Jogos do Tordo - Capítulo 24

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Meus cabelos estavam transados com flores de ouro entre cada abertura sob a trança, na minha frente eu via algo que jamais imaginaria estar acontecendo dois vitoriosos, ou melhor sobreviventes em uma mesma edição a 74ª edição. A notícia de que o idealizador esta edição Seneca Crane havia tido uma morte prematura e repentina mostrava o quando a capital estava insatisfeita com tudo isso, mas até o dado momento nenhum dos tributos vencedores ou sua equipe de preparação teve algum tipo de retaliação quanto as ações de Katniss Everdeen, porém eu sabia que isso era só questão de tempo.

No momento todos os olhos estavam virados para os adoráveis amantes desafortunados do distrito 12 observando cada passo seu e nesse momento esse era meu maior medo ainda mais considerando que o sentimento dos dois ainda não estava claro para mim, tudo poderia acontecer nos jogos então havia a possibilidade de um deles ou ambos estarem fingindo o sentimento deles para sobreviver, não os julgaria por isso, na realidade essa até seria uma realidade mais fácil de trabalhar.

Só que o jeito como vi Peeta olhando para Katniss na arena me provava o contrário, eram só os sentimentos dela que me deixavam em dúvida.

— Como sempre seu trabalho como mentora foi mais uma vez exemplar este ano senhorita Abernathy — A voz roca do presidente Snow mesmo depois de tantos anos ainda me dava calafrios — Dois vitoriosos é um acontecimento único.

Não me contive e tive que virar minha taça de vinho.

— Não seria possível se não fosse a generosidade da capital — Disse a ele sorrindo — Quem diria que um sentimento tão doce e puro poderia surgir até mesmo nos jogos.

— Com certeza é algo raro de se acontecer — Respondeu ele — Só espero que não hajam mais surpresas a generosidade da capital é escassa.

Aquele era um aviso simples, fique de olho e controle os dois.

— Não de preocupe — Dei minha taça a um garçom que passava e andei em direção ao microfone onde Ceasar terminava seu discurso sobre os jogos e eu logo enceraria esta comemoração na capital com uma música — eu e minha família no batalhão dos por anos. Para que uma coisa tão singela quanto amor pudesse me abalar.

Tentei parecer o mais confiante possível e apresso ao microfone.

— Olá queridos habitantes da capital que estão aqui presentes e cidadãos de Panem que assistem essa transmissão em suas casas — Sorri para as câmeras e ajeitei a barrado do meu vestido vermelho sangue — Hoje com muita alegria, depois de muitos anos, vejo distrito 12, que amo de todo o meu coração ter mais uma vitória. Em homenagem a eles, resolvi que nessa comemoração, cantarei uma música que conheci, quando vivia lá, espero que gostem.

Você não pode levar meu passado
Você não pode levar minha história
Você poderia levar meu pai
Mas o nome dele é um mistério
Nada que você possa levar de mim valeu a pena guardar
Nada que você possa levar
Valeu a pena guardar
Você não pode levar meu charme
Você não pode levar meu humor
Você não pode levar minha riqueza
Porque é apenas um rumor
Nada que você possa levar valeu a pena guardar
Você não pode levar minha atitude
Você não pode levar minha fala

Resolvi não cantar a última parte, que não seria de bom tom, embora essa fosse minha favorita. Assim que sair do palco, vi o presidente me encarando. O seu olhar, frio como gelo, era letal.

— Onde você conheceu essa música? — Me perguntou Katniss se aproximando de mim.

— Quando se ganha a vida cantando se ouve todo tipo de coisa, e quando ela se lembra de casa é difícil de esquecer.

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— esperava bem mais quando me ofereci para fazer esse papel — Disse, encarando Plutarch — Essa área que não foguear nenhuma arma ou algum apetrecho tecnológico? Nenhum brinquedinho de espião, isso é entediante.

— Vai me dizer que se resolveu entrar nessa por causa dos brinquedinhos, você já tem o suficiente com suas facas — Respondeu ele a mim me passando mais um gravador.

