Os Jogos Vorazes - Capítulo 9

1K 118 5
                                    


Não me lembro com quantos anos exatamente comecei a me preparar para os Jogos. Acho que quando se nasce na minha família desde nosso primeiro suspiro o tempo de se preparar para esse fatídico destino começa.

Aprendo como passar por essa situação desde que me lembro por gente, no começo era como se tudo fosse uma brincadeira, jogos de memória, charadas e brincadeiras de correr e se esconder e com forme eu crescia a complexidade das coisas que a minha família fazia para ocupar o meu tempo ia aumentando.

Aos sete anos eu já sabia acender uma fogueira, amolar uma faca e estripar um coelho. Com oito meu conhecimento em plantas tanto as que eu podia comer e as que eu poderia envenenar era tão fixa na minha mente que eu reconhecia isso de cor. Com onze anos eu já sabia matar, manipular e sorrir para ser a vencedora esperada pela capital, na primeira vez que meu nove foi sorteado só não fui porque mesmo sendo capaz intelectualmente e com algumas habilidades físicas eu ainda era uma criança e invés disso Eden se ofereceu no meu lugar.

Foi nesse ano que meu avô cuja demência não havia o sucumbido resolveu me envenenar para que meu corpo criasse resistência. Minha mãe não sabia disso na época ela estava ocupada com o tio Peter em ajudar Eden nos seus próprios jogos que fora o mais longo da história. Três meses que correrem num piscar de olhos para mim e quando eles acabaram tudo mudou e jamais voltou a ser o que era antes.

Acordo não conseguindo conter o gemido que saiu dos meus lábios, minha cabeça nesse momento está latejando e meu corpo se encontra pesado e dolorido. Deve ser sinais de alguma infecção que peguei daquela besta. Por sorte havia conseguido conter a hemorragia e proteger meu ferimento no braço um tecido que rasquei do casaco corta-vento que ficava a baixo do agasalho. O que me realmente preocupava era a minha perda direita cujo corte era profundo e provavelmente havia atingido alguma artéria porque não parou de sangrar até que eu usasse o laço que prendia o meu cabelo como um torniquete improvisado. Por um tempo isso serviu para controlar a hemorragia, mas depois de algumas horas meus dedos já estavam muito dormentes, eu não podia vê-los agora, mas se fosse chutar eu devia que estão perdendo mais oxigênio do que deveriam graças ao frio e ao corte de sangue que improvisei para que não sangrasse até a morte.

Nesse momento eu sabia que nada que eu pudesse buscar na floresta poderia realmente me ajudar a passar mais um dia, se eu estivesse certa e já não tivesse perdido a conta dos dias fazia quase uma semana que os jogos começaram e agora só restavam cinco tributos sendo eles eu, Hugh, o canibal do seis e outras duas garotas do 11 e do 3. Não faltava muito para essa coisa acabar logo então a ideia de eu esperar que meu corpo se recomeçasse sozinho era tola porque em algum momento os idealizadores caçariam dos acontecimentos da arena e colocariam logo os tributos restantes em combate. A prova disso foi a besta que me atacou, ela era uma forma que aquecer os jogos que nesse ponto com a maioria dos tributos mortos deve ter se tornado entediante.

Infelizmente para mim só existe uma saída que viria de ajuda de fora, porque se eu quisesse melhora agora que me faltam praticamente todos os meus recursos seria só com patrocino.

E como se aquele desgraçado chamado Finnick Odair tivesse lido a minha mente logo um pequeno paraquedas foi avistado no céu e pude enxergar que minha ajuda havia chegado. Me arrastei até onde a estrutura metálica havia caído no chão e a pequei torcendo para que tivesse algo que me fosse útil. Era uma caixa grande o que para mim parecia ao menos ser um bom sinal e quando a abri não pude nem conter o suspiro.

Havia uma seringa com o que eu achava ser penicilina o que era ótimo para minha aparente infecção e tinha agulha e linha de sutura o que servia perfeitamente para o meu corte.

A situação seria melhor se tivesse um anestésico, até mesmo uma lidocaína local serviria, mas não havia mais nada na caixa além disso então se os espectadores da capital gorariam de me ver me automedicando e costurando minha própria pele era isso que eles teriam.

Tributo de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora