Os Jogos Vorazes - Capítulo 8

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— Então basicamente você tem me seguido desde que os jogos começaram e está sobrevivendo das minhas sobras, como um parasita.

Aquilo era completamente ridículo, como eu não percebi?

— Comensalismo — Ele fala.

— O que?

— Eu não estou agindo feito um parasita, parasitas prejudicam o hospedeiro e no comensalismo não há nenhuma interferência.

Tenho não revirar os olhos e suspirar.

— Legal você é um nerd dos bichos que sobreviveu graças a mim sem eu saber.

Droga.

O que eu deveria fazer quanto a isso? Matar ele seria muito, muito fácil ridículo para falar a verdade eu só precisaria pegar uma faca e fazer o meu trabalho, ele é pequeno frágil e sinceramente é um milagre que ele tenha sobrevivido até agora, mas isso é só graças ao fato de que ele evitou de alguma forma a todo custo o confronto.
Ele sobreviveu e se manteve puro e não responsável por nenhuma das mortes que ocorreram até agora, diferente de mim ele achou um jeito de contornar os jogos embora seja mais sorte do que qualquer ato de estratégia ou rebeldia.

Por fim resolvi dar fim a essa conversa que não levaria a lugar algum.

— Vai embora Hugh — Disse simplesmente, mas não sendo tola o suficiente para virar e dar as costas a ele.

— Se eu não for você vai me matar? — Não havia medo no seu tom de voz, apenas a mais crua sinceridade. No fim ele sabia muito bem qual era o caminho que ele estava levando.

— Provavelmente — Peguei a minha mochila fingindo não notar quando ele estremeceu provavelmente com a possibilidade de eu pegar alguma coisa para jogar dele. Resolvo pegar meu último pedaço de pão patrocinado e uma lata de sopa — Pega isso e vai embora.

Jogo a comida no chão coberto de neve e ele as agarra com desespero deve estar faminto mesmo vivendo das minhas sobras, não deve ter aprendido a poupar suprimentos e energia e comendo tudo que achava na hora.

— Por que está me ajudando? — Ele perguntou enfim.

— Não estou — Respondi deixando-o e indo embora.

Mais tarde quando o sol deu seu adeus achei um lugar para descansar próximo a um rio, me encolhi com o casaco e olhei para o céu quando o hino de Panem começou a ocar e vi o rosto do garoto do 12. Não faltava muito para esse inferno acabar.

Contando comigo só restavam apenas cinco tributos vivos, ou seja, quatro mortes me separavam de me tornar a próxima vencedora dos jogos. Nesse ponto eu deveria estar aliviada que cheguei até aqui que sobrevivi onde a maioria já havia caído a minha volta, mas a sensação de que não existia nenhuma gloria quando esse pesadelo acabasse persistia.

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Acordei em um pulo assim que ouvi o que pareceu um rugido bestial, não parei para entender que merda estava acontecendo e o que exatamente estava próximo de mim. Apenas juntei as minhas coisas agarrei uma faz minhas facas na mão e corri.

Corri o mais rápido que pude.

O vento gelado parecia dar cortes no meu rosto e ao mesmo tempo que talvez eu devesse ter tido um pouco mais de calma quando optei por fugir feito uma desesperada, porque talvez eu não tivesse decidido ir para o pior lugar possível. Percebi o erro fatal que havia cometido quando ouvi o som de algo se quebrando e quando parei por fim notei que o chão que eu pisava não era só escorregadio, era congelado porque era gelo puro.

E esse gelo vinha do rio que eu em que eu estava desesperadamente correndo.

— Merda — Parei para pegar um pouco de folego e me acalmar. As desacelerar meu coração que parecia prestes a sair da minha garganta seria uma missão impossível.

Olhei para o meu redor e percebi que deveria decidir o que fazer agora, não havia tempo para planejar coisa alguma, eu estava na metade do caminho embora o gelo estivesse fino nesta parte do lago, não tinha como eu voltar porque quando olhei para o caminho de onde eu vinha e me deparei com uma criatura vindo na minha direção.

Era um bestante uma criatura criada pela capital, modificada geneticamente para os fins mais terríveis e agora o objetivo dessas coisas provavelmente era me matar.

Corri mais rápido que pude tentando não quebrar o gelo sob meus pés e rezando para que a fera bestial não viesse atrás de mim, assim que cheguei a margem fui tola e apressei os paços o que fez com que eu escorregasse.

Dei a cara com o gelo e enquanto tentava me levantar ouvi novamente o rugido da besta. Ela estava muito próxima de mim agora e já não corria o que a tornava mais visível para que eu pudesse ver exatamente o que estava me pondo em perigo.

Devia ter uns três metros se ficasse de pé, seus pelos eram escuros quase pretos e fisicamente sua estrutura parecia similar a de um urso, mas o focinho era fino contrastando com a boca enorme que parecia ser de um híbrido de raposa com dentes de tubarão.

Era horrível, assustador e completamente antinatural, coisas assim não deveriam ser criadas é uma afronta a natureza que na capital criem esse tipo de coisa. Peguei minha faca e esperei que ele viesse até mim.

Não podia dar as costas a essa coisa seria uma sentença de morte. Ficar e lutar era a única opção.

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Havia sangue por toda parte e isso me deixava louca. Louca porque esse sangue em grande parte era meu e deixava uma trilha de rastros, que poderia muito bem deixar a minha localização bem clara. Entretando não havia nada que eu pudesse fazer quanto a isso porque eu estava completa e absolutamente ferrada.

Teria sorte se sobrevivesse até o amanhecer.

As imagens na carnificina ainda estavam não presentes em mim quando as feridas na minha pele que ainda sangravam. Corte a garganta daquele troço assim que ele pulou em mim, mas não antes que a besta colasse a boca no meu braço e arranhasse minhas duas pernas. Como resultado o gelo fino se quebrou tornando toda essa situação pior ainda, porque enquanto eu me desvencilhava do bicho já sem vida vi que indo para o fundo no trio que não estava tão perto da beirada quanto eu achava ia também a minha mochila com a maior parte dos meus suprimentos.

Isso é o que os telespectadores chamariam de reviravolta. A minha época de sorte havia chegado ao fim aparentemente e pela primeira vez desde que essa merda começou me encontrei em uma situação inigualável a qual eu não tinha controle algum ou poder a exercer.

E o pior disso, deixando a dor e a fome de lado era que se eu sobrevivesse a isso tudo agora não seria por mérito meu, porque para eu passar por isso precisaria de ajuda.

Ajuda do meu mentor Finnick Odair.

Tributo de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora