrancelhas sem acreditar. Ele não podia estar falando sério.

- O que? - Minha voz sai quase como um sussurro.

- Acompanhem as moças até o quarto e aproveitem para descansar também. Amanhã teremos muito o que discutir. - Dito isso, Price pega alguns papeis e se dirigi até a porta. - Boa noite.

Um breve silêncio instalou-se na sala após a porta se fechar. Encaramos uns aos outros até o som de um celular tocando nos interromper.

- São os meus pais, preciso atender. - Marie se retira da sala rapidamente.

Amor, guerra & café - Simon Ghost RileyOnde histórias criam vida. Descubra agora