Capítulo II. Olhos verdes, olhos vermelhos

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I.

***

Izuku estava acordado há algum tempo quando ouviu dois toques na porta. Mais amigáveis do que na noite anterior, diferentes.

- Príncipe Izuku?

Era a voz do Rei Bárbaro. Mais calma, como se estivesse se esforçando para falar com tranquilidade. Izuku não disse nada. Ochako e Tsuyu, em um canto, olhando pela janela, também ficaram em silêncio. Ochako tinha os dedos entrelaçados nos cabelos longos de Tsuyu, que caíam por suas costas enquanto ela fazia uma trança frouxa.

- Rikido preparou o café da manhã - continuou Katsuki, na porta -. Para que desçam e tomem o café. Denki me disse que você sabe chegar à cozinha.

Izuku se aproximou da porta.

- É uma ordem?

A resposta demorou a chegar.

- Não. Droga. Não. - As palavras colidiram mais rápido contra a porta; o Rei não cuidava muito do tom agora -. Pode fazer o que quiser. - Depois disso, apenas um bufar interrompeu o silêncio -. Se quiser me evitar, espere uma hora. Ou algo assim.

Ouviu um grunhido do lado de fora.

Por que lhe estava dando a opção?

Isso era algo decente.

Ele suspira.

Aproxima-se da porta e a abre.

Lá está o Rei Bárbaro, com uma careta e a testa franzida. Cruza os braços assim que o vê. Usa a capa vermelha e as peles no pescoço. O peito nu, novamente. Os colares sobre ele. O cabelo loiro em pé e os olhos vermelhos que encaram o mundo com fúria.

- Bom dia - diz.

Ele diz isso porque é a única coisa que lhe ocorre.

O Rei Bárbaro olha para ele de maneira calculadora, avaliando-o.

- Alguém pode te mostrar o palácio depois. Para que não se perca.

Ele não diz mais nada. Dá meia-volta.

👑💋


Izuku alcança um corredor mais à frente, depois de simplesmente gritar para Ochako e Tsuyu que voltaria mais tarde (e que não hesitassem em explorar o maldito castelo, supostamente, podiam ir a qualquer lugar). Katsuki Bakugo ergue uma sobrancelha quando se vira e o vê praticamente correndo em sua direção.

- Não queria perder de novo - ele se desculpa.

É verdade, mas também é verdade que ele quer uma chance para avaliá-lo. Ele é bastante bom em ler as pessoas, e o Rei Bárbaro ainda lhe parece um estranho. Ele apenas bufa, sem dizer mais nada, vira-se novamente e continua andando. Izuku o segue, tentando manter seu passo.

- Não vá para a ala norte - Katsuki cospe.

- São seus...?

- Não. Está apenas abandonada - ele responde.

Ele não diz mais nada por um bom tempo. Parece não ter a intenção de ser amigável, mas também não de ser antagonista. Um ponto a favor? Talvez. As histórias contadas no reino do sul sobre Katsuki Bakugo são todas temíveis. Muitas envolvem massacrar seus inimigos nas costas de um dragão. Talvez tenham algo de verdade. E de mentira, porque ele duvida que Eijiro Kirishima se prestaria a massacrar alguém. (Embora talvez não o conheça tão bem).

- Essa é a sala do conselho - diz Katsuki, apontando para uma porta à esquerda de Izuku depois de descerem algumas escadas, e o príncipe começa a reconhecer os corredores que percorreu na noite anterior -. Eles se reúnem todos os dias. Exceto no quarto dia.

Olhos verdes, olhos vermelhos (BAKUDEKU-Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora