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━━━━━━ • Coriolanus Snow • ━━━━━━


O som agudo e ensurdecedor do alarme de bomba ecoava pelos corredores do Distrito 13. O aviso era claro: um ataque aéreo estava prestes a acontecer. Coriolanus abriu a porta do apartamento no bunker de maneira brusca, o coração acelerado. Do outro lado, encontrou um caos controlado. Pessoas se moviam freneticamente, mas com a disciplina característica do Distrito 13, carregando seus pertences essenciais e seguindo as ordens dos soldados e alto-falantes.

Ele se virou para dentro, vendo Lucy Gray já de pé, em alerta, enquanto envolvia Katniss em uma manta grossa para protegê-la do frio dos corredores subterrâneos. Sem hesitar, Coriolanus correu até o armário, pegando fraldas e agasalhos para o bebê, colocando-os dentro de uma mochila.

— Precisamos sair agora — disse ele com firmeza, embora a tensão estivesse clara em seus olhos.

Lucy Gray olhou para Coriolanus enquanto ajustava Katniss, agora aninhada contra seu peito, envolvida cuidadosamente na manta. Com tudo pronto, os dois correram para o corredor.

Ao sair, depararam-se com o frenesi que dominava o ambiente. Mães corriam carregando seus filhos nos braços, soldados gritavam instruções, e o som das luzes piscando aumentava a sensação de urgência. O alarme parecia zunir ainda mais alto, preenchendo o ar com um peso opressor. Coriolanus mal teve tempo de respirar antes de avistar o Bando. Eles já estavam preparados, prontos para descer aos níveis inferiores do bunker.

— Quer ajuda, Lucy Gray — perguntou Tam Amber.

— Está tudo bem, Tam.

— Vamos, temos que descer para o nível mais baixo — disse Coriolanus, apressando a todos..

Sem hesitar, começaram a descer as escadas apressadamente. O tremor leve nas paredes indicava que os bombardeios já estavam perto, e o som das explosões distantes se misturava ao alarme incessante. LucyGray segurava Katniss com firmeza, protegendo-a com o corpo, enquanto Coriolanus seguia logo ao lado.

As luzes piscavam com mais frequência à medida que desciam, criando sombras inquietantes nas paredes de concreto.

Eles passaram rapidamente por outro corredor estreito, seguindo a multidão, até chegarem a uma ampla escadaria. À frente, uma massa de pessoas convergia, formando um rio humano que fluía apenas para baixo. Apesar da pressa, não havia pânico. Ninguém gritava ou empurrava os outros. Até as crianças, normalmente inquietas, pareciam cientes da gravidade da situação e seguiam em silêncio, sem resistência. Desceram degrau após degrau, mudos, pois qualquer tentativa de falar seria inútil diante do som incessante da sirene.

Coriolanus, carregando as fraldas e agasalhos para Katniss, olhou para trás por um instante, e avistou Tigris ao lado de Plutarch. O alívio o atingiu de imediato ao ver a prima em segurança. Ele respirou fundo, sentindo um breve momento de tranquilidade em meio ao caos, e voltou sua atenção para Lucy Gray. Enquanto desciam, ele notava o semblante preocupado dela, os olhos fixos à frente, o corpo apertando Katniss contra o peito como se pudesse protegê-la de todo o terror ao redor. Katniss, de olhos abertos, olhava curiosa ao redor, mas Lucy cobria a maior parte de seu rostinho com a manta, protegendo-a das luzes piscantes e cegantes do corredor.

Os ouvidos de Coriolanus latejavam com o som constante da sirene, e seus olhos pesados denunciavam o cansaço e a tensão acumulada. Eles estavam agora nos recônditos de uma antiga mina de carvão, e a única vantagem era que, quanto mais profundamente desciam, menos estridente o som das sirenes se tornava. Era como se essas sirenes tivessem a função de empurrá-los fisicamente para longe da superfície. À medida que avançavam, grupos de pessoas começavam a se desgarrar, entrando em recintos cujas portas estavam marcadas com letras e números. Mesmo assim, Coriolanus, Lucy Gray, Tigris, o bando e Plutarch continuaram sendo levados mais para baixo.

𝐎 𝐄𝐧𝐜𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞 | ᶜᵒʳⁱᵒˡᵃⁿᵘˢ ˢⁿᵒʷ ˣ ˡᵘᶜʸ ᵍʳᵃʸOnde histórias criam vida. Descubra agora