01.

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━━━━━━ • Lucy Gray • ━━━━━━



— ...Você não tira meu charme.

Não tira meu humor.

Não tira minha riqueza,

Porque isso é só rumor.

Nada que você possa tirar de mim

merecia ser guardado.

Lucy Gray estava sendo conduzida por três pacificadores pelo corredor imponente de um prédio cujos detalhes escapavam de seu conhecimento. Não era o caminho até o zoológico da Capital, esse ela conhecia bem. O corredor era uma passagem estreita e imponente, com paredes altas e lisas que pareciam feitas de um material branco e reluzente, como mármore ou algum tipo de metal polido. A iluminação era suave, vinda de luminárias embutidas no teto, lançando uma luz difusa no ambiente.

O corredor se estendia por uma distância considerável, parecendo interminável à medida que avançam. À medida que passaram por portas fechadas, Lucy Gray mal conseguia conter a curiosidade sobre o que se escondia por trás delas.

Apesar da incerteza do que a aguardava, ela decidiu enfrentar a situação com uma melodia que escapava de seus lábios. O cantarolar ecoava pelos corredores, uma tentativa de acalmar seus nervos aflitos.

... Se acha muito melhor.

Acha que é superior.

Acha que pode ser opressivo.

Acha que pode me mudar, talvez transformar.

Repense o objetivo, Porque...

Enquanto seguia pelo corredor, a mente dela estava inquieta, mas uma preocupação se destacava entre todas as outras: Barb Azure. Seus pensamentos eram um emaranhado de perguntas sobre o que poderia ter acontecido com Barb, se ela estava segura e se também enfrentaria um destino semelhante, ou pior. Também, não fazia ideia do porquê haviam capturado apenas as duas do Bando. Esperava que os outros estivessem seguros. Agora ela tinha uma certeza: passar pelo Distrito 12, não trazia nada de bom.

...Você não tira minha audácia.

Não me impede de falar.

Pode usar suas falácias

E tomar naquele lugar...

Seus olhos brilhavam com uma mistura de desafio e insolência, mesmo diante do olhar repreensivo de um dos pacificadores. O som de suas palavras ressoava no ambiente, como se ela estivesse lançando um desafio ao próprio destino.

A resposta não tardou a chegar. Um empurrão brusco a fez entrar em um cômodo desconhecido, e o impacto fez com que Lucy caísse no chão frio. A corrente que envolvia seu pulso era uma lembrança constante da sua condição, mas seu sorriso persistia, desafiante e intrépido.

Um dos pacificadores, sem dizer uma palavra, retirou as correntes que prendiam seu pulso. Lucy Gray sentiu o alívio da liberdade momentânea, mas sabia que estava longe de estar realmente livre. O pacificador saiu do cômodo abruptamente, fechando a porta atrás de si.

Ela se levantou do chão com uma mistura de graciosidade e rebeldia, massageando o pulso dolorido. Seus olhos se moviam pelo ambiente, absorvendo cada detalhe do quarto em que a colocaram.

O quarto era um espetáculo de opulência e sofisticação. As paredes eram revestidas com um tecido luxuoso de seda, em tons suaves de creme e dourado, que capturavam a luz de maneira sutil e elegante. O teto alto é adornado com delicados estuques e um grande lustre de cristal, cujas gotas cintilavam com a luz difusa e suave das lâmpadas embutidas.

𝐎 𝐄𝐧𝐜𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞 | ᶜᵒʳⁱᵒˡᵃⁿᵘˢ ˢⁿᵒʷ ˣ ˡᵘᶜʸ ᵍʳᵃʸOnde histórias criam vida. Descubra agora