— Olha, eu não sei o que você espera, eu passo as minhas noites aqui na Capital transando com velhos fodidos e não acontece absolutamente nada. Não existe nenhuma informação que eu possa tirar deles que ajude na rebelião.

Tudo isso já estava me cansando. É pouco ingênuo de se pensar, mas esperava um pouco de Glória como resolvi me aliar aos rebeldes. Mas até então, nada tinha mudado nenhuma guerra, nenhuma mudança, absolutamente nada. Os meses que se seguiram após a Vitória eram quietos.

— uma revolução no nasce da noite pro dia, senhorita Abernathy — Falou ele — Além do mais, não é como se você continuasse fazendo isso. Logo, logo irá para o distrito 12, onde começará com a turnê da Vitória. Dos 2 vencedores da 74ª edição. Enquanto a mim, tenho que passar o resto do tempo preocupado com os jogos do massacre quaternário.

— Já sabe qual vai ser a surpresa desse ano?

— Mesmo se soubesse, não contaria você.

Me levantei da cadeira e encarei seus olhos. Eu gostaria de fura-los . Seria uma coisa satisfatória de você fazer.

— Pois bem, senhor idealizador, acho que nossa reunião termina aqui.

— Proteja o tordo — Disse Plutarch — Se quer saber, essa agora é sua real missão e todo o tempo que passou aqui na capital foi para despistar um pouco os olhares para que ela pudesse descansar para o que está por vir.

— E o que exatamente está por vir? — Questionei a ele antes de sair pela porta.

Sua resposta foi seca. Simples e completamente apavorante.

— Guerra.

Desde que me entendo por gente, ouço falar dos tempos sombrios. Tempos de rebelião, de morte e destruição. É difícil imaginar que a realidade em que vivo pode ser considerada melhor do que a que tinha naquele tempo. Considerando que pelos histórias, até mesmo a capital passava por necessidade.

Uma guerra deveria ser algo que jamais deveria ser provocado ou desejado. Só que eu me senti em guerra desde o momento em que nasci. Então, qual seria a diferença? Eu só traria o mundo a minha realidade. Talvez substâncias e um pouco as coisas.

Quando cheguei no apartamento após uma longa noite de núpcias com um casal recém casado da capital, não tive tempo nem para fazer qualquer coisa nos termos, jogar no sofá.

Às vezes acontecia de casais me chamarem como era bastante conhecida pelas minhas habilidades. Às vezes me chamava para ser professora do sexo. Era estranho e absolutamente fútil, mas pelo menos eu não tinha que dar para ninguém. Era até divertido. Principalmente quando eles eram inocentes e inexperientes, o que raramente acontecia, mas quando acontecia, me fazia perceber o confuso era a vida deles. Para passarem a maior parte do tempo pensando na morte de crianças inocentes e não em viver as próprias vidas. Era apavorante, como as pessoas da capital passavam a vida inteira, analisam no e observando os Jogos Vorazes patrocinando, gastando o seu dinheiro para isso.

Assim que cheguei, vi Finnick. Na cozinha, fazendo o jantar.

— por favor me diz que não é peixe — Resmunguei enquanto afundava minha cara em uma almofada.

— Qual é o seu problema com o peixe?

— O casamento que eu fui só serviu isso. Parece que eles tinham alguma fixação. Com umas coisas distribuídas pelo 4. Foi péssimo. Eu não aguento mais olhar para nada que nade o rasteje, na água falei exclamando dramática.

— Então, ir para o distrito 4 seria seu maior pavor.

O tom dele quando disse isso, deixava claro. O que ele estava pensando. Ficaríamos no tempo sem nos vermos alguns dias. O único momento que teremos de nos encontrar seria na parada no distrito da turnê da Vitória.

— Por sorte, não é só peixe lá — falei sorrindo.

Eu não havia contado preferir sobre meu plano nem sobre minha decisão repentina de me rebelar. Sabia que um ponto mais manter-se isso em segredo melhor, eu estava protegendo disso. Protegendo o de mim? Porque o que eu estava fazendo era perigoso. No momento, eu era o maior perigo na vida dele.

Tributo de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora