viramos adulto quando ficamos sozinhos

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ATT: 05 de agosto de 2024

Mudanças: revisão, adequação de conteúdo e mudança no título.

Oi, gente bonita, espero que estejam gostando!

Não se esqueçam do favorito e de comentarem, ajuda demais a autora que vos fala!

Boa leitura!

Baci!!

👟👟👟

Diferente da primeira vez que viajei de avião, desta vez eu não acordei ansioso, não sai para correr, nem voltei para casa mais leve. Desta vez eu não dormi, rolei na cama durante muito tempo antes de levantar, tomar um banho e chamar um táxi para o aeroporto.

Depois de 12 dias sem ter certeza do que iria acontecer, meu pai chegou com os documentos assinados e com uma passagem para Seul. Ele me explicou que foi difícil convencer minha mãe, mas que os resultados das competições e uma videochamada com o treinador e a diretora a fizeram ver que eu estava muito mais feliz, seguro e meu rendimento escolar tinha melhorado, se comparado com o da Austrália. Por isso, eles, os dois, estavam autorizando a minha volta.

Entretanto, para que ser simples, se a vida pode complicar um pouco mais?

Meus pais estavam estranhos. Eles não falavam o que era, mas estavam me evitando. Minha mãe no quarto ou pendurada no telefone, meu pai sempre no trabalho. Entre si, eles estavam falando o dialeto da cidade natal deles, claramente era para eu não entender.

Por isso, não conseguindo mais enrolar, fui para o aeroporto às 23h. Sentei-me em uma cadeira e fiquei esperando o check-in abrir. Meu voo era às 04h da manhã, eu só precisava estar ali à 01h da manhã, mas não aguentava o clima sufocante em casa.

Enquanto mexia no celular para passar o tempo, acabei mandando mensagem para Hobi e Lino em nosso grupo. Conversamos um pouco, mas eu não contei onde estava e nem o que tinha acontecido. Eu não precisava preocupá-los. Não tinha contado absolutamente nada para eles, nem as mensagens de Changbin, nem as do Han querendo saber como eu estava. Mesmo com o relacionamento de Lino e Han, eu tinha decidido manter distância, eu estava com o coração quebrado, não precisava piorar minha situação. Principalmente agora que meus pais também tinham me rejeitado.

Abri o chat novamente para ver o que meus amigos tinham enviado, mas meus olhos se perderam na conversa dele. O contato ainda salvo de maneira carinhosa me machucava, então abri a conversa para poder apagar tudo. Entretanto, aquelas últimas mensagens recebidas enquanto estava no avião e lidas apenas depois de estar em solo australiano me davam a impressão que ele iria aparecer.

Baixinho:

DESCULPA!!

LIX, ME ATENDE

ONDE VOCÊ TÁ? EU VOU ATÉ VOCÊ

Desculpa

Você é mais do que eu poderia sonhar

Eu que fui egoísta e te perdi. Mesmo que não te tivesse por inteiro, eu tinha uma parte que me fazia muito bem

Não há mais ninguém que eu queira, quando você voltar eu vou até você


Fechei o telefone e o joguei dentro da mochila. Encolhi as pernas e abracei meus joelhos. Estava sozinho, estava com medo e pensando se o que eu estava fazendo era o certo. Quando sai dos meus pensamentos, vi o check-in sinalizando que eu podia despachar a mala e ir para o portão de embarque.

👟👟👟

Quando fui para a fila de embarque, quando entrei no avião, quando achei meu assento e percebi que em nenhum desses momentos ele estava ao meu lado, mesmo que fosse com aquela careta irritada, eu tive que segurar as lágrimas. Quando desembarquei e conseguia ler as placas até o lugar das malas, minha ficha caiu. O tempo havia passado, eu não era mais aquele garoto assustado, eu era adulto com responsabilidades. Com medo do presente, mas com esperança no futuro. Um sonho quase tocável.

42195 passos | ChanglixOnde histórias criam vida. Descubra agora