08.

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━━━━━━ • Coriolanus Snow • ━━━━━━


Coriolanus guiou Lucy Gray pelo jardim em meio à escuridão, seus passos cuidadosos evitando os obstáculos invisíveis. O murmúrio de conversas preocupadas preenchia o ar, enquanto outros convidados tentavam entender a súbita escuridão e o estrondo misterioso. Lucy Gray seguiu-o sem questionar; ela parecia concentrada em não tropeçar pelo caminho.

Quando chegaram dentro da mansão do presidente, Coriolanus logo encontrou Tigris.

— O que está acontecendo? 

— Ainda não sei. Ou melhor, tenho suspeitas, mas antes eu preciso levar vocês duas para casa.

— Casa? — Lucy Gray questionou, como se aquela fosse uma palavra estranha para ela.

— Agora você ficará conosco, Lucy Gray — Disse Tigris com a doçura que só ela conseguia ter nos momentos mais inusitados.

Lucy Gray direcionou o olhar para Coriolanus, como se buscasse confirmação, e ele assentiu. O silêncio pairou por um instante, apenas interrompido pelos murmúrios distantes vindos de outros cômodos da mansão. Tigris manteve seu olhar fixo em Coriolanus, esperando por mais explicações.

A iluminação suave e calorosa que antes preenchia o ambiente foi abruptamente substituída pelo zumbido constante de geradores, lançando um fulgor intermitente que mal iluminava as faces apreensivas das pessoas ao redor. O medo pairava no ar como uma sombra densa, e Coriolanus Snow, apesar de sua habitual elegância, sentiu a urgência de conduzir as duas mulheres em sua companhia para longe da confusão que se desenrolava.

A mente de Coriolanus estava agitada, sua expressão séria contrastando com a descontração de minutos atrás. Em meio à turbulência, ele se esforçava para manter a compostura, concentrando-se em encontrar uma saída segura.

Finalmente, chegaram à entrada da mansão, e o trio emergiu para o jardim, onde a escuridão noturna era agravada pelo apagão. O silêncio sinistro pairava entre as árvores, interrompido apenas pelo som dos passos rápidos e pelos murmúrios ansiosos das pessoas que cruzavam o caminho deles.

— Acha que é seguro sair nesse escuro? — indagou Tigris, revelando a inquietação que todos compartilhavam.

Coriolanus lançou um olhar sério em resposta.

— Estaremos de carro. E sinceramente, se for um atentado ao presidente, prefiro que não estejamos por aqui.

Ao se aproximarem do veículo que os aguardava na penumbra, a ansiedade aumentou. O motor ronronou suavemente quando entraram, proporcionando um ambiente momentâneo de segurança relativa. No entanto, o semblante de Coriolanus permanecia tenso, seu olhar perscrutando as sombras em busca de respostas.

O homem que há poucos minutos desfrutava de momentos descontraídos agora exibia uma expressão congelada, sua mente trabalhando em um frenesi para desvendar o que havia por trás do apagão repentino. As lembranças dos beijos em sua recém-esposa e das brincadeiras frívolas desvaneceram, substituídas por uma determinação sombria.

Entretanto, Coriolanus, não era alguém inclinado a deduções, mas sim, alguém que normalmente pensava de maneira lógica e prática. Ele optou por se concentrar na tarefa imediata de levar Lucy Gray e Tigris para casa com segurança. A escuridão envolvia as ruas enquanto o trio se aproximava do prédio onde residia a família Snow.

Ao estacionar o carro próximo ao edifício, Coriolanus saiu, abriu a porta para Tigris e, logo em seguida, para Lucy Gray. A rua, mergulhada na obscuridade, instigava uma pressa incomum. Com passos apressados, eles entraram na recepção do prédio, onde a penumbra era apenas amenizada por uma luz fraca proveniente do gerador.

𝐎 𝐄𝐧𝐜𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞 | ᶜᵒʳⁱᵒˡᵃⁿᵘˢ ˢⁿᵒʷ ˣ ˡᵘᶜʸ ᵍʳᵃʸOnde histórias criam vida. Descubra agora