Capítulo 23 - Poder funciona?

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POV Gina

Já haviam se passado quatro dias desde que começamos o meu treinamento e o máximo que eu havia conseguido era fazer a porcaria da cadeira tremer. Hermione parecia extremamente irritada com isso, mas não comigo e sim com ela mesma. Afirmava a cada cinco minutos que provavelmente estava deixando alguma coisa passar, por mais que eu falasse que ela estava fazendo o máximo que podia e que isso já bastava.

Além de toda a tensão em volta do meu frustrado treinamento a presença de Comensais da Morte lá fora fazia crescer o ânimo sinistro dentro daquela casa. Não tínhamos ouvido sequer uma palavra de alguém de fora do Largo Grimmauld desde a aparição do patrono do meu pai há alguns dias no qual ele dizia que todos estavam bem e que não éramos para voltar por enquanto, mas a tensão começava a ficar aparente. Inquieto e irritado, Rony desenvolveu o incômodo hábito de brincar com o apagueiro em seu bolso: isso enfurecia particularmente Hermione, que tentava passar o tempo que não estava treinando, estudando os Contos de beedle, o Bardo e o livro que Dumbledore havia deixado para o meu treinamento, ela não gostava nem um pouco de ver as luzes se acendendo e apagando.

– DÁ PARA PARAR COM ISSO? – ela gritou na terceira noite da ausência de Monstro, quando toda a luz foi sugada da sala mais uma vez.

– Desculpa, desculpa! – disse Rony, clicando o apagueiro e reacendendo as luzes – Eu faço isso sem perceber!

– Que tal encontrar algo útil para se ocupar?

– O quê, algo como ler histórias infantis?

– Dumbledore me deixou este livro, Rony...

–... e ele me deixou o apagueiro, talvez eu deva usá-lo!

– Okay. Já chega vocês dois – eu interferi antes que Hermione conseguisse argumentar alguma coisa e piorasse a situação.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou Harry entrando na sala e olhando de um para o outro. Draco estava parado atrás do meu amigo fazendo os mesmos movimentos com os olhos, parecendo interessado no que acontecia.

– Rony e Hermione estão discutindo como duas crianças de novo – eu disse cruzando meus braços em uma postura firme - E olha que eu sou a mais nova aqui.

Mas antes que algum dos dois se revoltasse com o termo "criança", uma batida na porta da frente foi ouvida, e depois estalidos metálicos e o ranger de correntes. Cada nervo do meu corpo pareceu se enrijecer e com os meus amigos também não foi diferente, mas antes que eu pudesse assimilar mais alguma coisa do que estava acontecendo, Harry sacou a varinha e saiu da sala pelas sombras ao lado das cabeças de elfos decapitadas. Eu o segui sem pensar muito, empunhando firmemente minha varinha.

A porta se abriu e podemos ver o vislumbre da praça à luz das lâmpadas lá fora, mas um vulto encapuzado adentrou o salão e fechou a porta atrás de si. O intruso deu um passo à frente, e a voz de Moody perguntou, "Severo Snape?" Então a figura de pó se ergueu do fundo do salão e se moveu rapidamente, levantando sua mão morta.

– Não fui eu que matei você, Alvo – disse uma voz tranquila que não me era estranha e Harry pareceu perceber a mesma coisa porque me olhava como se estivesse perguntando se eu estava pensando a mesma coisa que ele.

O feitiço se quebrou. A figura explodiu novamente, e se tornou impossível distinguir o recém-chegado na nuvem cinza pela explosão.

Harry e eu apontamos nossas varinhas ao mesmo tempo para o meio da nuvem.

– Não se mova! – eu disse.

Rony, Hermione e Draco apareceram logo em seguida com suas varinhas apontadas para o intruso desconhecido, agora de pé, com os braços erguidos, no meio do salão.

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