Jogos da Capital - Capítulo 14

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Acordei sentido a respiração de Finnick no meu pescoço, não me lembrava muito da noite anterior só sabia que como a maioria das noites tinha terminado com uma noitada onde ou eu tinha ido dormir junto com Finnick no seu apartamento ou ele no meu.

Por um seguindo me permiti relaxar e fingir que aquilo era uma coisa normal e não uma anomalia. Relaxei meu corpo tenso e me acomodei entre seus braços quentes que começara a me envolver e apertar de uma maneira doce e protetora, seria constrangedor quando ele acordasse e eu fingisse que tinha acordado e aí colocaria a culpa no sono, quando na verdade era tudo totalmente intencional.

Não deveria gostar tanto de manhas como essa quando o sol mesmo sendo incrivelmente claro mal passa pelas grossas cortinas do apartamento, iluminando somente o pé da janela por onde o sol consegue escapar. Nesses momentos eu fecho meus olhos bem apertados e finjo que esse é o meu normal, que sou só uma garota que depois de um longo dia de trabalho está aproveitando uma bela manhã de domingo dormindo nos braços do namorado.

É uma pena que nada disso é real. Eu não sou só uma garota, sou uma vitoriosa que em breve vai participar de mais um genocídio anual e Finnick não é meu namorado, mesmo que eu finja que esse desejo que sinto por ele seja algo que meu imaginário criou para que eu pudesse me acomodar nas manhãs em que ele está ao meu lado, sei que ele jamais poderá ser meu e que nem ao menos desejaria isso.

Um bocejo e um desvencilhamento abrupto cortam o meu barato. Finjo levar um susto e acordar, e quando encaro os olhos cor do mar de Finnick vejo que eles ainda estão inchados de sono e piscam distraidamente enquanto ele me encara.

— Que horas são? — Pergunto me espreguiçando fingindo mais uma vez que nada aconteceu.

Finnick por sua vez passa os dedos pelo cabelo para que não caiam no seu rosto, o corte que obrigaram ele a manter este ano é ridículo e pior ainda que tenha caído bem nele.

— Quase sete — Ele responde.

Me levanto em um pulo e assim que percebo que estou vestindo apenas uma camiseta que pelo tamanho deve ser do Finnick e a minha calcinha, tenho vontade de xingar.

Evito olhar para ele quando puxo o edredom para me cobrir e busco minhas roupas pelo chão do quarto.

— Que merda aconteceu ontem? — Pergunto pegando meu vestido de paetê rosa e indo em direção ao banheiro.

— Você não se lembra de nada?

Tranco a porta e molho o rosto e continuo a falar enquanto tento não parecer uma doida.

— Não depois que Belik Berger chegou na festa — Respondi prendendo meu cabelo em um coque froixo.

Quando saí do banheiro Finnick já estava vestido e não havia nenhum sinal de ressaca na sua aparência. Eu o odiava.

— Preciso de torta e café — Disse a ele quase como um ultimato.

Dez minutos depois estávamos nas ruas da capital rumo a cafeteria mais próxima. Graças ao frio na estação tive que pegar uma jaqueta de Finnick que ficou enorme em mim porque aparentemente desde os quinze, o meu corpo resolveu parar de crescer em estatura, também estava com um par de óculos de sol dele, as isso era basicamente uma necessidade já que com a minha cabeça latejando a luz era minha maior inimiga e minhas olheiras me deixavam parecendo um urso panda.

Como sempre pedimos o café da manhã para viajem e fomos para o meu apartamento.

— Não sei como consegue comer tanto e ainda ser magra — Ele diz me olhando horrorizado para a terceira torta de amora que eu enfio goela abaixo.

— Genética — Respondo de boca cheia limpando farelos da minha boca — E uma rotina absurda de exercícios. Se eu não comer o que eu quero enlouqueço.

Tributo de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora