Capítulo 8

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Luzes coloridas destacavam as cascátas e fontes com água de diversos tamanhos e formatos expostas na praça central. No centro estava a fonte dos jardins franceses com seu formato redondo de três andares e ao topo a estátua de uma mulher e duas crianças. Ambos seguravam cestas cheias de flores. 

Ao redor dessa fonte estavam montadas algumas barracas que mais pareciam "casinhas" de madeira, onde as pessoas utilizavam para vender suas coisas. Seria ali que ficaríamos.

Mais a frente havia um coredor com muros feitos de plantas, que levava até o grande jardim. Nele havia um enorme lago com flores ao redor que exalavam uma mistura de perfumes.

Marie achou melhor ficarmos perto da entrada e eu concordei. Afinal, o cheiro do nosso café não passaria despercebido por ninguém.

Faltava cerca de uma hora para começar o evento, então as únicas pessoas que estavam ali eram os comerciantes, assim como nós, organizando seus produtos. Escolhemos a terceira barraca ao lado esquerdo, não muito na entrada, mas também não muito para o final. Enquanto os rapazes tiravam as coisas do carro, Marie e eu limpamos a barraca.

- O que acha de colocar a máquina de cappuccino aqui? - Gaz a ajudou a colocar a máquina em cima do balcão.

- Acho que fica bom.

- O que estão fazendo aqui? - Dois homens estranhos e com o semblante nada amigável, se aproximaram. Ambos estavam com a barba para fazer e seus rostos pareciam engordurados. Um deles era mais alto com os cabelos escuros, já o outro era baixo e seus cabelos eram levemente grisalhos. - Essa barraca é nossa!

- Olá, boa noite. - Mantenho a calma, tentando evitar outra confusão. - Desculpem, mas essa barraca estava vazia quando chegamos, então achamos que não era de ninguém.

- Sim, mas essa aqui será melhor para o nosso negócio. - Um deles me entrega um panfleto escrito Délicieuses Pâtes . Havia também a foto de um tipo de massa, uma espécie de lasanha diferente. Deduzi que seria o panfleto de seu restaurante.

- Não vamos sair. Chegamos primeiro e ficaremos aqui, vocês queiram ou não!

- Marie, se acalme.

- Me acalmar? Esses homens nojentos acham que podem falar dessa forma com a gente e nos expulsar assim?

- Nos chamou de quê? - O homem mais alto dá um passo a frente e encara Marie.

- Algum problema por aqui? - Gaz, que ouvia tudo de longe, tenta acalmar a situação.

Os homens parecem se intimidar com sua presença. O mais velho puxa o homem de cabelos escuros para trás.

- Não, nenhum.

Olhei de relance para Gaz. Suas sobrancelhas estavam curvadas em uma feição séria, seus braços cruzados em frente ao peito, faziam seus músculos realçarem através do suéter e o deixavam com uma postura realmente intimidadora. Sorri por dentro ao ver os rostos de medo dos dois homens desconhecidos.

- Desculpe pelo icômodo, nós vamos procurar por outra barraca.

- Mas pai, essa aqui é a melhor para nós. - O homem mais alto cochicha para o pai.

- Cala a boca, moleque. - Puxando o braço do filho, o grisalho se retira dali.

- Por que os homens dessa cidade são assim? Você viu? - Irritada, Marie pergunta a mim.

- O que?

- Eles só tentaram nos expulsar porque acharam que estávamos sozinhas. Por sermos mulheres, eles acharam que era apenas chegar e nos mandar embora. Babacas!

Amor, guerra & café - Simon Ghost RileyOnde histórias criam vida. Descubra agora