Gritos e choros de crianças era tudo o que podia ser ouvido naquele momento. As pessoas corriam desesperadas para longe. Longe dos corpos que se encontravam caídos no meio da praça central e que logo foram chutados pelos terroristas que se aproximavam. Olhei a cena apavorada e aproveitei o pico de adrenalina do momento para sair dali o mais rápido possível.
Por um momento senti minhas pernas falharem quando algo passou de raspão em meu rosto e fez minha pele queimar como brasa. Levei a mão ao rosto e cai de joelhos no chão, sentindo meu sangue escorrer pelos dedos.Logo o grupo de terroristas consegue me alcançar e se reúne ao meu redor. Aquele que parecia ser o líder deles, leva o cano da sua arma até o meu queixo e o força contra ele, me obrigando a levantar o rosto.
- O que... você quer? – As palavras saem com dificuldade por conta da dor que eu estava sentindo.
O homem me analisa por um momento e algo em mim pareceu chamar sua atenção.
- Vamos levá-la. - Ele anuncia para os amigos com um sorriso.
Outros dois homens me levantam e seguram meus braços com uma das mãos. Na outra eles carregavam suas armas e pareciam preparados para atirar se algo saísse do controle.
Meus pensamentos se voltaram para Marie e os outros.
Onde eles estão? - Meus olhos percorreram pela multidão a procura dos meus amigos.
De repente outro som de tiro foi ouvido no local, acertando os terroristas.
Do outro lado da praça vejo Gaz e Soap armados, mirando em nossa direção. Atrás deles estava Marie, completamente assustada.Os terroristas não perdem tempo e atiram de volta, mas os rapazes levam Marie para trás de uma das barracas para se protegerem dos tiros. Enquanto isso, Ghost aproveita a distração dos terrorista para nocauteá-los por trás e poder me tira dali.
Os tiros vinham de todos os lados e eu não conseguia ouvir mais nada além dos disparos e dos gritos de dor de um dos homens que me segurava. Ele havia sido baleado na coxa e no abdômen e agora se encontrava caído no chão. O segundo homem entra em pânico e acaba soltando meu braço para correr e se proteger.
Aquela era minha oportunidade de fugir.Ghost pegou a arma de um dos terroristas que ele havia nocauteado e "limpou a área" para que eu pudesse chegar até ele.
- A onde pensa que vai, vadia? - Meu cabelo é puxado para trás e sinto alguns fios serem arrancados pela brutalidade. O líder deles havia me alcançado. - Largue essa arma ou eu vou estourar esse lindo rostinho dela. - Ele puxa mais uma vez meu cabelo, inclinando minha cabeça para trás e apontando sua arma nela.
Senti a ferida em meu rosto arder e o medo e a ansiedade tomarem conta de mim. Eu arfava e tentava, fracassadamente, ignorar o fuzil em minha cabeça.
- Seu desgraçado! - Ghost mirou no terrorista mesmo sabendo que seria arriscado demais atirar.
- Vá em frente, atira. - O homem o provoca. - A não ser que você queira vê-la morrer também, sabe que não pode atirar em...
Outro estrondo.
Fecho os olhos quando algumas gotas de sangue espirram em meu rosto e em meu sobretudo e posso sentir a pressão em minha cabeça diminuir.- Amanda, está tudo bem. - Era a voz de Ghost.
Ele envolve minha cintura com um dos braços e me leva para longe dali. Passamos por civis machucados, alguns já sem vida e outros desesperados a procura de ajuda.
Quando estamos longe o bastante, tomo coragem para olhar para trás e ver o corpo do terrorista sem vida no chão com um tiro na testa e os olhos arregalados. Eu nunca havia visto nada parecido.
Os barulhos de tiro parecem diminuir com o tempo e isso fazia meu coração se apertar, pensando em meus outros amigos.
- Ghost, e os outros?
- Eles estão bem, logo nos alcançarão. - Paramos perto da entrada da praça, ao lado da fonte dos jardins franceses. Os olhos de Ghost fitavam minha ferida de bala. - Cuidamos disso depois.
- Você está bem?
- Já estive melhor.
- Como conseguiu acertar o terrorista sem me atingir?
- Tenho experiência.
- Com armas?
- Também.
Não demorou muito para que nossos amigos se juntassem a nós.
- Amanda! - Marie me abraça aliviada.
- Marie, você está bem? - As mãos da garota estavam geladas e tremiam.
- Levando em conta tudo o que aconteceu, sim.
- O que aconteceu com seu rosto? - Soap da um passo a frente
- Não foi nada de mais.
- Foi um tiro. - Ghost se aproxima e encara o amigo. - Precisamos tirá-las daqui.
- Price está a caminho.
- Price? - Meu olhar percorre pelos três homens. Seus semblantes eram sérios e preocupados, como se soubessem que tudo aquilo aconteceria. - O que está acontecendo? Desde quando sabem usar armas?
- Sei que estão confusas e que devemos uma explicação a vocês. Iremos esclarecer tudo em breve. - Gaz aponta para uma van parada em frente a praça. - Mas agora precisamos sair daqui.
Marie e eu nos encaramos por alguns segundos, eu podia ver o medo em seus olhos.
- Vamos ficar bem. - A abracei e assim seguimos até a van, sendo escoltadas pelos rapazes.
Para nos acomodarmos melhor, Soap abriu a porta traseira da van, onde haviam algumas armas e pistolas espalhados pelos bancos e no chão. Em um canto havia uma caixa de madeira com granadas e munições. Por cima do banco do motorista pude ver uma chapeleira verde desbotada.
- É bom ver que estão bem. - Price nos observa pelo retrovisor.
Me acomodei ao lado de Marie, observando aquele grupo de homens. Nós nos conhecíamos havia pouco tempo, eu nem sequer sabia no que eles trabalhavam, e depois do que vi hoje, tive a plena certeza de que não eram homens comuns.
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Amor, guerra & café - Simon Ghost Riley
FanficSeria possível um soldado que já viu e passou por tudo nessa vida, se apaixonar por uma mulher cujo a arma mais perigosa que ela já tocou foi um moedor de café? Será que na famosa "cidade do amor", realmente existe amor? Simon e a força tarefa 141 e...