uma amizade verdadeira

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ATT: 05 de julho de 2024
Mudança na estrutura do capítulo, adequação  e acréscimo de conteúdo e mudança de título.

Oi, gente bonita, espero que estejam gostando!

Não se esqueçam do favorito e de comentarem, ajuda demais a autora que vos fala!

Boa leitura!

Baci!!

👟👟👟

Estávamos no final de outubro e o colégio sediaria uma das fases do campeonato municipal de atletismo. O treinador Taylor tinha me convencido a participar, já que seria no horário das extracurriculares e depois eu estaria liberado para ir para casa. O clima estava agradável. Não tão quente, mas já era possível usar bermuda e sair sem casacos. É claro que eu continuava usando calças e moletons. Eu ainda me sentia magro demais, mas Hobi falava das minhas pernas e como eu estava perdendo a aparência de abatido, então não podia correr o risco de meus pais também perceberem.

Acreditem ou não, Hobi é um bailarino quase profissional e colocou na cabeça que eu deveria trabalhar mais meu corpo, caso quisesse, realmente, voltar a correr. Assim, ele me arrastava para treinos funcionais nas segundas, quartas e sextas-feiras, depois das extracurriculares. E, parando para analisar, quem precisa de inimigo quando se tem um Hobi? Brincadeiras à parte, eu realmente estava mais definido. Tinha ganhado um pouco da massa que perdi, mas meu reflexo ainda me incomodava. Eu ainda não tinha vontade de fazer as coisas além das obrigações, mas tinha voltado a comer uma quantidade aceitável de comida.

Estava no meio do alongamento quando percebi duas coisas muito estranhas. A primeira era que Hobi estava conversando com o treinador Taylor. A cena me chamou a atenção, porque Hobi não era o tipo de aluno que se envolvia nas atividades acadêmicas. Para ele, depois que somos liberados, não era mais hora de estudar. Não que precisasse. A criatura era aquele tipo de aluno que só precisava ouvir para aprender. Sortudo. Mas pelo menos me ajudava com matemática.

A segunda era Larry sentado nas arquibancadas. As pistas de atletismo eram ao redor do campo de futebol e rugby. Como não podiam ser usados ao mesmo tempo, para a segurança de todos, os treinos do dia tinham sido cancelados. Sendo assim, não tinha necessidade de Larry estar ali.

Decidi me concentrar no alongamento pré-exercício, não queria nenhuma cãibra no meio das provas. Então, enquanto repetia os movimentos básicos, minha mente viajou. Mais uma vez me imaginei fazendo aquilo pelo resto da minha vida. Correr, medalhas, conhecer outros lugares, correr em lugares exóticos. Por um breve momento, eu desejei ter coragem para falar que não iria para a faculdade de Direito e seguir os passos do meu pai. Queria fazer o meu próprio caminho.

Mas eu não tinha. Talvez entrasse na faculdade para poder entrar em uma equipe. Ou precisava dar um jeito de fazer meus pais aceitarem a ideia de eu trabalhar, e juntar um dinheiro para sair de casa. Mais onze meses e eu teria 18. Poderia decidir por mim mesmo e voltaria a correr. Faria o vazio sumir. Mas, morando naquela casa, eu não conseguiria falar não.

Foi nesse clima nostálgico e eufórico que dei o meu máximo nas provas de cem e duzentos metros e nos 4x100. Estava tão imerso em meus delírios, que sabia que nunca se tornariam realidade (no caso, a carreira de atleta, voltar a correr eu iria, só que não profissionalmente como sonhava, caso eu não achasse uma equipe antes de acabar o ensino médio), que não percebi minha vida tomando um rumo totalmente diferente.

Estava recebendo os cumprimentos pelo desempenho, mesmo não subindo ao pódio, quando vejo, novamente, Hobi conversando com o Sr. Taylor.

Como já estava perto da hora de voltar para casa, estava cansado e com um pouco de fome. Então fui até onde os dois confidentes estavam para ver se meu amigo queria ir comer.

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