𝐎 𝐄𝐧𝐜𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞 | ᶜᵒʳⁱᵒˡᵃⁿᵘˢ ˢⁿᵒʷ ˣ ˡᵘᶜʸ ᵍʳᵃʸ

07.

━━━━━━ • Lucy Gray Snow • ━━━━━━

Monótono era a palavra precisa para descrever o que Lucy Gray era obrigada a realizar. Inicialmente, tinha sido fascinante encontrar pessoalmente todos os nomes que precisou estudar, mas com o passar do tempo, tudo se tornou tão tedioso que até mesmo um inseto parecia mais intrigante.

Coriolanus, ao seu lado, também parecia estar em um estado não muito diferente.

A organizadora do casamento anunciou a próxima família e as saudações foram feitas. A fila dos nomes estava finalmente chegando ao seu término, e por isso, ela expressava gratidão.

Contudo, aquela noite estava longe de alcançar seu desfecho. Até o momento, ela e Coriolanus se esquivavam ao máximo. Proferiam o discurso que precisavam, seguindo o protocolo, mas não trocavam qualquer palavra. Isso não representava um dilema para Lucy Gray, e para ele, parecia não ser diferente.

No entanto, Strabo havia mencionado que deveriam interagir, pois para Ravinstill, aquela situação era um problema. Ainda assim, nem Coriolanus nem Lucy Gray demonstravam interesse em tomar a iniciativa para estabelecer qualquer contato. Ela ainda estava abalada pelas palavras dele proferidas antes de deixarem a sala do presidente. Era um cenário diferente, no qual Coriolanus assumia que os beijos trocados entre eles não eram encenação.

Na verdade, para Lucy Gray, nunca foi apenas uma encenação. Sempre que os lábios dele tocavam os seus, era como se uma memória sensorial despertasse dentro dela. O problema é que conviver com Coriolanus, conhecendo todas as coisas que ele fez e ainda faz, seria um desafio para ela.

Era extremamente desagradável ser obrigada a suportar toda aquela gente, toda aquela festa luxuosa e desinteressante. Aquelas pessoas não sabiam se divertir. Mas nada se comparava à apreensão de saber que, quando aquele banquete terminasse e todos partissem, ela teria que se dirigir com Coriolanus para qualquer lugar que tivessem planejado para passarem a noite, onde deveriam cumprir o papel de homem e mulher ao realizar o que Tigris carinhosamente chamou mais cedo de "consumar a união".

Aquilo a assustava, e não, não era o medo de se entregar fisicamente a Coriolanus. Como a própria Barb disse: não seria um sacrifício. Ele era desejável... até mais do que ela gostaria. Mas aquilo seria realmente da vontade de ambos? Será que teriam câmeras também os vigiando? Será que tudo teria que ser visto por Ravinstill?

O pensamento fez seu estômago revirar. Por mais absurdo que fosse, ela não duvidaria da tamanha insanidade daquele presidente.

A última família foi chamada, e o casal dono do sobrenome se apresentou, fazendo os devidos agradecimentos pelo convite, desejando felicidade ao novo casal e recebendo os cumprimentos. Foram dispensados, e Lucy Gray respirou fundo, cansada, mas sabendo que pelo menos aquela etapa já havia sido vencida.

— Estou surpreso. — Coriolanus disse enquanto pegava sua taça, surpreendentemente cheia de água e não de álcool.

Lucy Gray presumiu que ele só poderia estar falando com ela, já que evidentemente não havia ninguém na mesa além deles.

— Você sabia todos os nomes. — ele bebeu da água.

— Sim. Fui obrigada por Tigris a estudar sobre cada um deles. — respondeu. — Aparentemente, não posso ser uma noiva que não conhece os próprios convidados. — ela também bebeu da sua água e sentiu-se quase renovada.

— Estudar. — Coriolanus repetiu a palavra como se houvesse algo a mais ali que ele gostaria de saber. — E o quanto esse estudo te deu de conhecimento?